Capitulo 40
Victor sentiu
uma dor forte na cabeça e no peito, soltou o cinto de segurança, ligou o pisca
alerta e rapidamente desceu do carro, sentiu-se um pouco tonto mas não ligou.
Aproximou-se da parte frontal do seu veículo e pode ver que no outro carro
atingido não afetou muito, já o dele a lataria estava totalmente acabada. O
condutor do outro carro desceu e foi até ele.
_Está tudo bem?
_Acho que sim – Sacou o celular do bolso – Vou ligar pro seguro, ele vai cobrir tudo.
_Acho que sim – Sacou o celular do bolso – Vou ligar pro seguro, ele vai cobrir tudo.
_Espera, você é
o Victor não é?
_Sim.
_Sim.
_Sou Henrique.
Fique tranqüilo que vamos resolver isso na calma.
_Obrigado.
Victor ligou
para a companhia de seguro e logo depois para o corretor. Enquanto estava com o
celular no ouvido se assustou, Luciana saiu do veículo pálida, estava com um
corte na testa e outro no canto do lábio inferior.
_Luciana – Correu até ela
_Victor
(Começou a chorar)
_Vem cá moça,
sente aqui. – Henrique abriu a
porta do passageiro e colocou Luciana sentada.
_Calma Lu – Victor se agachou perto dela. Quanto mais
tentava limpar o rosto mais sangue caia.
Henrique saiu
dali e em pouco tempo voltou com uma garrafa de água.
_Tome moça,
está tudo bem?
_Acho que não.
_Victor, melhor
encostamos os carros aqui no acostamento, já está começando a congestionar.
Colocaram os
carros no acostamento, Luciana não parava de chorar.
_Luciana, fica
calma.
_Victor, me
leva pro hospital, tô com medo... Meu bebê.
_Também acho
melhor levá-la pro hospital Victor, vamos no meu carro.
Victor travou
seu carro e junto com Henrique levaram Luciana para o hospital, por sorte dela
Guilherme – Seu médico obstetra e chefe – Estava de plantão. Colocaram-na em
uma sala da enfermaria enquanto isso Victor foi preencher a ficha dela, ao
entrar na sala percebeu que estava muito assustada enquanto conversava com
Jéssica.
_Meu filho
Jéssica e se acontecer alguma coisa?
_Luciana tenta
se acalmar, não vai acontecer nada, Guilherme já esta chegando. – Ao perceber Victor na porta da sala se
retirou, ele foi atrás dela. – Jéssica.
_Oi Victor?
_O que você acha?
Será que o bebê está bem?
_Acho que sim por quê?
_Acho que sim por quê?
_Tô preocupado,
ela estava sem o cinto de segurança na hora da colisão.
_Fica tranqüilo
Victor, está tudo bem. Agora o que tem que fazer é ir até lá e ficar do lado
dela.
E assim ele
fez, entrou na sala e se aproximou dela. Permaneceram em silêncio até Guilherme
chegar.
_Luciana, como
está? O que aconteceu?
Luciana não
parava de chorar, queria falar mas não tinha forças. Victor se pronunciou
_Eu bati meu
carro, estávamos voltando da festa e... Aconteceu.
_Ok – Olhou para Luciana – Está sentindo algo Luciana?
_Até agora nada, mas estou com medo de ter acontecido algo com meu bebê.
_Até agora nada, mas estou com medo de ter acontecido algo com meu bebê.
_Vou mandar te
encaminharem para a sala de ultrassom.
Em alguns
minutos já estavam na sala, enquanto Guilherme passava gel pela barriga de
Luciana o silêncio predominava naquele local.
Guilherme
analisou calmamente, Luciana já estava ficando aflita, sabia que aquele
silencio na ultrassom não era nada bom, começou a chorar mas foi parando porque
aos poucos um barulho insistentemente começou a ecoar naquela sala, os
batimentos cardíacos do bebê ficavam cada vez mais alto conforme Guilherme
mexia.
_Bom Luciana,
então isso soa como uma noticia boa né? Você mais do que ninguém sabe que está
tudo bem com ele.
_Eu sei – começou a chorar de alegria – Obrigada Gui.
Victor sentiu
uma emoção muito forte, limpou o canto do olho para as lagrimas não caírem.
_Bom agora você
vai para a sala de sutura, esse corte tá feio. Se vista enquanto isso vou fazer
a prescrição do medicamento.
Victor a ajudou
a se trocar e foram para sala de Guilherme.
_Bom Lu é tudo
aquilo o que você pede para as pacientes, repouso. Vou te passar um atestado de
uma semana, está bom assim?
_Tudo bem.
_Tudo bem.
_Ótimo. Agora
você precisa fazer uns exames e ficar essa noite aqui sob observação
_Eu vou pra
casa Gui. Tô me sentindo bem, o bebê está bem.
_Você quem
sabe. Antes passe na enfermaria e assine na recepção sua saída.
Luciana foi
para a enfermaria, Jéssica fez os curativos e foram para casa de táxi, não
dirigiu a palavra a Victor nenhuma vez, foi para o quarto tomar um banho.
_Eu te ajudo. – Victor ajudou-a
_Não precisa,
sei me virar muito bem sozinha –
Falou ríspida.
_Você não pode
ficar sozinha, está sob observação.
_Se você quer
me ajudar então fique aí calado.
Tomou um banho
rápido e foi para a cama, sentiu que fora arrogante com ele mesmo sabendo que o
que ele queria era só ajudá-la. Tentou fazer as pazes enquanto ele estava
sentado na beira da cama.
_E agora Vih, o
seu carro.
_Bens materiais
não é nada Luciana, estou preocupado com você.
_Liga pro
reboque, seu carro ficou lá no acostamento.
_Vou fazer isso
mas não agora.
_Vá com meu
carro, veja se está tudo bem.
_Não vou te
deixar sozinha.
_Pode ir Vih,
estou bem, qualquer coisa te ligo.
Olhou para
Luciana e percebeu que ela estava bem ou aparentava estar, aquele curativo em
sua testa deixou Victor se sentindo culpado. Levantou-se e foi até ela,
beijou-lhe a testa.
_Promete que
qualquer coisa me liga?
_Prometo.
Quando chegar se eu estiver dormindo me acorda tá?
_Ok.
Foi com o carro
de Luciana até a rua onde estava o seu carro estacionado. A chuva começou a
ficar forte e que o fez reduzir um pouco a velocidade, ainda tremia e a cabeça
estava latejando. Desceu do carro e mais uma vez olhou o seu veículo ali, parado,
lembrou da discussão que tivera com Luciana.
Enquanto ele
esperava o reboque alguns carros estavam saindo do local da festa, o show teria
terminado, assim ele deduziu. Alguns amigos ao perceber que era o seu carro
desceram preocupados mas nada mais podia fazer, o reboque chegou e levou o
carro dele, já era madrugada quando chegou em casa, o silêncio predominava ali
e tudo o que queria era ver se Luciana estava bem. Entrou no quarto e lá estava
ela, dormindo, agarrada ao lençol, se aproximou dela e cobriu o ombro que
estava descoberto. Tomou um banho para relaxar e tentar esquecer os últimos
fatos e depois deitou do lado dela, afagou as longas madeixas dela, que se
remexeu na cama.
_Vih? – Perguntou no escuro do quarto
_Oi Lu, já
cheguei.
_Como foi? – Se virou, mesmo no escuro o encarou
_Está tudo bem,
nem amassou tanto. Segunda antes de ir viajar eu resolvo isso.
_Está tudo bem
com você?
_Só estou com dor de cabeça, mas vai passar.
_Só estou com dor de cabeça, mas vai passar.
Em silêncio
Luciana saiu da cama e foi até sua bolsa, sempre comprava remédios para dor de
cabeça para Victor. Desceu até a cozinha pegou um copo com água para ele, ligou
o abajur.
_Toma, se não
melhorar vamos a emergência.
_Vou ficar bem
Lu.
_Teimoso como
sempre.
Bebericou um
pouco a água para só depois tomá-la com o comprimido. Sentiu uma dor no ombro
esquerdo, passou a mão no local.
_O que foi Vih?
_Nada, só está doendo. Acho que na hora da batida dei um jeito.
_Nada, só está doendo. Acho que na hora da batida dei um jeito.
_Se vira.
Ele ficou de
costas e Luciana sentou atrás fez uma massagem no ombro dele que o fez quase
dormir ali mesmo.
_Está melhor?
_Agora sim.
Desligaram o
abajur e dormiram abraçados.
Luciana abriu
os olhos e pelo celular pode ver que passava das dez horas, olhou em todo o
quarto e não achou Victor mas não demorou muito para ele aparecer no quarto com
uma bandeja de café da manhã.
_Bom dia, está
melhor? – Beijou-lhe o topo da
cabeça.
_Acho que sim. – Sentou-se na cama.
_Quer que a
bandeja fique aqui ou na mesinha?
_Coloca lá.
_Coloca lá.
Enquanto Victor
colocava suco no copo Luciana foi ao banheiro, fez sua higiene arrumou os
cabelos e voltou. Tomaram café em silêncio, algo os perturbava, a discussão não
fora em vão e não tinham terminado.
_Luciana,
precisamos conversar.
_Ainda sobre a
Sarah? Precisamos mesmo.
_Só quero te
pedir pra não acreditar em nada do que falam de mim.
_Como não
acreditar se você sempre dá motivos Victor?
_Quero saber
quais são os motivos que dou.
_Me conte,
porque teve aquela vontade repentina de me chamar para ver o show se um dia
antes combinamos que eu não iria?
_Luciana, existem coisas que não consigo explicar. Eu não estava preparado para te apresentar em publico, mas ontem de manhã decidi fazer isso. Será que da pra você acreditar em mim alguma vez?
Luciana baixou a cabeça e sentiu algumas lagrimas caindo.
_Luciana, existem coisas que não consigo explicar. Eu não estava preparado para te apresentar em publico, mas ontem de manhã decidi fazer isso. Será que da pra você acreditar em mim alguma vez?
Luciana baixou a cabeça e sentiu algumas lagrimas caindo.
_Só queria que
você me contasse a verdade algum dia Victor.
_E eu só queria
que você parasse com essas crises de ciúmes, mas já vi que vai ser impossível.
Victor POV ( Point of view / Ponto de vista)
“Saí da mesa para não discutir com
Luciana, ela estava em um estado um pouco grave, não queria que por minha causa
perdesse o bebê mas sei que ontem ela ultrapassou dos limites ao desconfiar de
mim. Não poderia falar a verdade para ela, como reagiria se eu lhe falasse do
beijo que Sarah me deu semana passada? E de que ficamos a sós no camarim?
Procurei passar o dia inteiro do domingo
tocando violão, compondo musica e mais uma vez lendo e relendo o poema que
fizera para ela, claro que se transformaria em uma musica linda mas não poderia
mostrar a ela agora, seria surpresa para alguma ocasião especial.
O almoço foi um dos piores da minha
vida, Luciana não puxava assunto tampouco eu, mas aquilo estava me remoendo por
dentro, vê-la assim tão perto e ao mesmo tempo tão distante de mim sem ver os
sorrisos, as risadas perfeita e os seus lábios em contato com os meus, era
muito ruim, precisaria fazer as pazes com ela ou então esse nosso dia de folga
seria pior do que estava. Tentei me aproximar dela pela tarde mas Carol chegou
e trouxe consigo seu filho até me animei e o chamei para ficar perto de mim,
apresentei a ele meus violões, o moleque era esperto. Depois brincamos na
grama, ele trouxe seu cachorro e logo tive em mente que quando meu filho ou
filha nascesse eu iria comprar ou adotar um, me vi em uma situação paterna e
pude perceber o quão prazeroso era isso. Carol e Junior ficaram lá até depois
do jantar e pelo menos o clima ficou um pouco agradável, mas foi na partida
deles que eu e Luciana nos olhamos e cada um seguiu seu caminho, eu para minha
sala dos meus violões e ela mais uma vez se trancou no quarto, aquilo estava me
deixando aflito.
Criei coragem e subi para o quarto,
tomei um banho para relaxar e me deitei do seu lado, apenas ficamos encarando a
TV e cada um com seu pensamento, não esboçamos nada, riso nem lagrima. Criei
coragem e acariciei sua mão.
_Tudo bem?
_Aham – Ela estava tímida
_Lu, não quero
brigar, não depois de ontem. Fiquei com medo de você perder nosso filho.
_Também não
quero Victor. Vamos esquecer isso.
Ficamos em silêncio – Mais uma vez – por
longos minutos.
_Gostei de
tomar conta do Junior.
_É, ele é um
menino de ouro. Nem parece ter quatro anos.
_Lu, não deixa
esse clima ruim tomar conta desse ambiente. Se te amo pra que ficarmos assim?
Tomei-lhe os lábios e na minha
empolgação não percebi que o canto da boca dela estava cortado, ela se afastou um
pouco.
_Desculpe meu
amor.
Fui com mais calma e desci meus lábios para seu pescoço, que cheiro bom que ela tinha.
Senti que Luciana puxou meu cabelo próximo a nuca me empurrando mais para si,
estava querendo tanto quanto eu. Fiquei por cima dela e minhas mãos se ocuparam
em sua calcinha, porém, ela me empurrou.
_Victor, não
podemos – Estava procurando fôlego
_Por quê?
_Eu tive um
susto ontem, o acidente. Nesses casos é melhor não ter relação por alguns dias,
estou em observação.
Aquilo me soou como um balde de água
gelada, saí de cima dela e também fiquei procurando ar. Não estava conseguindo me
concentrar em nada, só na minha transa que não aconteceria naquela noite,
precisava lembrar de algum assunto para esfriar e todo o sangue concentrado em
um certo lugar se dissipar.
_Estive
pensando. – Puxei assunto – Se for
menino, o nosso filho, vamos colocar Victor.
_Não Victor,
fica estranho. Quando eu te chamar pela casa, os dois vão responder.
_Então
Valentim.
Luciana soltou uma gargalhada gostosa.
_Esquece isso,
depois conversamos.
_E se for
menina, será Valentina.
_Que mania essa
sua de querer que nosso filho comece com a letra do seu nome. Credo. – Sorriu
_Ok, então
vamos falar de outra coisa. Temos que começar a pensar no quarto do bebê.
_Vou combinar
um dia com a Tati para ela me ajudar. Vih, to com sono.
Luciana se virou e ficou de lado bem
próxima a mim, com os olhos fechados espalmou a mão sobre meu peitoral e toda a
minha animação voltou, olhei para seus seios que conforme ela respirava eles
apareciam e desapareciam no decote da camisola. Não sei o que ela tinha que
mexia com todos os meus sentidos e minha sanidade mental ia embora rápido.
Saí
da cama e fui para o banheiro, molhei minha nuca na pia e ao olhar para baixo
minha intimidade não havia se acalmado e eu não poderia voltar para cama assim
já que ela não poderia fazer nada e não estava disposta a me ajudar. Me despi e
tomei outro banho, não tive como me conter e ali mesmo me aliviei, me senti
envergonhado por isso mas foi o único jeito. Voltei pra cama e ela dormia
tranquilamente, me deitei e abracei-a, assim caí no sono profundo.”
Continua...
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