quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cap 72




   
   Luciana não queria que aquele sentimento tomasse seu corpo, mas ele estava ali, rodeando-a, fazendo lembrar do que acontecera no passado.

_Posso? – Indicou a cadeira que antes Victor sentou.
_Claro.

   Enquanto Katherine sentava, ela olhou em volta, não achando Victor. Onde ele estaria?

_Nossa, mesmo se combinássemos de nos encontrar aqui, não daria certo.
– Tocou a mão de Luciana – Como você está?
_Bem. – Bebericou o chá – Muita coincidência mesmo. O que fazes aqui?

   Sentiu que fora um pouco indelicada nas palavras, Katherine até percebera, mas procurou ignorar.

_Vim com o Jean, meu esposo.
_Seu esposo?
– Olhou para trás – Onde ele está?
_O deixei conversando com o Victor. Conte-me, como estão? E a Mariana, como está? Não esquecendo da Gabi.
_Ah, elas estão bem. Com uma energia que ninguém segura. E você, está em lua de mel com o marido?
_Sim e não. – Sorriu – Na verdade o Jean veio visitar um amigo aqui e aí me chamou. – Suspirou – Depois que ele entrou na minha vida descobri o tal “amor” que as pessoas dizem sentir. Ele é tão perfeito, Luciana, que eu fico boba. Claro que há discussões, mas logo nos entendemos.
_E sobre a suas aulas? Foi à França por causa disso, não é?
_Sim. Estou terminando o curso, mas pretendo voltar logo para o Brasil.

   Aquilo soava como uma ameaça para Luciana, não queria reconhecer, mas Katherine era bonita e com certeza iria voltar a fazer inferno na sua vida.

_Mas como vai ser? Vai deixar o seu esposo na França?
_Não. O Jean é chefe de cozinha, quer montar o restaurante dele lá no Brasil.
_Isso é ótimo. Pretendem se instalar onde?
_Primeiro ele quer em São Paulo, mas em breve vamos para Porto Alegre. Mesmo depois do que aconteceu com minha mãe, quero voltar para lá. O problema vai ser levar o Enzo.
_Enzo?
_Sim – Puxou o celular e mostrou a foto de uma criança – Ele já me chama de mãe, isso me deixa tão emocionada.
_Mas você havia me dito que não podia ter filhos.
_E não posso. – Suspirou – Acredito no destino, alguns meses depois que cheguei à França conheci o Jean. Por incrível que pareça, Jean havia perdido a esposa alguns meses antes e parece que foi certeiro. Eu o ajudei a criar o Enzo e foi aí que descobrimos o amor entre nós.
_Parece cena de novela. – Ficou boquiaberta
_Também acho. – Sorriu – A família da esposa dele aceitou que criássemos o Enzo porque falaram que ele foi o culpado da morte dela, que morreu na hora parto.

   Luciana ficou nervosa, alguns meses atrás queria engravidar para Victor parar de falar no assunto sempre, mas logo ficou com medo de acontecer alguma complicação durante o parto. E se morresse, quem cuidaria da sua família?

_Está tudo bem, Luciana?
_Sim, Kate.

   Victor se aproximou acompanhado de um homem, que ao ver Katherine fez o sorriso mais largo. Aparentava ser romântico e amando-a.

_Amor, esse é o Jean, marido da Kate.

  Levantou-se, apertando a mão do rapaz em cumprimento:

*_Hi! Nice to meet you.

   Continuaram conversando, Jean parecia ser um homem de bem, vez outra trocava olhares com Katherine e sorriam como jovens apaixonados. Luciana ainda sentia uma pontinha no peito, definitivamente não havia perdoado-a por completo.

   Despediram-se e foram a outros passeios, a mente dela estava longe, não sabia que Katherine lhe causaria um impacto tão profundo. Victor tentava distraí-la, sem chance, aos poucos o silêncio reinou e ao voltarem para o hotel estavam calados.

_Está tudo bem, Luciana?
_Claro Victor, por quê?
_Sei lá. Senti que você ficou assim depois do nosso encontro com a Kate.
_Bobagem sua – Levantou-se escolhendo alguma roupa na mala.

   Victor sabia que ela iria desabafar, bastava apenas insistir. Aproximou-se, tocando-lhe o ombro:

_Pode falar, Lu. Aconteceu algo? Eu fiz alguma coisa?
_Não meu amor – O abraçou – Por enquanto nada.
_Então me diz por que está tão calada. – Passou o braço pela cintura, puxando-a mais para si.
_Vai se chatear se eu te falar?
_Não.

  Puxou Victor para sentarem na beira da cama.

_Acho que não consegui perdoar a Kate por completo.

  Victor baixou a cabeça, respirando fundo.

_Se não a perdoou, com certeza não me perdoou também.
_Não... Eu não sei Victor, mas a Kate me passa algo incomodante, uma energia ruim. Acho que eu tenho medo dessa volta dela, eu tenho medo de acontecer de novo...
_Então não confia em mim, Luciana? Quantas vezes vou ter que te pedir perdão?
_Victor, por favor, não entenda mal. O problema não é você, é a Katherine.
_Não Luciana! Você acha que vou fazer de novo. – Levantou-se irritado.

  Ficaram calados por alguns segundos.

_Eu também tive culpa, Victor. Se tivesse abdicado aquela viagem... Acho que seria diferente. – Sentiu a voz embargada – Não pensa que me culpo por isso?
_Sua culpa não pesa tanto quanto a minha. Acredite Luciana, eu fico me remoendo por dentro cada vez que lembro. E não pense que depois de tudo estou tratando a Kate como amiga de infância. Ela não teve culpa, ou teve, mas olhar para ela é a tradução do deslize que cometi.
_Eu sei, eu sei. – Levantou-se indo até ele o abraçando – Eu te amo Victor. Sei que você está se sentindo culpado, mas procura esquecer. Lembra que dissemos que iríamos deixar todos os problemas no Brasil e revigorar nossa energia aqui? – Ele consentiu – Então, pra que isso aconteça, temos que deixar o passado enterrado.
_Não, você não me perdoa. – Seus olhos marejaram
_Eu te perdoou e te perdoei a partir do momento em que te aceitei de volta. Nós seres humanos somos falhos, cometemos erros. Bola pra frente, vamos esquecer isso. – Limpou as lágrimas que caíam timidamente no rosto dele.

  Finalizou o assunto com um beijo carinhoso. Sentir os lábios de Luciana nos seus era a sensação melhor de todas.

_Me acompanha em um banho?
_Só se me prometer que vai usar aquela lingerie a noite.
_Ok.

   Com o chuveiro ligado, Luciana e Victor se acariciavam. As mãos dela percorreram pelo peitoral, descendo mais fazendo um carinho especial em Victor, que já estava com a respiração ofegante, apertando com força a cintura dela, puxando-a mais para si. Entregaram-se ao momento de amor.

   A noite estava linda, estavam em um clima romântico, passeando pelas ruas. Victor beijou-lhe o rosto, sussurrando no ouvido:

_Me disse que comprou várias lingeries, qual será a de hoje?
_Larga de ser curioso e vamos aproveitar mais o momento.

   Voltando para o hotel, pararam em uma rua estreita, escura, sombria. Victor jogou Luciana na parede mais próxima, recebendo como apoio o riso tímido dela. Tomou-lhe os lábios e beijou-a intensamente, empurrando-a mais para sentir todo clima em que o corpo dele estava.

_Vih, alguém pode nos ver.
_Nessa rua deserta? Acho impossível.

   Voltou a beijá-la. Como resposta, Luciana passou as unhas na nuca, puxando o cabelo dele, deixando-o atônito. Victor segurou uma das pernas, levando-a para o quadril, subindo com a mão, passando pelo vestido que ela usava. Percebendo que ela estava empolgada, parou.

_Mas... Por quê?
_Vamos terminar isso no hotel.

   Puxou-a para voltar a caminharem, agora ela estava nervosa, seu coração ainda disparava. Entrou no quarto indo até a mala para depois ir correndo para o banheiro:

_Quando eu voltar esteja com o mínimo de roupa possível.

   Colocou um conjunto, uma meia 7/8 para ajudar no clima, não esquecendo do colar que combinava com a lingerie e lhe dava um ar mais charmoso. Abriu a porta e lá estava Victor, sentado na cama, vestindo apenas uma boxer, ansioso. Olhou para ela minuciosamente, com um sorriso maléfico.

_Acho que vou querer ficar aqui em Veneza os 365 dias do ano.
_Bobo. – Sorriu timidamente
_Vem cá. – Bateu na cama.

   Luciana foi lentamente se acomodando, entrando na cama de joelhos, se desfazendo dos sapatos. Sentou no colo dele, de frente, podia ver o peito de Victor subir e descer rapidamente por causa da respiração ofegante. Fechou os olhos ao sentir a respiração dele no pescoço, beijando a região e sugando-a.

_Um dia ainda morro de tanto prazer, Luciana.
_Isso nunca vai acontecer, se morrer, te ressuscito com meus carinhos.

   Sentiu-o sorrir ainda com a boca em sua pele, apertou o quadril dela com força, suspirando e seguindo adiante com as carícias. As mãos dele foram direto as costas, desfazendo daquele sutiã que ela usava, tirando aos poucos, revelando o corpo da amada que não cansava de vê-lo e amá-lo. Tomou um dos seios com a boca, recebendo como resposta, Luciana puxando seu cabelo, pedindo para seguir adiante.

   Deitou-a na cama, descendo os lábios para a barriga, mordendo a barra da calcinha, arrancando dela risos tímidos em meio a gemidos. Apertou as coxas ouvindo-a aumentar a voz o suplicando para ir mais adiante. Voltou com os beijos aos lábios dela, sussurrando enquanto fazia um carinho especial com uma das mãos ainda por cima da peça intima:

_Não canso de te amar, Luciana.
_Eu te quero Victor. – Sussurrou.
_Como?... Assim?... – Intensificou as carícias, recebendo gemidos altos dela.
_Não, mais... Muito mais, Victor!

   Vagarosamente, tirou a peça de baixo, deitando sobre ela. Amou-a devagar, queria fotografar em sua memória cada momento, cada expressão de prazer, cada sorriso em meio ao desespero. Estavam em busca do prazer, estavam se amando perfeitamente, aquela noite algo era especial. Após relutar contra tudo e buscarem o prazer, ele chegou ao mesmo tempo para os dois, os gemidos altos entregaram, a respiração ofegante também. Victor acomodou a cabeça no peito dela enquanto procurava o ar que lhe faltava, lembrou-se da conversa naquela manhã, um medo de perdê-la acometeu-o. Sem ao menos perceber, uma lagrima caiu do seu olho, justamente no momento em que ela lhe fazia carinho no cabelo. Luciana sentiu a lágrima cair em sua pele, erguendo um pouco o rosto para lhe fitar:

_O que aconteceu, Vih?
_Nada. – Saiu de cima dela, deitando do lado, encarando o teto.
_Me fala. – Acomodou a cabeça no peito dele.
_Eu tenho medo.
_Medo do quê?
_De te perder, não quero passar por mais uma separação. Eu juro que tentei me esquivar, me perdoa Luciana.

   Ela ergueu o rosto para olhar diretamente para ele.

_Esquece isso amor, eu sei que está arrependido. Eu te amo e não vou deixar isso acontecer mais.

   Permaneceram em silencio até o sono invadir Luciana. Victor acomodou-a na cama, vestiu a cueca e foi até seu notebook ler alguns e-mails e saber se estava tudo bem no Brasil. Ainda sentia uma dor no coração, no fundo sabia que iria levar anos para Luciana ter sua confiança e lealdade de novo. Iria lutar para demonstrar a ela, iria lutar para tê-la como esposa para sempre. 

Continua...

______

*Tradução: _Oi! Prazer em conhecê-lo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário