Cap. 31

          Capitulo 31

   Victor conseguiu cochilar um pouco depois que recebeu a ligação de Leo, mas após um pesadelo sobressaltou e em meio segundo estava sentado, suado. Com certeza o pesadelo estava o perturbando. Sonhou que Luciana estava sentada na cama e chorando muito, em suas mãos tinha sangue assim como no vestido, ela o culpava em meio ao choro e em seguida corria para a varanda e se jogava.

_Ainda bem que tudo não passou de um pesadelo – sussurrou para si.

   Levantou-se ainda nervoso e trêmulo, olhou para Luciana que dormia perfeitamente, se aproximou, ficou de joelho próximo a cama e acariciou pela décima vez naquele dia as longas madeixas preta.

_Essa péssima fase vai passar Luciana... Eu te prometo. Estarei do seu lado ate o fim, tudo ficará bem.

    Sentiu-se um tolo ao perceber que a sua amada continuava em um sono perfeito. Saiu dali e foi tomar um banho, o sonho não saía da sua cabeça, sua culpa veio mais forte. Se não tivesse pedido a Luciana para visitarem os pais dela agora estariam na fazenda com toda a sua família, ao lado daqueles que como sempre lhe dera apoio. Saiu do banheiro, colocou uma bermuda jeans e uma camisa bem confortável, foi para varanda e assim permaneceu por longos minutos, aquela cidade aparentava ser calma, calmaria essa que ele sempre gostou. Avistou um posto de gasolina e nele tinha uma loja de conveniência, decidiu comprar algumas guloseimas para Luciana, colocou um boné deixando a aba baixa para esconder os olhos facilitando assim das pessoas não lhe reconhecer.

    Andando pelos mini corredores do estabelecimento, Victor achou a prateleira de biscoitos, soltou um riso e lembrou-se de Luciana, pegou o biscoito favorito dela e ainda mais algumas coisas. Passou no caixa e a funcionaria ainda o olhou desconfiada, por pensamento dela imaginou que fosse sim o Victor Chaves, mas nunca que ele iria parar naquela cidade e ainda por cima ali comprando guloseimas. Ele voltou para o hotel em passos lentos, precisava distrair-se um pouco, no caminho viu algumas crianças brincando na praça e soltou involuntariamente um riso tímido imaginando que em breve queria ver seu filho assim, cheio de saúde. Ao entrar no quarto ouviu o celular de Luciana tocando, atendeu.

_Victor? Aqui é o Lucas

_Oi Lucas

_Como esta a Luciana? Ela não quis atender o celular

_Não é isso Seu Lucas, a Luciana esta dormindo.

_E como ela esta?

_Chora direto

_Será que se eu pedir pra você falar com ela você faria isso?

_Claro Seu Lucas, é só me dizer o que o Senhor quer q eu fale.

_Diga a ela que a noite estou indo aí buscar vocês, ela e a Geovana merecem uma segunda chance

_Também acho, falarei com ela assim que acordar

_Obrigado Victor, sabia que poderia contar com você. Ate a noite.

   Desligaram, Victor ficou fitando Luciana e assim ficou por longos minutos. Luciana foi abrindo os olhos aos poucos, olhou para ele fez um sorriso.

_Sonhei com você

_Mesmo? Então está explicado a calmaria estampada no rosto enquanto dormia.

   Luciana levantou-se e foi ao banheiro, ao sair de lá Victor lhe mostrou o pacote de biscoito.

_Lembrei de você.

_Meu biscoito favorito.

    Correu até a cama e abriu numa rapidez a embalagem, devorou o primeiro como se nunca tivesse comido algo tão delicioso assim.

_Onde você conseguiu?

_Na conveniência do posto aqui perto.

_Espera, você foi até lá e comprou isso pra mim?

_Ah eu tinha acordado, não tinha nada pra fazer...

_Ai meu amor – Beijou a bochecha dele.

   Victor sabia que toda essa alegria iria embora assim que tocasse no assunto sobre seus pais.

_Lu, seu pai ligou pra você.

_E você deixou tocar?

_Não, atendi.

_Não Victor, já imagino o que ele quer. – Ficou seria.

_Lu, acho que você tem que ter uma segunda chance com a sua mãe. Pense como ela está, acabou de saber que sua única filha está grávida.

_Victor não começa, você não conhece minha mãe... – Levantou-se da cama.

_Luciana, o que custa tentar uma segunda conversa com ela?

_Você não conhece minha mãe. Sabe esse mesmo pensamento de hoje no almoço? É pior agora, o jeito é me afastar dela.

_Seu pai vem nos buscar mais tarde.

_Eu não vou.

_Luciana, você tem quantos anos mesmo? 15?

_Quer saber Victor? Eu vou só pra mostrar pra você como é a minha família e só assim vai entender que eu estava certa todo tempo.

    Luciana foi para varanda pensar na vida, já imaginava um segundo round onde mais uma vez ela e sua mãe seriam protagonistas.

_Hey – Victor apareceu e ficou encostado na porta da varanda

_O que você quer? – Sentiu que fora bastante ríspida

_Não queria que você ficasse assim. – Sentou do lado dela, beijou o topo da cabeça

_Às vezes você me irrita Victor. (Começou a chorar) Eu já sei o que vai acontecer, a família é minha, por isso não duvide de mim.

    Ficou chorando enquanto Victor saiu dali e foi para a cama assistir TV, se sentia uma infantil mas sabia o que estava por vir. O jantar foi servido no quarto mesmo, jantaram calados. Após isso Luciana tomou um banho e se arrumou ainda calada, Victor também, ficaram esperando Lucas ligar para ela. Assim que tocou o celular ela não atendeu, desceram. Lucas estava na porta do hotel.

Lucas: _Minha filha

Luciana: _Oi pai – Entrou no carro bastante séria

    Victor bem que puxava assuntos paralelos com Lucas para ver se descontraia o ambiente, mas Luciana estava visivelmente séria, talvez estivesse preocupada, já tinha se estressado demais durante o dia e não queria fazer um mal para o bebê que estava carregando em seu ventre. O carro foi reduzindo a velocidade e logo entraram na mansão, foram logo para a sala.

Lucas: _Espere aqui um minuto Luciana, vou chamar sua mãe.

   Ele saiu e deixou o casal a sós. Victor olhou de uma maneira suplicante para que Luciana o perdoasse e não só o perdoou como foi até o encontro dele, o abraçou forte.

_Tô com medo Victor.

_Calma, vai dar tudo certo.

   Ela queria que esse abraço acabasse nunca mais, mas Lucas limpou a garganta para que os dois acabassem e se virassem para ele que agora estava com Geovana do seu lado. Luciana, gelou ao ver sua mãe ali.

Victor: _Seu Lucas, então, o senhor pode me oferecer aquele licor?

Lucas: _Claro Victor, venha, vamos para meu escritório.

Os dois saíram deixando as duas a sós.

_Mãe – Sussurrou

_Sente.

    Sentaram no sofá e se sentiram incomodadas com o silêncio que pairava naquele ambiente. As duas queriam quebrá-lo, iniciando uma conversa mas não sabiam como começar.

_Mãe... Eu...

_Esqueçamos o que aconteceu hoje a tarde Luciana, me senti mal por aquilo.

_Ok.

   Mais uma vez ficaram em silêncio, isso estava incomodando Luciana.

_Mudou a pintura da sala.

_Sim, aqui estava precisando de uma cor clara.

_Ficou bonito.

  Geovana não suportou esse vácuo que permanecia entre ambas.

_Luciana... Precisamos conversar.

_Sobre?
_Não se faça de boba, sabe muito bem o que precisamos conversar.

_Acho melhor não mãe...

_Estive pensando, porque você não vem morar aqui? Eu e o Lucas te ajudamos, ele pode arranjar um emprego pra você no hospital da cidade.

_Espera, é isso o que eu acabei de ouvir? Você acha que a solução dos meus problemas é fugir de lá pra vir morar aqui? Não vou largar a minha vida que construí lá mãe.

_E você acha que essa sua vida de namorada feliz vai durar por muito tempo Luciana? Acabe com isso antes que quem saia sofrendo seja você

_Você como sempre... Criticando o Victor, quando vai parar?
_Quando você enxergar que essa não é a vida que eu imaginei pra você! – Alterou a voz

_Então me diz qual vida que você quis pra mim?

_Qualquer coisa menos te ver correndo atrás de um cara que não lhe quer.

_Você nem sabe como é a minha vida ao lado do Victor pra vir com criticas.

_Uma mãe sente quando a filha está no caminho errado. Luciana, ainda há tempo de você sair de perto dele.

_Juro que não vou ouvir essas asneiras vindas de você. – Levantou-se – Como pode falar isso?

_Você está entorpecida pelo amor Luciana, não está enxergando a verdade. Me diga, quando foi que ele te apresentou para a família? E os amigos dele, sabem? E quando ele vai assumir publicamente que está com você?

_Cala a boca que é melhor pra você. Melhor eu ir embora, sabia que nossa conversa daria em nada.

   Luciana foi em direção ao escritório, antes pode ouvir a ultima frase de Geovana.

_Escreva o que eu estou dizendo Luciana, esse rapaz vai lhe deixar e você vai bater em minha porta me pedindo perdão!

    Palavras vindas de mãe, um frio tomou conta da filha. Luciana apressou os passos até o escritório, abriu ele e pode ver Lucas e Victor sorridentes, sorriso esse que cessou ao vê-la.

Lucas: _Minha filha, está tudo bem?
Luciana: _Vamos Victor (Sentiu sua vista embaçar, as lágrimas iriam cair.)
Victor: _Mas Lu, não faz nem cinco minutos...

Luciana: _Eu falei pra irmos embora agora! (Repreendeu-o)

Lucas: _Eu levo vocês.

    O trajeto até o hotel todos foram calados, antes de descer do veículo Lucas pediu que Victor os deixasse a sós.

_Me desculpa Luciana, eu só queria que as coisas entre você e a Geovana se acertassem.

_Você não tem culpa pai. – Começou a chorar.

_Fique calma, um dia tudo entre vocês irá se ajeitar.

_Enquanto ela renegar o Victor... Acho que isso nunca vai acontecer. Tenho que entrar, boa noite.

_Boa noite e antes de sair de São Paulo ligue pra mim.

_Pode deixar

    Abraçaram-se uma ultima vez, Luciana subiu e não sabia o que dizer para Victor, ele estava deitado mexendo no celular, parou o que estava fazendo assim que a viu.

_Vem cá – Foi até ela e a abraçou

_Tenho pavor de ter uma mãe assim (Começou a chorar)

_Calma Lu.

   Sentaram na beirada da cama.

_O que ela falou?

_Nada.

_Como assim? E porque está chorando? E porque discutiram?

_Esquece Victor, não quero comentar.

_Não sei o que aconteceu, mas deve ter sido bem pior que o almoço.

_Já disse que não foi nada demais! Me deixa sozinha.

     Luciana foi para o banheiro chorar, tomou um banho e refletiu, de alguma maneira sua mãe estava certa. Victor iria lhe deixar, ela sentia que não era pra sempre esse romance entre os dois. Chorou mais ainda com esse ultimo pensamento, voltou para o quarto.

_Ela quer que eu volte a morar aqui. – Sentou na cama.

_Co-como assim Lu?

_Ela quer que eu largue tudo o que eu construí lá em Uberlândia pra vir pra cá. (Escondeu o rosto com as mãos)

    Victor ficou pensativo, talvez Geovana estivesse certa, não queria magoar Luciana mas com tudo o que aconteceu a duvida ainda estava em sua cabeça, e se não a fizesse feliz? E se o filho que ela carregava não fosse seu? Agora tinha medo do que o futuro reservara para os dois.

_Calma Lu, toda mãe é assim. Elas querem nos proteger do mundo, isso é normal.

_Deve ser, vou deitar que minha cabeça está doendo.

   Victor vai para o banheiro, se olha no espelho da pia e fica se perguntando mentalmente se era isso o que queria pra ela. Por sua causa ela declarou guerra com a família, iria se afastar mais ainda deles. Terminou de se trocar de voltou para a cama, Luciana estava pensativa, deitou do lado dela e acariciou o rosto.

_Tudo bem?
_Acho que agora sim.

    Em meio a troca de carinhos adormeceram. Pela manhã partiram bem cedo para Uberlândia. Victor ainda tinha uma viagem para fazer, entrou em casa e não perdeu tempo, tomou um banho para tirar o cansaço. Luciana acordou calada e assim permaneceu, ficou sentada na cama dele mas ao vê-lo indo em direção para o closet com a toalha envolta na cintura foi atrás, sentou em um puff e ficou maravilhada com a visão: Victor com os cabelos molhados tirou a toalha e vestiu a calça, estava abotoando-a quando ergueu o rosto e a viu ali com cara de desejo. Aproximou-se e depositou um selinho nos lábios dela.

_Tudo bem?

_Acho que não, melhor você se afastar de mim se não eu te ataco.

  Ele não conseguiu controlar o riso.

_Não perguntei por isso, perguntei se você irá ficar bem depois de ontem.

_Ahh (Ela baixou a cabeça) Acho que sim.

_Então posso viajar tranquilo?

_Sim, vai lá.

_Lu, não vai trabalhar hoje, você tem que descansar.

_Se eu ficar aqui sozinha vou enlouquecer. – Olhou para o peitoral dele – Vem cá me fazer um carinho antes de ir embora.

   Victor tomou os lábios de Luciana com vontade e desejo, ela já estava animada e desceu a mão para dentro da calça dele, tudo estaria bem se Lourdes não entrasse no closet. Sempre acostumada a entrar no quarto dele e não ver nada demais dessa vez ela ficou sem jeito, os dois também.

_Eu... Depois eu falo,Vitor. – Saiu.

    Os dois se olharam e ficaram pasmos por longos segundos, Lourdes pegou-os no flagra.

_Victor, temos que falar para a Lourdes.

_Acho que vou ter que deixar isso pra você Lu, o Leo esta ligando pra mim, estou atrasado.

   Victor terminou de se arrumar e foi embora, Luciana o levou para o aeroporto, na volta, decidiu falar para Lourdes.

_Lourdes, precisamos conversar.

_Se for sobre o que vi não precisa Luciana, eu já imaginava que isso estava acontecendo, principalmente naquele dia em que você chegou passando mal.

_Assim eu fico mais tranquila, mas acho que você tem que saber de outra coisa.

_O que? – Estava de costas enxugando os pratos.

_Eu e o Victor... É... Eu estou grávida.

    Lourdes deixou um copo escapulir das suas mãos, acabou caindo no chão. Luciana foi até ela para ajudá-la a recolher os cacos de vidro.

_Está tudo bem Lourdes?
_Claro, só foi o susto... O Vitor, sendo pai.

_Pois é, bom, eu tenho que ir trabalhar.

    Luciana saiu dali rapidamente, estava nervosa e só queria que os dias passassem rápidos para ter Victor em seus braços.

Continua...

Cap. 30

         Capitulo 30

    Vinda de família totalmente requintada, Geovana sempre imaginou Lucas levando sua doce filha para o altar, Luciana vestida de véu e grinalda, a alta sociedade toda ali vendo a sua menina que agora era uma mulher feliz e radiante rumo ao caminho da felicidade, tudo do jeito que ela sempre sonhou. Mas agora tudo aquilo não passava de uma visão em sua mente, uma imaginação. Estava na cozinha da sua casa, em um almoço que tinha tudo para ser perfeito se a sua filha não tivesse dado uma noticia desagradável. Repetiu inúmeras vezes em sua mente em apenas um segundo a frase que Luciana dissera, sua menina estava grávida.

_GRAVIDA?!
_É mãe, sabe como é...

_Mas, como assim?! – Levantou-se

_Mãe, relaxa.

_Luciana como relaxar? Só não me diga que esse bebê é do Fernando... Ele fez isso com você e te deixou?

   Luciana soltou o ar pesadamente, sabia que mais um pouquinho e acabaria discutindo com sua mãe.

_Não mãe, não é do Fernando. Eu e o Victor... Não nos prevenimos.

_E VOCÊ FALA COM UMA NATURALIDADE DESSA? LOGO VOCÊ LUCIANA QUE É MEDICA OBSTETRA! – Olhou para Victor – E você é um irresponsável!

   Luciana se levantou da mesa e espalmou as mãos na mesma.

_O Victor não é o culpado disso tudo, eu também sabia o que estava fazendo. Por isso não me trate como uma criança, isso é normal hoje em dia.

_AHH ENTÃO QUER DIZER QUE PORQUE TODO MUNDO ESTÁ ADERINDO ESTA “MODINHA”, VOCÊ TAMBÉM VAI ADERIR? E SE TODOS FOREM ROUBAR UM BANCO VOCÊ TAMBÉM VAI PORQUE ESTÁ NA MODA, LUCIANA?

    Mais uma vez a filha respirou fundo, não queria falar o que estava preso na garganta mas naquele momento era necessário. Todos já estavam em pé, Victor e Lucas estavam assustados com a situação.

_QUER SABER O QUE ACHO DE VOCÊ MÃE? VOCÊ ESTÁ COM MEDO... ISSO MESMO, ESTÁ COM MEDO PORQUE AGORA TODAS AS SUAS AMIGAS BEATAS VÃO TE JULGAR. VOCÊ FALOU TANTO DAS FILHAS DOS OUTROS E AGORA TÁ PAGANDO A LÍNGUA COMIGO.

_NÃO SEJA MAL EDUCADA LUCIANA, EU SOU SUA MÃE!

_MÃE?! AHH FAÇA-ME RIR, VOCÊ NUNCA FOI MÃE, OU MELHOR, VOCÊS NUNCA FORAM PAIS SUFICIENTES. ACHAM QUE PORQUE ME PAGARAM UMA BOA ESCOLA E UMA ÓTIMA FACULDADE ME SINTO GRATA? NÃO.

Lucas: _Calma Luciana, não é bem assim...

Luciana: _CALA A BOCA PAI!

Geovana: _Eu sempre soube que mais cedo ou mais tarde você iria me decepcionar.

Luciana: _Decepcionar? – Deu um passo mas Victor segurou seu braço. – Me solta Victor! – Voltou a olhar para mãe – Se é pra falar em decepção porque não fala das vezes que você e o papai me abandonaram aqui? Tudo porque passavam 24 horas trabalhando. EU VIVI SOZINHA NESSA CASA, SOMENTE EU, DEUS E OS EMPREGADOS PARA ME AJUDAR SEMPRE QUE EU TINHA ALGUMA DECEPÇÃO NA VIDA! – Sentiu as lágrimas molharem seu rosto mas continuou firme – Cala a sua boca quando for falar que eu te decepcionei.

Lucas: _Luciana, nós só estamos preocupados. Você e o Victor estão se conhecendo ainda e já vem um filho para cuidarem. Não é assim que a vida segue.

Luciana: _Eu não sei o meu futuro e do Victor mas se algo acontecer podem ficar tranquilos que eu vou cuidar dessa crianças como vocês nunca foram capaz de me criar. Tenho um trabalho fixo e ainda tenho a clínica.

Geovana: _E como você vai fazer? Pelo o que eu sei você herdou a sede de trabalho do seu pai, vive para o hospital e suas pacientes, você vai ser pior do que eu.

Luciana: _Eu nunca vou ser pior que você! Serei uma boa mãe.

Geovana: _Tem certeza? Vai criar essa criança sozinha, longe de nós e ainda vai ter que se dedicar ao trabalho. Admita Luciana, essa sua gravidez foi a coisa mais desastrosa que aconteceu na sua vida.

   Luciana fechou os punhos, trincou os dentes. Pela primeira vez queria agredir a mãe. Foi até ela e ficou cara a cara.

_Tenho certeza que é assim que você pensou quando engravidou de mim não é?

_Não, você foi uma bênção para mim e ao contrario de você eu estava muito bem casada e em um momento feliz, momento esse que sempre tive.

  Luciana soltou um riso irônico.

_Família feliz? NUNCA FOMOS UMA FAMÍLIA FELIZ. VOCÊ QUE ARMAVA O CIRCO PARA PARTICIPARMOS. VIVIA NOS LEVANDO PARA AS FESTAS DA ALTA SOCIEDADE, PARA MISSAS AOS DOMINGOS SÓ PARA PAGARMOS DE UM EXEMPLO DE FAMÍLIA A SEGUIR... EU TENHO NOJO DE VOCÊ.

_Luciana não me faça perder a cabeça! Terei que lhe dar um corretivo que nunca dei.

_É MESMO? ENTÃO VEM... – Se aproximou mais da mãe, virou um lado do rosto – Bate, faz uma coisa que você nunca foi capaz de fazer...

   Geovana ficou inerte, não sabia o que fazer, estava trêmula.

_BATE! – Luciana gritou.

    O rosto de Luciana virou e quase ela caia, Geovana deu um tapa na cara da filha. Victor colocou a mão na boca e arregalou os olhos, estava se sentindo mal por estar presenciando tudo. Jenifer, estava se aproximando da cozinha e ao ver a cena derrubou um jarro de flores no chão. Luciana virou o rosto lentamente, as lágrimas estavam correndo pela face.

_Era isso o que eu imaginava que iria acontecer. – Saiu da cozinha e subiu para o quarto.

    Por mais de dez segundos Victor, Geovana e Lucas ficaram em silêncio sem ao menos dizer uma palavra.

Victor: _Dona Geovana eu...

Geovana: _Suba, vá até ela, tenho certeza que precisa de você.

Ele andou em direção a escada, parou e voltou.

_Eu quero que a senhora saiba que eu nunca vou abandonar sua filha.

    Subiu e foi procurar o quarto de Luciana. Fazia muito tempo desde que ele fora àquela casa, tudo estava diferente mas o quarto dela não foi muito difícil de encontrar porque na porta ainda tinha uma boneca pendurada com o nome dela. Bateu e após não obter respostas abriu devagar porta, achou a namorada ali sentada de costas encarando a varanda.

_Lu... – Sentou do lado dela e pode perceber que estava chorando – Não fica assim.

   Puxou-a mais para si, Luciana afundou o rosto no peito dele e chorou, soluçou, ficou assim por longos minutos.

_Eu sabia que isso iria acontecer. – Ainda estava chorando

_Não pensa assim Lu, brigas entre pais e filhos são normais.

   Luciana continuou chorando, de repente parou, sacou seu celular, foi para varanda, fez alguma ligação e voltou mas foi direto até a mala, segurou-a.

_Luciana o que você vai fazer?
_Não fico mais nessa casa nem mais um minuto.

_Para já Luciana! – Segurou-a – Você não pode fazer isso... São seus pais!
_Se você quiser fique, vou voltar para Uberlândia ainda hoje.

    Ela desceu com a mala, depois de muito procurar o quarto dos hospedes ele também desceu com sua mala. Luciana já estava na frente da casa esperando o táxi que tinha chamado. Lucas apareceu.

_Luciana minha filha, entre, deixa para lá o que aconteceu.

_Não dá pai, eu sabia que isso iria acontecer. Sempre que venho aqui a mãe faz essas coisas, pra mim já chega.

   O táxi chegou e Luciana logo adentrou nele, Victor colocou as malas no bagageiro e voltou para onde Lucas estava.

_Lucas, fique tranquilo, não vamos sair da cidade. Vou procurar um hotel para nos hospedarmos, mais tarde ligue pra ela.

_Obrigado Victor, acredite, mediante a tudo o que aconteceu estou muito feliz por saber que você está com a Luciana. Agora vá.

    Entrou no táxi e antes que Luciana dissesse para o motorista ir para a capital Paulista, Victor ordenou que os deixassem no melhor hotel da cidade. Assim que fizeram a ficha na recepção subiram para o quarto, Luciana colocou as duas mãos na cabeça e começou a chorar.

_Lu, não chora... – Abraçou-a

_Ela me odeia Victor... Eu tenho certeza.

_Vem, vamos tomar um banho para você se acalmar.

    Victor entrou no banheiro com Luciana e tirou-lhe a roupa, ela só fazia chorar. Colocou-a dentro do chuveiro e lhe ajudou a tomar banho, foram para o quarto, Victor colocou uma toalha na cabeça dela e massageou para tirar toda a água que restava nele, definitivamente estava cuidando de Luciana como se cuida de uma criança.

_Tudo bem? – Ficou de joelho para encará-la

_Acho que sim, já estou bem melhor... Obrigada Victor.

_Porque agradecer se ainda não terminei? Espera, fique quietinha aí.

    Foi até a mala de Luciana e procurou uma roupa folgada para ela vestir e como todo homem não soube decifrar nada, tampouco achar algo ali. Ela se levantou e foi até ele.

_Deixa que as minhas bagunças eu entendo.

    Agachou-se e pegou um vestido e outras peças, vestiu-as. Victor foi até o banheiro para tirar aquela roupa molhada, após isso deitou do lado dela e ficou fazendo carinho nos cabelos de Luciana vendo-a fechar os olhos e pegar um sono profundo. Levantou-se e foi atender o celular na varanda, Leo estava ligando para ele.

_Oi Leo.

_E aí, como foi?
_Nada bom.

_Ihh o que aconteceu?
_Hum, Dona Geovana não aceitou a gravidez dela, disse-lhe palavras duras. Luciana não admitiu e acabou discutindo com ela.

_Nossa, bem que a Luciana tinha me falado que estava com medo da reação da mãe.

_Pois é e eu tenho certeza que a culpa foi toda minha.

_Como assim?
_Eu pedi pra Luciana vir para cá, queria dar a noticia a eles pessoalmente, não queria que eles me vissem como um cara qualquer.

_Relaxa mano, onde vocês estão?
_Em um hotel da cidade.

_Fica calmo e tudo vai dar certo.

_Assim espero, e por aí?
_Tudo tranquilo, se a Lu tivesse ficado iria ver a Paula, ela chegou hoje no finalzinho da manhã.

_Manda beijos pra ela.

_Ok, Vou desligar, se acalma aí viu.

_Pode deixar.

_Abraços.

  Desligaram e Victor foi para a cama, deitou-se ao lado de Luciana e ficou pensativo.

             Victor POV  (Point of view/Ponto de vista)

 “Toda aquela ideia de terminar com Luciana foi embora exatamente quando Dona Geovana a destratou. Ela estava sozinha no mundo, precisava de mim e da minha família. Não que o Lucas tenha discordado da gravidez mas senti que ele não gostou muito. Na certa eles estavam escolhendo um bom partido para a filha e quem sou eu perto de filhos de médicos, advogados, engenheiros? Não importa, o importante é que ela escolheu a mim, ela me ama, por isso não vou abandoná-la, não agora. Mesmo tendo minhas duvidas sobre esse filho ser meu e também não quero saber, pai é aquele que cria e não o que faz.”

Continua...

Cap. 29

         Capitulo 29

   Pensar em São Paulo não trazia boas lembranças a Luciana, principalmente quando o assunto era a sua mãe. Na mesma hora lhe veio na mente os momentos mais tensos da sua vida. Lembrou dos seus 15 anos, Geovana literalmente forçou-a vestir vestidos exagerados que toda debutante sempre sonhou (menos ela) e fez uma festa digna de parar a cidade onde morava que mesmo pequena ainda tinha um numero razoável de habitantes. Veio-lhe na mente as infinitas discussões que tivera com a mãe já estando na faculdade, entre elas, a pior foi quando Victor foi passar um fim de semana na cidade e Luciana como boa hospitaleira o levou para dormir na casa dela, naquela noite por um triz ele não dormiu no quarto dos empregados, uma das primeiras vezes em que ela enfrentou a mãe. Victor acordou-a do seu transe.

_Já estamos chegando em São Paulo.

   Sentiu seu estômago retorcer e teve que conter as lágrimas para que ele não percebesse. Saíram do jatinho e Victor procurou não se aproximar muito dela para que não desconfiassem de algo. Todos (imprensa, fãs) já a conhecia como amiga dele, já era de rotina ver os dois andando juntos em aeroportos.

   Entraram em um táxi e foram direto para a cidade no interior de SP, era lá onde os pais de Luciana sempre moraram, seria ali que ela iria enfrentar os pais. Durante o trajeto aquelas lágrimas que antes ela as deteve agora deixou que rolassem ali. Em um gesto compreensivo, Victor envolveu o braço no ombro dela e com a outra mão livre enxugou-lhe o rosto.

_Porque chora?

_Sei lá... Acho que já estou prevendo a confusão que será.

_Nada de ruim vai acontecer, estarei do seu lado para o que der e vier.

    Distribuiu diversos selinhos no rosto de Luciana, não foi mais além porque o taxista olhava pelo retrovisor e mesmo Victor usando um boné para disfarçar o motorista já tinha percebido quem era ele, procurou se afastar um pouco.

   Luciana passou as coordenadas para o taxista e logo pararam em uma casa grande, era ali. Suspirou fundo antes de descer. Enquanto apertava o interfone, Victor tirava as malas do bagageiro do veículo, após alguns segundos um homem abriu.

Lucas: _Luciana?

Luciana: _Paiii – o abraçou com todas as forças e começou a chorar.

Lucas: _Que saudades minha menina.

Luciana: _Eu também – Não conseguiu falar mais nada porque sua voz estava embargada

  

 Victor apareceu com as malas, Lucas fitou-o.

Lucas: _Acho que lhe conheço, rapaz... Victor?

Victor: _Eu mesmo. Tudo bem senhor Lucas?

Lucas: _Tudo sim, rapaz como você mudou.

Victor: _Nem mudei tanto assim, só os meus cabelos que pintei de grisalho.

  Os três riram da brincadeira

Lucas: _Venham, entrem. – se afastou um pouco para dar passagem ao casal – deixe-me ajudar com as malas.

Luciana: _Pai, e a mãe? Onde ela esta?

Lucas: _Está lá dentro, venham.

   Entraram e deixaram as malas na varanda, foram para a sala e sentaram no sofá. Geovana vinha desatenta da cozinha, ao ver a filha se emocionou.

_Luciana?! Minha filha que saudades – Abraçou-a

_Oi mãe, como você esta?

_Bem. – Percebeu a presença de Victor ali

   Luciana gelou, imaginou a mãe escorraçando o rapaz e o expulsando da casa, porem, ela fez o inverso.

_Victor, quanto tempo – Abraçou o rapaz.

_Oi dona Geovana, pois é tanto tempo né?

_Nunca mais veio nos visitar, o que houve?

_Trabalho demais

Lucas: _Geovana como ele poderia vir se a nossa Luciana nunca mais veio aqui?

Geovana: _É verdade, você esqueceu de nós mesmo né?

Luciana: _Ahh mãe tava ocupada, vida de medico não é fácil

Lucas: _Eu bem sei como é

   Victor contou sobre como sua vida estava corrida e que agora estavam fazendo shows frequentemente, algumas vezes Geovana o interrompia para elogiar o trabalho dele e do irmão. Luciana virava os olhos repreendendo a mãe mentalmente por ser tão interesseira. Uma mulher saiu da cozinha e foi em direção a sala, ao ver todos ali começou a ficar pálida.

_Virgem Maria Santíssima, Nossa Senhora de Aparecida, Meu senhor do Bonfim, Padre Cícero, Santo Antônio... – A mulher colocou a mão no peito

Luciana: _Jenifer quanto tempo...

   Jenifer foi correndo para abraçar Victor, jogou-se nos braços dele e quase o rapaz caia levando-a consigo.

Geovana: _Jenifer! Ficou louca?!

Jenifer: _A Luciana falava que era sua amiga mas eu não acreditava.

Luciana: _Victor, a ultima vez que você veio a Jenifer não trabalhava aqui em casa.

Lucas: _E olha que faz anos que a Jenifer trabalha conosco.

  Jenifer não queria sair dos braços de Victor.

_Prazer, sou Jenifer (Estendeu a mão para que ele a cumprimentasse) Sou sua fã, tenho todos os CDs e DVDs.

_Poxa, que legal. Bom saber

Geovana: _Jenifer, você deixou as panelas no fogo, cuidado para não queimar nosso almoço. Volte agora pra cozinha! (Arqueou uma das sobrancelhas e repreendeu a empregada)

Jenifer: _Ma-mas Dona Geovana eu só quero aproveitar um momento com meu ídolo... Daqui a pouco ele vai embora e aí?

Geovana: _Jenifer, eu estou mandando você ir para a cozinha!

  A menina olhou para Victor um pouco sem jeito.

Victor: _Pode ir Jenifer, não vou agora.

  Ela saiu toda feliz e saltitante.

Luciana: _Mãe a era da escravatura no Brasil acabou tá? – sentou no sofá mais uma vez.

Geovana: _Esse tipinho você não pode dar corda minha filha. – Olhou para Victor – Meu querido, me desculpa pela ação dela.

Victor: _Já estou acostumado.

 Lucas: _Hei rapaz, vamos para a varanda.

   Os dois saíram da sala deixando as duas sozinhas.

_E aí, me conte qual foi o milagre de ter vindo aqui.

_Nada de mais mãe, consegui uma folga e pedi para o Victor vir comigo.

_Vocês estão namorando?

_Ahh mãe (Baixou a cabeça)

_Eu gosto dele, é um rapaz trabalhador, um exemplo de vida.

_Sério? Não foi assim que você falou da ultima vez que ele veio aqui.

_São águas passadas, Luciana. Mudemos de assunto. Vão passarem quantos dias aqui?

_Só hoje, amanhã pela manhã tenho que voltar.

_Santo Deus Luciana você e essa sua sede de trabalho.

   Luciana olhou em volta e tudo estava calmo, pensou em falar ali mas não teve coragem.

_Cadê a Padma e a Joyce?

_Estão de folga, depois dessa nova lei trabalhista favorecendo as empregadas domésticas quem está sofrendo somos nós. (Rolou os olhos)

_Mãe, assim como nós elas tem todo direito sim.

  Um choque de opinião iria começar se Lucas e Victor não entrassem ali, vinham caminhando em passos lentos, conversando algo que os empolgava, pararam para iniciar outra conversa, agora diante das duas.

Lucas: _E aí, o que conversavam?

Luciana: _Sobre as leis trabalhistas.

Victor: _Em pleno domingo, almoço familiar? Pensei que falavam sobre algo diferente.

  Jenifer entrou no cômodo

_Dona Geovana o almoço já está pronto.

_Ótimo, fique atenta quando eu lhe chamar você apareça.

   A empregada saiu e na sala houve conversas paralelas, sobre o trabalho de Victor, Luciana, tudo parecia ir bem.

Geovana: _Vou mandar a Jenifer servir o almoço. – Saiu.

Luciana: _E eu vou lavar as mãos que já estou morrendo de fome. – Levantou-se – Vem comigo Vih?

Victor: _Vamos.

   Foram para um banheiro social que ficava próximo a sala, enquanto Luciana lavava as mãos Victor jogava água nos cabelos dela.

_Para Vih, assim você vai molhar meu cabelo... – Bateu no ombro dele.

_Olha o que você fez Morena! Molhou minha blusa.

_Bem pregado, quem mandou molhar meu cabelo.

   Iniciou uma mini guerra e aos risos um jogava água no outro. Jenifer parou na porta e ficou fitando-os, assim que a empregada foi vista pelo os dois saiu dali. Victor a puxou para um beijo forte.

_Vih aqui não! Não percebeu que Jenifer nos olhou estranha?
_E daí? Logo ela saberá que sou seu.

  Luciana parou para encará-lo.

_O que foi Morena?
_Sério que você é meu?

_Claro que sim... Sou seu, todo seu.

   Encostou-a na parede mais próxima e Luciana pode ver os primeiros botões abertos na camisa dele, sentiu uma vontade imensa de desabotoar todos e apalpar cada milímetro do corpo, mas sua sanidade mental voltou contudo fazendo com que ela se afastasse dele e caminhasse para a cozinha.

Geovana: _Demoraram por quê?
Luciana: _O Victor molhou meu cabelo. (Fez biquinho)

Victor: _E você molhou minha camisa – Veio logo atrás, sentou do lado dela – Então estamos quites.

Lucas: _Amizade assim não se vê hoje em dia.

  Jenifer serviu todos, parou em Victor para dar mais atenção e por um momento Luciana achou que ela estivesse se oferecendo, a fome falou mais alto fazendo assim com que esquecesse todos os pensamentos errados e os certos também.

Geovana: _Parece que essa sua morada em Uberlândia te fez ter bons gostos a comidas, antes você quase não comia coisas saudáveis, agora fico admirada.

Victor: _É Dona Geovana, mas no apê dela ainda tem biscoitos recheados e esse é o jantar dela.

Lucas: _Minha filha, você tem que se alimentar direito.

   Luciana fez um olhar de reprovação para todos e voltou a comer, lembrou do assunto que a tinha levado para casa dos pais.

_Mãe, precisamos conversar.

_Então comece, pode falar.

_Mãe... É um assunto intimo, pessoal. – Lançou um olhar para Jenifer.

_Jenifer, vá pegar as malas do Victor e da Luciana que estão na varanda, coloque-as no quarto de hospedes. A mala da Luciana coloque no quarto dela.

Jenifer: _Ma-mas Dona Geovana eu gostaria de ficar...

Geovana: _Jenifer! Sem mais. Agora faça o que eu estou lhe mandando.

  A empregada saiu não muito satisfeita.

Geovana: _Agora me fale Luciana, o que você quer nos dizer?

  Ela olhou para Victor que lhe passou confiança.

_Bom, estou namorando.

Geovana: _Voltou com o Fernando? Faço votos. Estou feliz, muito feliz.

Luciana: _Não é o Fernando mãe.

Geovana: _Mas já está com outro? Nem fez um mês que vocês terminaram.

Lucas: _Geovana, deixe a nossa filha falar.

Luciana: _Não é o Fernando, mas é alguém melhor que ele – Olhou para Victor, que segurou sua mão.

Lucas: _Vocês estão namorando?

Victor: _Sei que é meio antigo, afinal, nós dois já temos idade o suficiente, mas gostaria de aproveitar para pedir a sua filha em namoro.

Geovana: _Quanta felicidade! Lucas, pegue a champagne, vou pegar a câmera, temos que registrar esse momento... – Levantou-se da mesa e já estava indo em direção de ambos para abraçá-los.

Luciana: _Hey, sentem-se. Teremos motivos e tempo de sobra para comemorar.

Geovana: _Tem razão – Voltou para seu lugar.

Lucas: _Temos motivos de sobra? Como assim?

   Luciana respirou fundo, tomou um gole de água que tinha na taça ali, se os dois aceitaram numa boa seu relacionamento ela tinha certeza que a gravidez seria motivos de festa.

_É pai, eu... Estou grávida.

Continua...

Cap. 28

                         Capitulo 28

_Não Leo, esse filho é meu mesmo.

_Então a felicidade só vai aumentar nessa casa, quando puder traga a Luciana para ficar aqui conosco, agora mais do que nunca temos que nos unir.

   Victor ficou alguns segundos pensativo olhando para o horizonte. Parecia um filme, ele ficava lembrando da sua primeira noite com Luciana, a noite em que aquele bebê foi gerado. Luciana apareceu na varanda.

_Interrompo algo?

Leo: _Não cunhadinha, chega mais. (Ela se aproximou dos dois) Já falei que estou feliz por saber que você entrou pra família?

Luciana: _Ah para né Leo (Ficou tímida)

Leo: _É serio Lu, estou tão feliz.

Luciana: _Obrigada.

  Luciana percebeu que Victor estava calado, pensativo, olhando para o nada.

Leo: _Bom... eu vou ali ver a Tati. – Saiu.

   Sem que Victor percebesse Luciana sentou do seu lado e ficou olhando para o horizonte, assim como ele.

_É impressão minha ou você está preocupado?

_O que? – Olhou para ela. – Não, estou bem.

  Ficaram mais alguns minutos em silêncio, ela quebrou.

_Obrigada.

_Pelo o que?

_Por falar para todos que estamos namorando.

_Mas estamos namorando não é?

_Sim, mas confesso que achei que você não iria querer.

_Não é isso Lu... Só estava com medo de te machucar.

_E não vai, eu tenho certeza disso.

   Luciana encostou a cabeça no ombro de Victor e assim permaneceram por longos minutos. Pela noite todos jantaram e depois disso foram conversar na sala.

Tatianna: _Só vocês vindo pra assumir um namoro para Lu largar aquele hospital. – Todos riram

Luciana: _Ah Tati fique tranqüila agora vou dar um jeitinho pra sempre que der te ver.

Leo: _Os meninos sentem sua falta Lu

Marisa: _Como é bom saber que todos gostam da Luciana.

   Victor sentou ao lado de Luciana e colocou a mão dela em cima da sua coxa, entrelaçou os dedos e apertou.

Marisa: _E a sua mãe Luciana, o que disse?

Luciana: _Ainda não contei nada pra ela.

Victor: _Amanhã vamos para lá, a Lu vai aproveitar a folga para dar a noticia a eles.

Ronald: _Mas o que você espera deles?

Luciana: _Estou com medo da reação da minha mãe. Sei lá, tanto tempo sem vê-la vou chegar assim de repente lá.

Marisa: _Tenho certeza que ela vai entender, afinal de contas... Mãe é mãe.

Leo: _Precisamos de mais momento assim, a família toda reunida. Só faltou a Paula.

Marisa: _Ela ligou hoje pela tarde, dei a noticia e ela disse que nesses dias liga pra você Luciana.

Luciana: _Obrigada.

Ronald: _Bom, vocês fiquem aí porque eu já estou cansado.

Ronald saiu da sala, Marisa ainda ficou um pouco mais com eles, logo despediu-se e foi para seu quarto, deixando os quatro na sala.

Tatianna: _E aí, os dois já tem planos pra casar?

   Victor olhou para Luciana, ela fez o mesmo, pararam naquele olhar por alguns segundos.

Victor: _Não, acho muito cedo para isso acontecer.

Leo: _Também acho, vocês só estão juntos há um mês.

Tatianna: _Apesar de que todo esse tempo de amizade vocês devem se conhecer perfeitamente.

Luciana: _Acho que sim. (Bocejou)

Victor: _Ihh acho que tem alguém que vai dormir cedo hoje.

Luciana: _Vou mesmo. Boa noite Tati, Leo.

   Levantou-se e foi para o quarto de Victor, ele também fora atrás, entrou e ela estava jogada na cama.

_Hey sua sujinha, vai tomar um banho antes de deitar na minha cama.

_Ahh Vih vai na frente, vou depois.

    Ele foi para o banheiro na esperança que Luciana entrasse ali, mas acabou o banho e assim que saiu dali ela estava dormindo.

_Lu

_Hum...

_Vai tomar um banho pra relaxar antes de dormir.

_Já vou...

_Vai agora se não você vai dormir.

   Luciana foi tomar seu banho, enquanto isso Victor ficou assistindo TV. Assim que saiu do banheiro sentou na cama e começou a passar creme hidratante nas pernas, fez um meio sorriso.

_O que foi, fala pra mim.

_Sei lá Vih, acho tão estranho. Pela primeira vez vou dormir no seu quarto aqui na fazenda.

_Pois é... E aí, vamos inaugurar ele? – Com toda malícia ele acariciou a cintura dela.

_Nem vem Vitor Chaves Zapalá Pimentel... – Tirou a mão dele da sua cintura – Hoje estou morrendo de sono.

_Poxa Lu, por favor... Só um pouquinho. (Fez biquinho)

_Ahh Vih para né? – Guardou o creme e deitou embaixo do edredom bem próxima dele, estava com muito frio. – Tá esquecido que hoje vocês tem visita.

_Cê tá falando do meu pai?

_Claro né Vih, não tem clima.

_Ah Lu nós fazemos em silêncio (Sussurrou no ouvido dela) eu aumento o som da TV.

_Não Victor, amanhã eu prometo que faço até streap tease se você quiser.

_Mas amanhã não estaremos aqui.

_Victor, sem mais. Boa noite.

   Virou para o lado oposto e logo pegou no sono, Victor ficou ali mexendo nos cabelos dela até também sentir o sono lhe vencer... Adormeceu.

   A noite para Luciana foi muito perturbante (Mais uma vez), pensou muito na mãe, com isso não conseguiu cair no sono profundo depois das duas da manhã, às cinco viu que não ia mais dormir e se levantou, foi para a varanda ver o dia clarear. Leo se assustou assim que a viu ali.

_Cunhadinha, o que você tá fazendo aqui essa hora?

_Tô sem sono.

_Quer conversar? – Sentou do lado dela

_Não é nada demais, só meus surtos. Tenho medo da minha mãe.

_Serio? (Risos alto)

_Você não tem noção do que é a Dona Geovana quando está estressada.

_Relaxe, o Vitor vai com você, então isso vai facilitar.

_Sei lá... Às vezes eu acho que poderia ir sozinha sabe. Não vou suportar ver minha mãe insultando o Victor na minha frente.

_Eu acho que isso não vai acontecer, relaxe.

  Luciana sentiu sua barriga reclamar.

_Leo, to com fome.

_Se você arriscar fazer algo na cozinha te ajudo.

_Vamos.

   Foram para a cozinha, Luciana preparou o café, ficaram ali comendo e conversando. Victor apareceu e se encostou na parede.

_Que lindo... Vocês dois parecem duas crianças comendo escondido dos pais. – Se aproximou de Luciana e beijou-lhe o topo da cabeça – Bom dia

_Bom dia... Vih, prova esse pão de queijo... Está uma delicia. – Falou com a boca cheia

_Estou vendo Lu, falando com a boca cheia.

 Os três riram.

_Bom, já que o príncipe acordou, que fiquem aí namorando... – Leo se retirou da cozinha – Cuidado, não façam nada na cozinha, logo a mãe acorda e pode pegar os dois no flagra. – Falou alto já na sala.

   Luciana sorriu para Victor e logo baixou a cabeça timidamente. Victor a abraçou por trás e beijou-lhe a nuca.

_Ai Victor (Gemeu) Aqui não.

_Ficou com tesão? (Sussurrou no ouvido dela)

_Sim... Quero você agora. – Virou-se para beijá-lo

_É... Ontem eu queria e você não quis, hoje sou eu quem não quero mais. – Sorriu malicioso, segurou um pão de queijo nas mãos e subiu para o quarto.

  Luciana foi atrás dele.

_Sacanagem Victor, estou grávida, com desejo de você... A não ser que você queira que eu te jogue uma praga por isso.

_É mesmo... – Se aproximou dela – E qual praga você jogaria em mim?

_Não duvida de mim...

    Victor tomou os lábios dela com pressa, foram assim até o banheiro. Com o tesão em alta Luciana não pensou duas vezes, arrancou as peças de roupa e ele fez o mesmo, entraram no chuveiro e enquanto aquela água quente caia no corpo deles, trocaram carícias, foram além... Se amaram como se o mundo fosse acabar naquele instante, chegaram ao ápice juntos. Após se trocarem desceram já com as malas na mão, Marisa e Tatiana já estavam na cozinha.

Victor: _Já vamos.

Marisa: _Mas já?

Luciana: _Sim, já está passando das nove.

Tatianna: _Vocês bem que poderiam ficar mais um pouco aqui né?

Luciana: _Eu gostaria muito mas tenho uma fera pra enfrentar ainda hoje. – Todos sorriram.

   Colocaram as malas no carro, Leo os levaria para o aeroporto, Ronald também se ofereceu. Luciana despediu-se de Marisa e logo sentiu as lágrimas caírem ao olhar ao redor e ver o quanto era bem quista por todos ali. Chegaram no aeroporto e mais uma vez ela chorou ao abraçar Ronald, sempre que olhava para ele lembrava do seu pai.

_Combine com o Victor de qualquer dia desses irem lá em casa.

_Pode deixar Seu Ronald.

   Victor se despediu do pai e do irmão e logo entraram no Jatinho com destino a São Paulo, Luciana estava ansiosa por ir visitar a mãe que depois de tanto tempo sem se verem além de ela chegar lá e  dar a noticia, tinha Victor, Geovana sempre maltratou-o. Sentiu a mão dele segurar a sua e apertar, no seu olhar tinha conforto e segurança.

_Vai dar tudo certo Morena.

_Eu sei Victor... Eu sei.

Continua...