Cap. 41

   

        Capitulo 41

   No dia seguinte tudo ocorreu normalmente, Victor voltou a viajar, deixou Luciana encarregada a escolher tudo para o quarto do bebê e sempre que podia ou tinha uma folga ia para Uberlândia e claro, matava a saudade.

   As semanas estavam passando muito rápidas, Victor e Luciana foram noticias por dias e dias nos sites de fofocas, algumas fãs demonstraram apoio ao casal, nas suas mensagens em redes sociais Luciana sempre recebia o carinho delas e embarcando nessa energia positiva sentia-se segura. Porém, a noticia da gravidez dela começava a rolar e em qualquer lugar que eles fossem fazer show sempre tinha uma pessoa curiosa perguntando sobre isso. Em uma tarde Victor decidiu esclarecer tudo, no twitter oficial da dupla mesmo postou a noticia:

“Nesse exato momento estou me sentindo pleno e completamente feliz. Família Chaves Zapalá Pimentel irá crescer! Obrigado Luciana, te amo. Victor C.”

   Com esse Tweet várias pessoas perguntaram e pediram que ele explicasse melhor, mas nada falou, só depois das fãs insistirem muito pra Luciana ela confessou em seu perfil no facebook.

    Os meses estavam passando muito rápidos e agora Luciana já estava entrando no quarto mês de gestação, sua barriga começou a ficar mais obvia e ela estava pausando nas suas atividades profissionais, vez outra tirava o dia para ficar em casa, Victor a cada aumentava mais a agenda de shows e com isso não tinha um tempo certo de voltar para casa o que a deixava bastante ansiosa, queria ter o contato olho no olho e matar a saudade. Pensou em seus pais que desde que houvera a briga não tinha ligado para saber noticias da filha, chorava sempre que pensava neles.

  Estava contente, o fim do expediente na clinica tudo tinha ocorrido bem, Gabriela apareceu.

_Doutora? – Encostou na porta que estava aberta.

   Luciana ao ouvir aquela voz virou-se rapidamente, correu até ela.

_Gabi – Abraçou-a forte – Quanto tempo, como está?
_Bem.

_Venha – Puxou-a para sentar no sofá – Me conte tudo, todas as novidades.

_Então (Acariciou a barriga) tô morando com o Vini.

_Que legal, mas estão se dando bem?
_Sim, será que é normal Luciana, fico estressada, discuto com ele e aí em menos de cinco minutos fico chorando.

_Claro que é, isso é normal da gravidez. Também tenho isso, agora estou passando o mesmo que as minhas pacientes.

_Eu vi em uma revista que você e o Victor estão juntos. Fico feliz.

_Obrigada. E aí, já fez a ultrassom?
_Sim, mês passado descobrimos o sexo do bebê.

_E...?

_Vai ser um menino. (Seus olhos lacrimejaram de felicidade)
_Que bom amiga (Abraçou-a) e a Karen, está gostando?

_Doutora, eu não vou mentir. Não gostei do jeito que a Karen me consulta, sabe, sei lá. Nessas ultimas consultas ela não está aferindo a minha pressão, não olha meu peso, enfim. Mas fazer o que né? Ainda é a minha mãe quem me banca.

_Gabi, a Karen está agindo de maneira errada.

_Eu sei, mas o Vini disse que quando arranjar um emprego fixo vai me ajudar e aí eu vou poder voltar pra cá. Queria tanto que você fizesse meu parto Luciana.

_Vai dar tudo certo Gabi, o Vini vai arranjar um emprego bem antes, farei minhas orações aqui.

O celular de Gabriela tocou.

_Luciana, o Vini tá aí na frente, eu tenho que ir.

_Ok, mas me promete que vai voltar para conversarmos com calma ok?
_Sim, pode deixar. Tchau.

   Abraçaram-se e Gabriela saiu, após isso Luciana sentiu um vazio enorme em seu peito, tudo o que queria agora era o Victor abraçando-a, voltou ao trabalho e quando estava terminando de arrumar sua estante ao virar-se viu seu amado ali, de braços cruzados, encostado na porta, encarando-a, correu até ele.

_Meu amor – Correu até ele e o abraçou.

_Oi minha morena.

   Luciana passou alguns segundos envolvida nos braços de Victor, aquele perfume dele que ela tanto amava, depois o empurrou na porta e roubou-lhe um beijo apaixonado, nem estava mais ligando para quem estivesse ali.

_Pensei tanto em você. – fez um carinho nas madeixas grisalhas dele.

_Eu penso sempre, já terminou aí?

_Sim.

_Então vamos que eu estou varado de fome.

   Pararam em um restaurante para jantar, aquela noite estava sendo perfeita para Luciana.

_Tati e o Leo queriam que amanhã fossemos pra fazenda. Seria legal.

_Seria mesmo Victor – Sacou o celular da bolsa e mandou uma mensagem para alguém.

_Hey, tá me traindo?

_Não, nunca! – Recebeu a resposta da mensagem. – Amanhã temos que ir mesmo para a fazenda. Acabei de confirmar com o Guilherme, pela manhã vou fazer minha ultrassom para saber o sexo do bebê.

  Victor quase se engasgou enquanto tomava o vinho e recebia essa noticia.

_Sério isso?
_Sim, eu estava esperando você chegar.

  Terminaram o jantar e Luciana jogou a chave do carro para Victor.

_Toma, dirige porque estou com sono.

_Ok, você quem manda.

   Aquele dia tinha sido muito puxado para Luciana, ela estava exausta e tudo o que queria era uma boa cama para dormir. O caminho até a volta pra casa ela dormiu, Victor acordou-a assim que chegaram.

_Lu, chegamos

   Cambaleando e com os olhos pesados, foi assim que Luciana foi para o quarto, tomou um banho para relaxar e não conseguiu raciocinar nada, entrou em um sono profundo, não viu a hora que Victor tinha deitado do seu lado, só percebeu isso ao acordar pela madrugada morrendo de sede, levantou-se e foi para a cozinha, foi surpreendida por ele ali bem próximo.

_Só uma sede pra fazer você sair do transe. – Se aproximou mais ainda dela e acariciou a região do ventre dela baixou a cabeça e ficou olhando para a barriga. – Hey, se você for um menino irá jogar bola comigo e vai tocar violão.

_Victor, você está conversando com o nosso filho? – Soltou um riso fraco

_Claro, dizem que conversar com os bebês ainda dentro da barriga é bom porque eles vão conhecendo a voz de cada pessoa.

_Onde você viu sobre isso?
_Em um livro sobre bebês que estou lendo.

  Luciana começou a rir alto, foi caminhando até o quarto, Victor envolveu um dos braços pelo ombro dela. Deitaram de conchinha, ele não parava de fazer carinhos na barriga dela.

_Se for menina, será uma linda mulher igual a você.

Luciana virou o rosto para ir de encontro ao dele.

_Por isso que te amo, você torna cada momento do seu lado ser especial.

   Beijaram-se tranqüilo e ela já não estando mais com sono em plena madrugada, acabou assistindo filme do lado dele. Era disso que Victor estava precisando, de um momento assim ao lado da pessoa que amasse, não precisava a vida ser somente sexo, o importante era ser feliz, acabaram dormindo já quando o dia estava clareando.

   Victor sentiu seu lençol sair do seu corpo abriu os olhos e lá estava Luciana, em pé na beira da cama.

_Bom dia dorminhoco, levanta que hoje temos ir pra minha consulta.

   Lutando internamente Victor foi ao banheiro para tomar uma ducha e todo aquele sono ir embora. Saiu revigorado e em menos de uma hora já estavam entrando no consultório de Guilherme, que os recebeu com um riso terno.

_Doutora. – Abraçou Luciana

_Para já com isso Guilherme – Foi direto pra cadeira sentar.

__Ok. – Olhou para Victor – Papai, tudo bem?
_Sim

   Guilherme aferiu a pressão de Luciana e verificou o peso. Voltaram para suas respectivas cadeiras.

_Doutora, está tudo bem, peso, pressão. Está seguindo a dieta que te mandei?

_Já... O Gui, né por nada não mas, podemos pular essa parte e já irmos para aquela maca ali – Apontou para a cama de ultrassom

_Só você mesmo Luciana – Olhou para Victor – O que eu faço com ela? É ansiosa desde que conheci.

_Pois é, esse é um dos defeitos dela – Victor olhou para Luciana e sorriram.

   Luciana deitou na maca e ficou esperando Guilherme passar o gel para iniciar a ultrassonografia, Victor ficou do lado dela, segurou-lhe a mão, ambos estavam nervosos.

   Para Victor que não entendia nada do que se passava naquela tela ele só fazia sorrir e não conseguia parar, era uma felicidade sem explicação. Ouviram o coração do bebê batendo, se olharam e os olhos lacrimejaram, em um momento Luciana apoiou os cotovelos na cama e arregalou os olhos.

Guilherme: _O que houve Luciana?
Luciana: _Essa é a parte em que você vai falar o sexo do bebê, acertei?
Guilherme: _Sim mas...

Luciana: _É uma menina – Ergueu a cabeça para olhar para Victor – Olha Vih, é uma menina!

Victor: _Como você sabe Luciana?
Guilherme: _Porque ela é obstetra. Você como sempre né Lucy, estragando o prazer do médico aqui. Sim, é uma menina.

    Luciana gritou, deitou novamente e começou a chorar de felicidade. Victor não sabia o que fazer ou dizer, ainda estava em transe, nervoso, sentiu suas pernas tremerem. Queria gritar aos quatro cantos do planeta que seria pai de uma menina. Limpou com os dedos as lagrimas que Luciana deixou-as correr livremente.

Guilherme: _Bom, é isso. Nem preciso perguntar se está feliz né?

Victor: _Na verdade eu nem sei o que dizer, eu... Eu só... Só quero gritar de felicidade.

Guilherme: _Isso é normal, os pais geralmente fazem isso. Bom, será que ao menos posso limpar sua barriga sem você se mexer Luciana? Obrigado.

   Saíram do consultório em uma felicidade fora do comum, assim que Victor entrou no carro sacou o celular.

_Vai ligar pra quem?
_Leo e a Tati, eles precisam saber dessa noticia.

_Porque não deixa para dar a noticia a eles pessoalmente? Não vamos para a Fazenda hoje?

_Você tem razão, e aí, vamos agora?
_Antes tenho que passar na clinica e resolver algumas coisas.

   Luciana ficou a parte da manhã ocupada, falou com Carol deu a noticia, saiu de lá ainda boba, não estava acreditando que tanta felicidade poderia acontecer em um dia só. Voltou para casa e após o almoço foram para a Fazenda, no meio da estrada Victor suava frio e estava dirigindo menos da velocidade permitida.

_Vih, está tudo bem? – Segurou a mão dele que repousava na caixa de macha

_Sinceramente? Não. Depois daquele susto e de você quase perder o bebê tô com receio de pegar no volante.

_Estaciona aí no acostamento – Ele foi para o local indicado e parou – Agora desce que eu quem vou dirigir.

_Não Lu, sua barriga está começando a crescer, algo pode acontecer.

_Vih estou grávida e não doente.

   Trocaram de lugar e para acalmar Luciana colocou uma musica tranqüila para que ele se acalmasse. Chegaram na fazenda e logo avistaram Matheus andando de bicicleta com Leo o ajudando e Antonio tentando correr com seus passinhos pequenos atrás deles, Victor sorriu internamente, era assim que ele queria que sua vida fosse no futuro, com seus filhos, bastante sorridente e com Luciana do seu lado. Desceram e logo todos da casa vieram ao encontro dos dois.

Tatiana: _Até que enfim vocês vieram ter um momento de lazer conosco

Victor: _Eu sempre venho mas a culpa é da Luciana que sempre está trabalhando.

Luciana: _Ah mas pode parar de ficar falando assim de mim, tô começando a dar umas pausas nos meus trabalhos, pego folga sempre.

Leo: _Cunhadinhaaa – Abraçou-a e depois acariciou a barriga dela – Como está meu sobrinho?

  Luciana e Victor trocaram olhares e sorriram.

Tatiana: _Hum, falem agora o motivo desse sorriso estampado na cara.

  Victor abraçou Luciana por trás e acariciou o ventre.

_Será uma menina.

  Todos pularam alegres e abraçaram os dois.

_Pra isso tem que se ter comemoração. Vamos fazer um churrasco aqui. – Leo falou entusiasmado

_Ahh pode deixar pra depois Leo? – Luciana pediu – É porque hoje a noite a Brenda pediu para que eu fosse ao hospital, ela vai ter que ir pra uma formatura da sobrinha.

_O trabalho... Como sempre – Victor ficou sério mas voltou a sorrir.

_Vamos entrar – Tatiana foi andando na frente para a porta da sala

   Enquanto Victor e Leo estavam na varanda conversando sobre assuntos profissionais, Luciana e Tatiana estavam na sala.

_Lu, você deve estar sabendo que mês que vem o Victor e o Leo vão para São Paulo para se apresentarem em uma entrega de prêmios de um canal de TV.

_Não

_Acho que o Victor esqueceu de te falar. Então, eles vão no sábado e voltam no domingo, acho que temos que encomendarmos nossos vestidos. Vou em um estilista se você quiser me acompanhar.

_Ok, eu marco contigo, isso é se o Victor me chamar né?
_Deixa de bobagem menina (Sorriram) se eu vou porque você que é a esposa do Vih não vai? E depois tá na hora de você conhecer todos os amigos do Victor que são da mídia: atores, cantores, apresentadores.

   Luciana nunca foi a nenhum evento com Victor quando eram amigos, as senhas eram sempre contadas e ela também não fazia muita questão, já fugia das festas da alta sociedade da sua cidade seria obvio que não ia a esses lugares requintados onde Victor era chamado, o ajudava a escolher roupas para a ocasião mas acabava ficando em Uberlândia e recebendo a ligação dele assim que ganhavam os prêmios.

   A tarde foi perfeita, Victor ligou para os pais para dar a noticia e em seguida postou no twitter e demonstrou toda a sua plenitude ao tirar uma foto com todos que estavam na fazenda naquela tarde e postar na mesma rede social:

“Família é a base de uma vida estruturada, feliz e plena. Tarde maravilhosa ao lado deles, aqueles por quem amo incondicionalmente. Victor C.”

   Voltaram para a cidade felizes, já no começo da noite Luciana pediu para que ele a levasse para o hospital para trabalhar, durante o trajeto conversaram.

_Lu, mês que vem vamos a São Paulo para nos apresentarmos.

_A Tati me disse.

_E eu quero que você venha conosco. – Segurou a mão dela e beijou

_Vou pensar.

_Poxa Lu, agora seria bom porque eu iria te apresentar a todos meus amigos que não te conhecem.

_Tudo bem.

   Pararam em frente ao hospital.

_Então quer dizer que hoje você não volta pra casa?

_Acho que não Vih.

_Ok, então é isso, não vamos fazer amor hoje? – Baixou a cabeça, o que fez Luciana soltar uma gargalhada gostosa

_Ainda dá tempo – Passou a mão nas coxas dele – Se quiser fazemos aqui no carro.

_Sai pra lá sua pervertida – Riram – Fica pra quando eu voltar de viagem.

_Ok, você não quer. – Abriu a porta do carro – Te amo e obrigada por tudo.

    Beijaram-se e ela logo saiu e foi trabalhar. A noite para Victor foi uma das piores, tocou violão mas sem Luciana para ouvir não tinha graça, tentou dormir mas a cama estava vazia sem os risos, as mãos bobas de sua amada enquanto ele assistia ou lia algum livro. No escuro do quarto pensou se acaso um dia não desse certo entre eles, seria assim, ele se sentiria só, incompleto, não quis mais pensar em nada, demorou mas por fim conseguiu dormir.

Continua...

Cap. 40

          Capitulo 40

    Victor sentiu uma dor forte na cabeça e no peito, soltou o cinto de segurança, ligou o pisca alerta e rapidamente desceu do carro, sentiu-se um pouco tonto mas não ligou. Aproximou-se da parte frontal do seu veículo e pode ver que no outro carro atingido não afetou muito, já o dele a lataria estava totalmente acabada. O condutor do outro carro desceu e foi até ele.

_Está tudo bem?
_Acho que sim – Sacou o celular do bolso – Vou ligar pro seguro, ele vai cobrir tudo.

_Espera, você é o Victor não é?
_Sim.

_Sou Henrique. Fique tranqüilo que vamos resolver isso na calma.

_Obrigado.

   Victor ligou para a companhia de seguro e logo depois para o corretor. Enquanto estava com o celular no ouvido se assustou, Luciana saiu do veículo pálida, estava com um corte na testa e outro no canto do lábio inferior.

_Luciana – Correu até ela

_Victor (Começou a chorar)

_Vem cá moça, sente aqui. – Henrique abriu a porta do passageiro e colocou Luciana sentada.

_Calma Lu – Victor se agachou perto dela. Quanto mais tentava limpar o rosto mais sangue caia.

   Henrique saiu dali e em pouco tempo voltou com uma garrafa de água.

 _Tome moça, está tudo bem?

_Acho que não.

_Victor, melhor encostamos os carros aqui no acostamento, já está começando a congestionar.

   Colocaram os carros no acostamento, Luciana não parava de chorar.

_Luciana, fica calma.

_Victor, me leva pro hospital, tô com medo... Meu bebê.

_Também acho melhor levá-la pro hospital Victor, vamos no meu carro.

   Victor travou seu carro e junto com Henrique levaram Luciana para o hospital, por sorte dela Guilherme – Seu médico obstetra e chefe – Estava de plantão. Colocaram-na em uma sala da enfermaria enquanto isso Victor foi preencher a ficha dela, ao entrar na sala percebeu que estava muito assustada enquanto conversava com Jéssica.

_Meu filho Jéssica e se acontecer alguma coisa?

_Luciana tenta se acalmar, não vai acontecer nada, Guilherme já esta chegando. – Ao perceber Victor na porta da sala se retirou, ele foi atrás dela. – Jéssica.

_Oi Victor?

_O que você acha? Será que o bebê está bem?
_Acho que sim por quê?

_Tô preocupado, ela estava sem o cinto de segurança na hora da colisão.

_Fica tranqüilo Victor, está tudo bem. Agora o que tem que fazer é ir até lá e ficar do lado dela.

  E assim ele fez, entrou na sala e se aproximou dela. Permaneceram em silêncio até Guilherme chegar.

_Luciana, como está? O que aconteceu?

  

  Luciana não parava de chorar, queria falar mas não tinha forças. Victor se pronunciou

_Eu bati meu carro, estávamos voltando da festa e... Aconteceu.

_Ok – Olhou para Luciana – Está sentindo algo Luciana?
_Até agora nada, mas estou com medo de ter acontecido algo com meu bebê.

_Vou mandar te encaminharem para a sala de ultrassom.

     Em alguns minutos já estavam na sala, enquanto Guilherme passava gel pela barriga de Luciana o silêncio predominava naquele local.

    Guilherme analisou calmamente, Luciana já estava ficando aflita, sabia que aquele silencio na ultrassom não era nada bom, começou a chorar mas foi parando porque aos poucos um barulho insistentemente começou a ecoar naquela sala, os batimentos cardíacos do bebê ficavam cada vez mais alto conforme Guilherme mexia.

_Bom Luciana, então isso soa como uma noticia boa né? Você mais do que ninguém sabe que está tudo bem com ele.

_Eu sei – começou a chorar de alegria – Obrigada Gui.

    Victor sentiu uma emoção muito forte, limpou o canto do olho para as lagrimas não caírem.

_Bom agora você vai para a sala de sutura, esse corte tá feio. Se vista enquanto isso vou fazer a prescrição do medicamento.

  Victor a ajudou a se trocar e foram para sala de Guilherme.

_Bom Lu é tudo aquilo o que você pede para as pacientes, repouso. Vou te passar um atestado de uma semana, está bom assim?
_Tudo bem.

_Ótimo. Agora você precisa fazer uns exames e ficar essa noite aqui sob observação

_Eu vou pra casa Gui. Tô me sentindo bem, o bebê está bem.

_Você quem sabe. Antes passe na enfermaria e assine na recepção sua saída.

    Luciana foi para a enfermaria, Jéssica fez os curativos e foram para casa de táxi, não dirigiu a palavra a Victor nenhuma vez, foi para o quarto tomar um banho.

_Eu te ajudo. – Victor ajudou-a

_Não precisa, sei me virar muito bem sozinha – Falou ríspida.

_Você não pode ficar sozinha, está sob observação.

_Se você quer me ajudar então fique aí calado.

    Tomou um banho rápido e foi para a cama, sentiu que fora arrogante com ele mesmo sabendo que o que ele queria era só ajudá-la. Tentou fazer as pazes enquanto ele estava sentado na beira da cama.

_E agora Vih, o seu carro.

_Bens materiais não é nada Luciana, estou preocupado com você.

_Liga pro reboque, seu carro ficou lá no acostamento.

_Vou fazer isso mas não agora.

_Vá com meu carro, veja se está tudo bem.

_Não vou te deixar sozinha.

_Pode ir Vih, estou bem, qualquer coisa te ligo.

    Olhou para Luciana e percebeu que ela estava bem ou aparentava estar, aquele curativo em sua testa deixou Victor se sentindo culpado. Levantou-se e foi até ela, beijou-lhe a testa.

_Promete que qualquer coisa me liga?

_Prometo. Quando chegar se eu estiver dormindo me acorda tá?

_Ok.

    Foi com o carro de Luciana até a rua onde estava o seu carro estacionado. A chuva começou a ficar forte e que o fez reduzir um pouco a velocidade, ainda tremia e a cabeça estava latejando. Desceu do carro e mais uma vez olhou o seu veículo ali, parado, lembrou da discussão que tivera com Luciana.

    Enquanto ele esperava o reboque alguns carros estavam saindo do local da festa, o show teria terminado, assim ele deduziu. Alguns amigos ao perceber que era o seu carro desceram preocupados mas nada mais podia fazer, o reboque chegou e levou o carro dele, já era madrugada quando chegou em casa, o silêncio predominava ali e tudo o que queria era ver se Luciana estava bem. Entrou no quarto e lá estava ela, dormindo, agarrada ao lençol, se aproximou dela e cobriu o ombro que estava descoberto. Tomou um banho para relaxar e tentar esquecer os últimos fatos e depois deitou do lado dela, afagou as longas madeixas dela, que se remexeu na cama.

_Vih? – Perguntou no escuro do quarto

_Oi Lu, já cheguei.

_Como foi? – Se virou, mesmo no escuro o encarou

_Está tudo bem, nem amassou tanto. Segunda antes de ir viajar eu resolvo isso.

_Está tudo bem com você?
_Só estou com dor de cabeça, mas vai passar.

   Em silêncio Luciana saiu da cama e foi até sua bolsa, sempre comprava remédios para dor de cabeça para Victor. Desceu até a cozinha pegou um copo com água para ele, ligou o abajur.

_Toma, se não melhorar vamos a emergência.

_Vou ficar bem Lu.

_Teimoso como sempre.

   Bebericou um pouco a água para só depois tomá-la com o comprimido. Sentiu uma dor no ombro esquerdo, passou a mão no local.

_O que foi Vih?
_Nada, só está doendo. Acho que na hora da batida dei um jeito.

_Se vira.

   Ele ficou de costas e Luciana sentou atrás fez uma massagem no ombro dele que o fez quase dormir ali mesmo.

_Está melhor?

_Agora sim.

   Desligaram o abajur e dormiram abraçados.

    Luciana abriu os olhos e pelo celular pode ver que passava das dez horas, olhou em todo o quarto e não achou Victor mas não demorou muito para ele aparecer no quarto com uma bandeja de café da manhã.

_Bom dia, está melhor? – Beijou-lhe o topo da cabeça.

_Acho que sim. – Sentou-se na cama.

_Quer que a bandeja fique aqui ou na mesinha?
_Coloca lá.

    Enquanto Victor colocava suco no copo Luciana foi ao banheiro, fez sua higiene arrumou os cabelos e voltou. Tomaram café em silêncio, algo os perturbava, a discussão não fora em vão e não tinham terminado.

_Luciana, precisamos conversar.

_Ainda sobre a Sarah? Precisamos mesmo.

_Só quero te pedir pra não acreditar em nada do que falam de mim.

_Como não acreditar se você sempre dá motivos Victor?

_Quero saber quais são os motivos que dou.

_Me conte, porque teve aquela vontade repentina de me chamar para ver o show se um dia antes combinamos que eu não iria?
_Luciana, existem coisas que não consigo explicar. Eu não estava preparado para te apresentar em publico, mas ontem de manhã decidi fazer isso. Será que da pra você acreditar em mim alguma vez?

  Luciana baixou a cabeça e sentiu algumas lagrimas caindo.

_Só queria que você me contasse a verdade algum dia Victor.

_E eu só queria que você parasse com essas crises de ciúmes, mas já vi que vai ser impossível.

       Victor POV ( Point of view / Ponto de vista)

    “Saí da mesa para não discutir com Luciana, ela estava em um estado um pouco grave, não queria que por minha causa perdesse o bebê mas sei que ontem ela ultrapassou dos limites ao desconfiar de mim. Não poderia falar a verdade para ela, como reagiria se eu lhe falasse do beijo que Sarah me deu semana passada? E de que ficamos a sós no camarim?

    Procurei passar o dia inteiro do domingo tocando violão, compondo musica e mais uma vez lendo e relendo o poema que fizera para ela, claro que se transformaria em uma musica linda mas não poderia mostrar a ela agora, seria surpresa para alguma ocasião especial.

    O almoço foi um dos piores da minha vida, Luciana não puxava assunto tampouco eu, mas aquilo estava me remoendo por dentro, vê-la assim tão perto e ao mesmo tempo tão distante de mim sem ver os sorrisos, as risadas perfeita e os seus lábios em contato com os meus, era muito ruim, precisaria fazer as pazes com ela ou então esse nosso dia de folga seria pior do que estava. Tentei me aproximar dela pela tarde mas Carol chegou e trouxe consigo seu filho até me animei e o chamei para ficar perto de mim, apresentei a ele meus violões, o moleque era esperto. Depois brincamos na grama, ele trouxe seu cachorro e logo tive em mente que quando meu filho ou filha nascesse eu iria comprar ou adotar um, me vi em uma situação paterna e pude perceber o quão prazeroso era isso. Carol e Junior ficaram lá até depois do jantar e pelo menos o clima ficou um pouco agradável, mas foi na partida deles que eu e Luciana nos olhamos e cada um seguiu seu caminho, eu para minha sala dos meus violões e ela mais uma vez se trancou no quarto, aquilo estava me deixando aflito.

    Criei coragem e subi para o quarto, tomei um banho para relaxar e me deitei do seu lado, apenas ficamos encarando a TV e cada um com seu pensamento, não esboçamos nada, riso nem lagrima. Criei coragem e acariciei sua mão.

_Tudo bem?

_Aham – Ela estava tímida

_Lu, não quero brigar, não depois de ontem. Fiquei com medo de você perder nosso filho.

_Também não quero Victor. Vamos esquecer isso.

Ficamos em silêncio – Mais uma vez – por longos minutos.

_Gostei de tomar conta do Junior.

_É, ele é um menino de ouro. Nem parece ter quatro anos.

_Lu, não deixa esse clima ruim tomar conta desse ambiente. Se te amo pra que ficarmos assim?

    Tomei-lhe os lábios e na minha empolgação não percebi que o canto da boca dela estava cortado, ela se afastou um pouco.

_Desculpe meu amor.

    Fui com mais calma e desci meus lábios para seu pescoço, que cheiro bom que ela tinha. Senti que Luciana puxou meu cabelo próximo a nuca me empurrando mais para si, estava querendo tanto quanto eu. Fiquei por cima dela e minhas mãos se ocuparam em sua calcinha, porém, ela me empurrou.

_Victor, não podemos – Estava procurando fôlego

_Por quê?

_Eu tive um susto ontem, o acidente. Nesses casos é melhor não ter relação por alguns dias, estou em observação.

   Aquilo me soou como um balde de água gelada, saí de cima dela e também fiquei procurando ar. Não estava conseguindo me concentrar em nada, só na minha transa que não aconteceria naquela noite, precisava lembrar de algum assunto para esfriar e todo o sangue concentrado em um certo lugar se dissipar.

_Estive pensando. – Puxei assunto – Se for menino, o nosso filho, vamos colocar Victor.

_Não Victor, fica estranho. Quando eu te chamar pela casa, os dois vão responder.

_Então Valentim.

Luciana soltou uma gargalhada gostosa.

_Esquece isso, depois conversamos.

_E se for menina, será Valentina.

_Que mania essa sua de querer que nosso filho comece com a letra do seu nome. Credo. – Sorriu

_Ok, então vamos falar de outra coisa. Temos que começar a pensar no quarto do bebê.

_Vou combinar um dia com a Tati para ela me ajudar. Vih, to com sono.

   Luciana se virou e ficou de lado bem próxima a mim, com os olhos fechados espalmou a mão sobre meu peitoral e toda a minha animação voltou, olhei para seus seios que conforme ela respirava eles apareciam e desapareciam no decote da camisola. Não sei o que ela tinha que mexia com todos os meus sentidos e minha sanidade mental ia embora rápido.

    Saí da cama e fui para o banheiro, molhei minha nuca na pia e ao olhar para baixo minha intimidade não havia se acalmado e eu não poderia voltar para cama assim já que ela não poderia fazer nada e não estava disposta a me ajudar. Me despi e tomei outro banho, não tive como me conter e ali mesmo me aliviei, me senti envergonhado por isso mas foi o único jeito. Voltei pra cama e ela dormia tranquilamente, me deitei e abracei-a, assim caí no sono profundo.”

Continua... 

Cap. 39

         Capitulo 39

_Que cara mais prepotente!

    Luciana não conseguia prestar atenção em nada, estava apenas andando pelos corredores do shopping.

_Luciana, deixa o Daniel pra lá. Isso é orgulho ferido porque você está grávida e esse filho não é dele.

_Será?
_Claro, imagina, ele sempre quis ter algo mais a sério com você e aí literalmente quem deu um ponto final foi ele mas não parece.

_Já estou cheia dessas indiretas do Daniel. Ahh mas eu quero só ver quando o Victor assumir nacionalmente que estamos juntos.

_Tá isso só vai acontecer mais na frente agora dá pra você se concentrar em o que quer comprar? Vem, vamos entrar nessa loja.

    Luciana demorou a escolher um look que a deixasse confortável, acabou levando mais de um vestido. Ainda passaram em uma loja de sapatos e mais uma vez ela saiu levando várias sacolas, lancharam e já no estacionamento Carol a fez prometer que não iria pensar mais assuntos que a deixasse bastante estressada e que em breve iriam aquele shopping de novo para comprar as roupas do bebê. Luciana chegou em casa e Victor estava deitado, se assustou ao vê-la entrando e na mão várias sacolas.

_Onde você estava?
_Esqueci de te avisar, fui ao shopping, tava precisando de roupas novas e uns sapatos. Ai Vih não ia pra festa hoje feia.

    Victor soltou uma risada, levantou-se e foi até ela para ajudá-la. Colocaram tudo no closet, desceram para jantar e ainda sobrou tempo para namorarem.

   Por incrível que pareça Luciana terminou de se arrumar primeiro que Victor, ficou admirando-o na porta do banheiro enquanto ele ajeitava o cabelo.

_O que foi? – Encarou-a pelo espelho.

_Nada. – Se aproximou dele – Você acha que estou bem? – Baixou a cabeça para olhar o look. 

_Você está maravilhosa – Abraçou-a – Vamos?

_Sim, temos que ir logo porque daqui a pouco eu vou ficar com sono.

   Durante o trajeto houve um mini congestionamento perto do local da festa, vários carros estavam entrando no estacionamento, Victor segurou a mão dela e beijou os dedos próximo a aliança.

_Ainda não entendi.

_O que?
_Hoje, nós estávamos ainda com roupa e você já estava com tesão em alta.

   Luciana riu alto.

_Tem coisas na gravidez Victor que nem eu que sou obstetra consigo explicar. É algo surreal, de momento. Acontece e pronto.

   Depois de longos minutos conseguiram chegar no local do evento, foram logo para o camarim.

Mateus: _Você prometeu e conseguiu trazê-la. (Abraçou Luciana)

Victor: _E acho melhor vocês começarem logo o show, vez outra ela sente sono aí o jeito é ir pra casa.

Jorge: _Agora vai ter que esperar, mas se quiser – Apontou para o sofá – Deita aí enquanto o show não começa.

Luciana: _Melhor não, isso não pega bem.

   Estavam todos rindo quando Sarah Oliver entrou no camarim deles.

_E a festa está boa aqui né?

  Luciana olhou para Victor e depois ficou encarando-a.

Jorge: _E aí Sarah, vamos lá pra fora?

Sarah: _Sai de perto de mim Jorge, meu papo não é com você e sim com meu delicinha – Se aproximou de Victor, olhou para os outros três ali na sala – Acho que agora é a hora em que saem para eu e o Vih conversarmos um pouco.

    Luciana ficou séria e saiu dali para não esmurrar Sarah, Jorge e Mateus bem que ficaram alguns minutos mas Victor pediu que os deixassem a sós, a dupla saiu dali.

_Sarah, precisamos conversar.

_Também acho, naquele dia você estava tão arredio, nem sequer saboreou meu lindo corpo – Se aproximou para beijá-lo, porém, ele virou o rosto.

_Não podemos mais seguir adiante com nosso lance.

_Ma-mas por quê? Como assim?

_Estou namorando.

_Ah fala sério. (Esnobou) você, Victor chaves namorando?

_Sim, por isso que não podemos mais ficar juntos.

_E quem é a piriguete?

_Não é piriguete, é a Lu.

_Lu, que Lu?
_Luciana minha amiga.

_A LUCIANA?! Tá na cara que ela está te acobertando de algo. Fala pra mim, é aquela dançarina de Porto Alegre que você esta tendo um caso não é? Eu soube.

_Que dançarina? Enlouqueceu? Olha, estou namorando a Luciana e não preciso te dizer mais nada. A amo muito.

   Sarah olhou profundamente para Victor por alguns segundos, sentiu verdade e logo veio uma fúria. Victor não poderia ser de ninguém, somente dela.

_Se você diz isso que tal perguntar a própria Luciana?

   Saiu dali como um foguete, procurou por Luciana em todos os cantos. Achou-a conversando com duas mulheres.

_Luciana precisamos conversar.

_Pode ser depois Sarah, estou conversando com a primeira dama da cidade.

_Não tem que ser agora. – Fora ríspida.

  As duas senhoras pediram licença e se retiraram dali.

_Agora fala Sarah.

_Você está namorando o Victor mesmo ou é só mais um blefe pra ele me tirar da jogada?

   Luciana sentiu seu corpo todo tremer, não sabia ao certo o que falar, mas seguiu adiante.

_Sim, estamos namorando, por quê?
_Ah não mente pra mim Luciana.

Victor se aproximou das duas.

Sarah: _Ainda bem que você chegou Victor, vamos lá, se vocês namoram mesmo quero ver os dois se beijarem e nada de selinho. (Cruzou os braços)

Luciana: _Não temos porque tentar te convencer Sarah, acredite se quiser.

Victor: _Não seja por isso.

   Victor segurou o rosto de Luciana e deu o beijo mais apaixonado que dera em sua vida. Luciana quebrou o beijo e ficou cabisbaixa, ele abraçou-a de lado.

_Satisfeita Sarah? – Victor arqueou uma das sobrancelhas

_Isso é patético. – Se retirou dali.

_Victor, não precisava disso.

_Agora entendeu porque eu queria que viesse?

   Posaram para fotos de sites e Victor fez questão de andar com Luciana de mãos dadas. Vários curiosos perguntavam e ele respondia bastante tranqüilo que sim, estavam namorando.

   Enquanto o show de Jorge e Mateus estava acontecendo eles ficaram em um camarote, Victor não parava de mimá-la com abraços, selinhos, carinhos em publico. Em um momento que ele saiu para pegar bebida ela sentiu uma mão segurar seu braço bem forte e arrastá-la para fora do camarote, ficaram no corredor que dava acesso a todos os outros.

_Sarah? O que você quer?
_Escuta Luciana se você está realmente namorando o Victor quero que saiba, nós tínhamos combinado de nos encontrarmos aqui. Ele estava te enganando o tempo todo, semana passada eu estive com ele. Ahh e sem contar na tal dançarina que ele estaria conhecendo em Porto Alegre.

  Luciana sentiu sua pressão cair, estava trêmula mas não deixou que ela percebesse.

_E você acha que vou acreditar no que você fala Sarah?

_Te provo, sabe por que estou aqui? O Victor que arranjou esse evento para mim, até porque não conheço quase ninguém nessa cidade. E porque eu iria representar uma marca de cerveja se eu não sou a garota propaganda oficial? Eu e o Victor temos um laço muito forte Luciana e não vai ser você nem aquela vadia dançarina quem vai  nos atrapalhar.

    Sarah saiu de perto dela e com seu longo salto agulha foi se distanciando. Luciana, ficou inerte ali, procurando forças no seu interior. Na sua mente logo veio Victor enganando-a.

_Lu, o que você veio fazer aqui? – Victor se aproximou, percebeu que ela estava pálida – Está tudo bem?
_Victor, me leva pra casa.

    Foram até o carro sem dar uma palavra. Luciana queria chorar mas não conseguia, com o carro já em movimento Victor puxou assunto.

_O que deu em você? Está tudo bem?
_A Sarah.

_Ah não Luciana, ela te procurou, encheu sua cabeça com besteiras e saiu. Acertei?
_Ela me disse que você tinha combinado de se encontrar com ela.

_EU?! Aquela garota é maluca e você acredita mais nela do que em mim? – Alterou a voz

_E sobre essa tal dançarina, quem é ela?
_QUE GAROTA? Luciana você está viajando junto com a Sarah. NÃO TEM NINGUÉM, ISSO É CONVERSA DELA.

_TÔ COMEÇANDO A ACHAR QUE VOCÊ TEM CULPA EM ALGO. SABE QUE ELA FALOU A VERDADE? COMO ELA IRIA TRABALHAR EM UM EVENTO AQUI SE VOCÊ NÃO ARRANJASSE?

   Victor olhou para ela, esqueceu que estava com o carro em movimento, aquilo o cegou.

_A SARAH É LOUCA E VOCÊ AINDA ACREDITA NELA?

_VOCÊ NÃO ESTÁ ME CONVENCENDO VICTOR, MELHOR MUDAR SEUS ARGUMENTOS! Agora entendi porque você não queria me trazer, para se encontrar com ela né?

_EU ESTOU DE SACO CHEIO DESSAS SUAS DESCONFIANÇAS! QUANDO VAI CONFIAR EM MIM? DETESTO CIUMES PERTO DE MI...

    Percebeu que Luciana arregalou os olhos enquanto virava o rosto e olhou para a frente, assim que Victor também olhou para frente, tarde demais... Seu veículo se chocou com outro que tinha reduzido a velocidade por conta de uma lombada eletrônica.

Continua... 

Cap. 38

         Capitulo 38

  

    Aviso: Este capítulo contém cenas de sexo. Se você se sente desconfortável, não leia =P 

    

   Antes mesmo de abrir os olhos Victor tateou a cama numa esperança de fazer as pazes com Luciana, tudo o que estava fazendo era para o bem de sua amada, sabia do que Sarah era capaz. Ao procurá-la não achou, seus olhos percorreram por todo o quarto e não achou-a. Olhou a mensagem da noite anterior diversas vezes ate tomar uma decisão: iria levar Luciana aquela festa e caso Sarah resolvesse armar seus escândalos ele estaria lá para proteger Luciana.

   Tomou um banho para despertar o sono e desceu, Luciana ajudava Lourdes na cozinha, ambas estavam aos risos.

_Bom dia. – se aproximou delas

_Bom dia – Luciana estava de costas pra ele, encostada no balcão da pia.

  Victor se aproximou e abraçou-a por trás, acariciou o ventre dela.

_Tudo bem?

_Sim.

    Em nenhum momento ela o encarou, ele sentou-se para tomar café e sentiu um clima pesado ali, também pudera, a noite fora tensa. Luciana saiu dali e subiu para o quarto, o que fez Victor fazer o desjejum mais rápido da sua vida. Subiu e ao procurá-la no cômodo achou-a no closet, sentada no chão, no cabelo um coque mal feito, pernas cruzadas estilo yoga e vários papeis no chão, se sentiu bastante atraído vendo-a dessa maneira despojada, passou em sua mente varias coisas feitas a dois. Procurou focar no assunto.

_Lu

_Oi – ergueu a cabeça para encará-lo.

_Me desculpa por ontem

_sobre o que? – logo lembrou – Ahh, esquece Vih, você tem razão, se vai a trabalho o que vou fazer por lá? Também ultimamente não estou sendo boa companhia pra ninguém, se eu for com você não vai demorar muito para sentir sono e te pedir pra voltar pra casa, não quero te atrapalhar.

_Mas agora eu quero que você vá comigo

_Como?

_Quero que vá comigo.

_Ah Victor tem certeza que quer?

_Toda a certeza do mundo. – se ajoelhou atrás dela e mais uma vez acariciou a barriga. – nossa, ela cresceu bastante desde a ultima vez que te vi. Esta linda

    Percebeu que ela se arrepiou na região da nuca, com a mão esquerda segurou-lhe o queixo e beijou-a profundamente. Quando menos esperaram Victor já estava sentado no chão e Luciana em seu colo, uma perna da cada lado e já se retorcendo com as ondas de prazer.

_Lu, eu... Ainda não fiz nada e você... – Olhou para baixo e ouviu um gemido de prazer dela.

    Sentiu-se mais excitado, literalmente estavam transando só que sem contato carnal, quanto mais Luciana mexia o quadril procurando de alguma maneira sentir o membro dele mais ele ficava sem fôlego e sem saber o que fazer.

_Vem – Levantou-se e ajudou-a – Vamos fazer isso em um local decente.

_Victor, acho melhor não. A Lourdes está aí e...

   Victor puxou-a para o banheiro, passou a chave e em seguida colocou-a sentada no mármore da pia, ajudou-a a tirar o vestido e a calcinha. Parou alguns segundos inerte admirando os seios de Luciana, não perdeu tempo, no vale entre eles deu um beijo para depois alcançar um deles e chupar prazerosamente, ela espalmou as mãos no mármore e entrelaçou as pernas no quadril dele. Victor já sentia sua intimidade clamar para invadi-la e assim fez, puxou-o para fora da cueca e penetrou-a de uma vez só, atingiram o ápice rápido e no fim estavam debaixo do chuveiro aos beijos e carinhos.

_Promete que vai hoje comigo?

_Ainda não sei Victor, tenho que pensar melhor.

_Por favor – Afagou-lhe o rosto

_Ok.

 Foram interrompidos por Lourdes que batia na porta.

_Victor, os seus amigos chegaram.

 Luciana se assustou.

_Você convidou quem?
_O Jorge e o Mateus para virem aqui almoçar. Disse a eles que viessem assim que chegassem na cidade. Termine aí e desça, eles querem te ver.

   Victor saiu do banheiro, trocou de roupa rapidamente e desceu. Assim que Luciana saiu do banheiro recebeu uma ligação, era uma paciente, a bolsa tinha estourado e estava desesperada sentindo as contrações. Trocou de roupa, pegou as chaves do carro de desceu, achou Victor na sala bastante animado, Jorge foi correndo abraçá-la.

_Luciana! Que saudades.

_Oi Jorge, tudo bem?
_Tudo sim.

_Lucy – Mateus abraçou-a.

_Como vocês estão? Nunca mais vieram aqui.

Mateus: _Pois é, quase não temos tempo, mas te prometo que um dia de folga venho pra cá.

Jorge: _Precisamos ver o Leo também, fazer aquele churrasco.

Victor: _Não falo mais nada, vocês só prometem e não cumprem.

  Todos sorriram.

Jorge: _Mas não muda de assunto – Olhou para Luciana – Então quer dizer que pegou a Luciana jóia rara pra você?

Luciana: _O que?
Victor: _Relaxa Lu, falei pra eles que estamos juntos – Foi até ela e abraçou-a por trás.

Mateus: _Gostei, faço votos mas estou triste, só porque eu queria dar uns pega na Lucy você vem e fisga logo ela?

Victor: _Tira o olho que essa já tem dono.

  Lourdes apareceu na sala.

_Victor o almoço está pronto.

Jorge: _Então vambora almoçar, tô morrendo de fome.

Luciana: _Fiquem a vontade, infelizmente não vou poder acompanhá-los.

Victor: _Porque Lu?

Luciana: _Uma paciente ligou pra mim e a bolsa estourou. O trabalho me chama.

Mateus: _Poxa Lucy, então nos vemos mais tarde?
Luciana: _Acho que sim.

Victor: _Acha não, ela tem certeza.

   Luciana despediu-se de todos ali e foi trabalhar, no fim da tarde estava pegando seus pertences no armário quando Carol se aproxima.

_Carol!

_Lu – Abraçou-a

_Kaká preciso, necessito de você.

_O que houve?
_Então, você está saindo ou entrando no plantão?
_Saindo, por quê?

_Ai amiga, o Victor me chamou para ir pro show do Jorge e Mateus e eu preciso comprar um vestido novo.

_Ah fala serio Lu, cadê aqueles vestidos que você sempre compra sem necessidade?
_Estão lá no guarda roupa, o problema é que estou ficando com o quadril largo e quase nada entra em mim.

_Nossa, lembrei agora da minha gestação, perdi roupas pra caramba.

_Então você me ajuda?

_Claro que sim, aproveitamos e compramos roupas pro meu afilhado. – Acariciou a barriga de Luciana.

  Daniel se aproximou das duas.

_Luciana, você está grávida?!  

   Luciana ficou com receio de falar, ainda não sabia até que ponto da conversa ele tinha escutado. Ergueu a cabeça e firmemente falou

_Sim

_E quem é o pai? O Fernando?
_Te interessa saber?
_Está em duvida? Se estiver faça o exame de DNA – Falou bastante irônico.

_É mesmo? Tenho certeza quem é o pai desse meu filho, falando vida dos outros como está a sua Karen?

Carol: _Hey, vamos parar com essas farpas vindas dos dois ok?

Daniel: _Não sei porque você está preocupada com a Karen, fique sabendo que ela sim é uma moça direita, estamos namorando e em breve nos casaremos.

Luciana: _Se é que ela vai te aturar né? Porque venhamos e convenhamos que você não é boa companhia pra ninguém.

Carol: _O que deu em vocês hein? – Ficou entre eles – Aqui está parecendo duas crianças discutindo. Hey, se liguem, somos sócios.

Daniel: _Sociedade essa que agora pra mim tanto faz como tanto fez.

Luciana: _Vai se ferrar Daniel. – Saiu da sala.

Daniel: _Carol, quem é o pai do filho dela?
Carol: _Em breve saberá. Tenho que ir.

   Saiu da sala para Daniel não lhe encher de perguntas e foi para o estacionamento, Luciana estava sentada no carro, com a porta aberta, procurando ar.

_Lu não fica assim, olha o que o Dani faz com você.

_Estou melhor agora Ká, te encontro lá no estacionamento do shopping ok?
_Ótimo.

   Saiu dali para não cruzar mais com Daniel, queria encher a boca para jogar na cara dele que o pai do seu filho era um homem bem melhor que ele, queria simplesmente dizer que Victor era o pai daquele bebê.

Continua...