sábado, 2 de novembro de 2013

Cap. 32


           Capitulo 32

    Alguns dias se passaram desde que Luciana chegou em Uberlândia, na ausência de Victor ela chorava no ombro de Carol sobre tudo, incluindo seu problema familiar. Victor não parava de mandar mensagens para confortá-la, em uma manhã enquanto ela se maquiava ficou conversando com ele no celular pelo viva-voz.

_E aí meu amor você chega quando? Já estou carente.
_Eu sei Lu, também estou morrendo de saudade. Acho que ainda hoje estamos voltando pra Uberlândia, mas e aí, já levou suas coisas para minha casa?
_Já estou muito bem instalada aqui. Até já reservei meu cantinho aqui no seu banheiro.
_Ah não Lu, nem inventa de colocar secador no banheiro.
_KKKKK (Risos alto) Como você adivinhou?
_Até parece que antes de namorarmos não tivemos anos de amizade né Lu?
_É verdade. (Ficaram em silêncio, ela parou de passar sombra nos olhos, ficou pensativa) Sinto sua falta aqui.
_Eu também, não vejo a hora de te ver.
_Ok, chega de momento romântico, alguém tem que trabalhar nesse país.
_Luciana, você acabou de chegar do plantão, para um pouco em casa.
_Não dá Vih, tenho consultas marcadas para hoje no consultório.
_Vai por mim, você vai ter um estresse.
_Nem vou, tchau seu chato.
_Tchau, se cuida... – Ela ia desligar, ele interrompeu – Hey...
_Fala
_Beijos infinitos na sua boca.

    Sentiu-se a mulher mais desejada do planeta, por um triz não borrou a maquiagem com algumas lagrimas fujonas. Desligou o celular e foi trabalhar, realmente o pique que tinha antes já não tinha mais, só queria uma cama para dormir o dia inteiro, mas nunca faltou com sua palavra quando o assunto era suas pacientes. Aproveitou o pouco tempo antes de iniciar e foi para sala de Carol.

_Lu, adoro quando você chega cedo para fofocarmos.
_Xii nem tenho fofoca.
_Mas eu tenho, senta aí

  Luciana sentou do lado dela.

_Você está sabendo que o Daniel está namorando?
_Não sabia, quem é a sortuda?
_Adivinha? A Karen.
_Karen? Aquela menina?
_Sim, é... Agora sei o que as garotas que passaram na vida dele tem em comum... São obstetras.
_Nem olha pra mim, eu tive um lance com ele e nada demais.
_Sei, me engana Luciana. Ele queria coisa séria com você
_Mas eu não ia enganá-lo né amiga?
_É verdade. E o seu pai, ligou?
_Hum. Que nada. Você sabe né? Contar com ele e nada é a mesma coisa, vive ocupado naquele hospital. A única pessoa que me oferece ombro amigo é a que mais se dedica ao trabalho.
_Olha só quem está falando, de quem será que você herdou essa sede de trabalho?
_Ahh para Carol.

    Sorriram juntas. Carol nesses últimos tempos estava lhe oferecendo ombro para a amiga desabafar. A recepcionista da amiga bateu na sala e entrou.

_Doutora Luciana, a Raquel pediu para você se dirigir a sua sala, tem uma paciente sua lá.
_Mas a essa hora? (Olhou o relógio no pulso) Faltam dez minutos para os meus pacientes chegarem.
_Vai ver é alguma emergência amiga. – Carol falou
_Deve ser... Vou nessa Ká. Depois conversamos mais.

    Saiu da sala da amiga e foi em direção da sua. Ao se aproximar da recepção Gabriela estava sentada.

_Gabi? O que aconteceu, não tínhamos marcado para semana que vem sua consulta?
_Doutora, preciso de você – Nos seus olhos tinham lagrimas
_Vamos para minha sala. – Entraram e Luciana indicou o sofá para ela sentar. – Agora me fale o que aconteceu?
_Ai Doutora... (Começou a chorar)

Luciana foi até a porta da sala, abriu e chamou Raquel.

_Raquel, traga um copo de água para Gabriela.

    Voltou para o sofá, sentou do lado da paciente e essa logo a abraçou e começou a chorar. Raquel entregou o copo de água e logo se retirou da sala.

_Agora me fala Gabi, o que aconteceu?

Após tomar alguns goles e se sentir segura Gabriela se acalmou um pouco.

_Minha mãe... Ela nunca foi a favor dessa minha gravidez.

   Luciana lembrou de sua mãe, mais uma vez a sua historia e de Gabriela tinham algo em comum.

_Se esse é o problema quero que saiba Gabi, isso não é o fim do mundo. Vou te confessar algo: Estou grávida e minha mãe também não foi a favor, brigamos e estou sem falar com ela (Segurou para não chorar na frente de sua paciente.)
_Se só fosse isso seria ótimo. No começo eu também não estava me sentindo bem com essa gravidez. Não sei se é porque o Vinicius me abandonou mas eu me senti mal e quase que entro em uma furada – Voltou a chorar, depois de alguns segundos se acalmou o suficiente para seguir adiante. – Minha mãe... Ela me levou para... – Não conseguiu se controlar.
_Para?
_Pra uma clinica pra fazer... Você sabe do que estou falando.
_Pode falar Gabi
_Pra uma clinica daquelas clandestinas onde fazem...
_Não precisa continuar, já sei do que você está falando.

     Enquanto Gabriela chorava Luciana ficou pensativa. Inúmeras vezes presenciou alguma menina entrando na emergência do hospital com hemorragia por causa dessas clinicas clandestinas, muitas já entravam em óbito antes mesmo de entrar na porta. Lembrou-se também quando muitas meninas com seus 15/19 anos apareciam para sua primeira consulta e na semana seguinte já apareciam para pedir que fechasse o histórico pois tinha sofrido algum “Acidente”, acidentes esses que Luciana sabia bem do que se tratava. Arrepiou-se quando lembrou que isso chegou a passar na sua cabeça assim que descobriu que estava grávida.

_Mas você não aceitou ir para essa clinica não é?
_Quase que eu ia, seria hoje de manhã. Então fiquei indecisa porque o Vini me mandou uma mensagem dizendo que iria me ajudar. Luciana não sei o que fazer.
_Bom, se você veio me pedir conselho deve saber que sou totalmente contra o aborto não é? Esse bebê não tem culpa da burrada dos pais.
_Acho que era isso o que eu precisava para seguir a diante.
_Adiante? Como assim?!
_Não vou fazer e ainda hoje irei me encontrar com o Vini.
_Faça isso. Agora me dê um abraço bem gostoso

   Abraçaram-se bem forte. Gabriela saiu do consultório mais tranqüila e decidida, iria começar uma guerra com sua mãe mas seria feliz e isso importava.

   Após Gabriela sair Luciana respirou fundo, tinha que trabalhar, atender outras gestantes, mas estava focada em sua vida. E se tivesse feito o aborto, sentiria culpada? Procurou esquecer e focou no trabalho o dia todo, no fim da tarde foi para a casa de Victor, que agora estava morando definitivamente por lá. Não tinha nada pra fazer então para não pensar mais foi para a cozinha fazer uma torta salgada, Victor chegou e foi em direção a ela.

_Eu te ligo, mando mensagens e você não responde nada né? – Abraçou-a fortemente.
_Oi meu amor – Procurou os lábios dele para um beijo calmo. – Desculpa, deixei meu celular lá em cima.
_Ok, sentiu minha falta?
_Senti muitoooo a sua falt...

   Foi interrompida por um beijo forte de Victor, ainda com as bocas grudadas ele a empurrou para a parede mais próxima.

_Se acalmou mais? – Perguntou irônica
_Ainda não. Vou tomar um banho pra relaxar, já volto.

Victor subiu, tomou um banho e assim que desceu entregou o celular de Luciana.

_Chegou uma nova mensagem pra você


Ela leu e logo lembrou de Gabriela.

Gabriela: “Estou feliz! O Vini me chamou para morar com ele. Fiz a escolha certa graças a vc. Obg. J

  Luciana ficou séria e mais uma vez pensou na sua vida.

_O que houve morena?
_Nada demais. – Continuou pensativa
_Quer conversar? – Se aproximou dela
_Você lembra da Gabriela minha paciente?
_Não
_Acho que não te contei. A historia da Gabriela é quase parecida com a minha, só que diferente de você o cara não quis assumir a criança, agora a mãe dela queria levá-la a uma clinica clandestina para fazer o aborto.
_Que garota mais maluca, e essa mãe dela? Mais maluca ainda!
_Não quero julgá-la Victor. Isso passa na cabeça de toda mulher assim que descobre que está grávida.
_Espera, você está falando isso mas não concordo, isso não passou na sua cabeça.

   Luciana baixou a cabeça, ficou com medo.

_Luciana... Você nunca pensou em...
_Victor, foi bem no começo assim que descobri. Fiquei com medo de você me repudiar.
_Não estou acreditando nisso – Se afastou dela – Como você pode pensar assim?
_Me desculpa Vih – Tentou se aproximar dele mas logo ele deu mais um passo pra trás.
_Se você pensou nisso é porque teve alguma duvida.

   Na mente de Victor logo veio a desconfiança sobre a paternidade desse bebê. Com certeza Luciana estava em duvida por isso pensou em algo tão áspero assim.

_Duvida? Do que estamos falando Victor? Do que você está falando?
_Esquece – Preferiu sair da cozinha mas foi interrompido por Luciana.
_Agora você vai me falar... Que duvida? FALA VICTOR!
_Já te pedi pra esquecer né?

   Victor saiu da cozinha e foi para a varanda, Luciana chorou muito. Ainda não sabia do que ele se referia mas iria arrancar dele mais cedo ou mais tarde.

   A torta estava pronta e ela o chamou para jantarem, calados, cada um com seu pensamento e tudo isso estava irritando Luciana, não era pra ser assim, não era pra eles discutirem justamente hoje em que iriam matar a saudade. Deixou o prato e foi para a varanda chorar, sentou em um batente que tinha ali e ficou por longos minutos. Sentiu algo cobrir seu corpo, Victor tinha colocado uma jaqueta em seu ombro e logo depois sentou ao lado dela.

_Está muito frio hoje. – Foi o que conseguiu falar sem encará-la
_Eu sei.
_Lu, me desculpa. Fiz errado, não posso te julgar nem julgar ninguém.
_Esquece Victor.  – Ficaram em silêncio admirando as estrelas – Porque você falou em duvida? Duvida do que?
_Nada, esquece Morena. Estamos indo bem assim, não quero brigar. Outro dia te falo.
_Tô com fome
_Nossos pratos estão lá na mesa.
_Você não comeu? Minha torta está tão ruim?
_(Risos alto) não, só não gosto de jantar sozinho. Vamos?

   Voltaram e terminaram o jantar. Victor a ajudou na limpeza da cozinha e depois foram para a sala, entre beijos calmos e românticos, troca de carícias Luciana o encarou.

_Sabe quanto tempo faz que não fazemos amor?
_Não sei mas pra mim é uma eternidade porque estou com muita saudade desse teu corpo. – Olhou pra ela com desejo.

Continua... Com capitulo hot KKKKKKKKKKK

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