Os dias em Veneza foram os melhores, Luciana deixou de lado tudo
o que lhe afligia. Agora para Victor era estranho, saber que sua esposa ainda
tinha magoa de si o deixava preocupado.
Voltar para casa agora os deixavam ansiosos, o amor só havia
fortalecido entre ambos, a energia também. Aterrissaram em São Paulo e foram
recepcionados por Joyce e Lucas, que estavam com Gabriela e Mariana. Os olhos
de Luciana marejaram, correu até as filhas, as abraçando.
_Meus amores, que saudade eu estava.
_Meus amores, que saudade eu estava.
Abraçou o pai e a madrasta, seguiram para casa de Lucas. Estavam
todos felizes, contando todas as novidades. Assim que chegaram, Luciana
entregou o presente a cada um e enquanto Lucas e Victor iam a varanda
conversar, Joyce e Luciana ficaram na sala. As crianças corriam pela casa:
_Como é bom saber que está tudo bem por aqui.
_Sim. O Lucas aproveitou ao máximo enquanto as pequenas estavam
aqui. – Ficou triste – Poxa Lu, não tem como deixá-las aqui mais
um pouquinho? Ou ficar aqui por mais uns dias?
_Infelizmente não dá, Joy. Victor está cheio de coisas para
fazer, ainda tem que ensaiar com a banda para tudo ficar como ele quer. Sabe
como meu marido é né? – Sorriram
_Claro. Mas promete vir mais vezes.
_Sim, pode deixar. Farei isso. – Respirou fundo
olhando a casa – E a adoção?
_Ah Lucy, ainda estamos tentando. Um dia quem sabe.
_Você bem que poderia engravidar.
_Não Luciana, esquece isso.
Continuaram conversando até Victor se aproximar, assim passou o
dia. Antes de dormir, colocaram as filhas para dormir, voltaram para o quarto
do casal. Assim que Luciana saiu do banheiro, Victor lhe entregou o celular:
_Seu celular despertou.
_Eu não ativei o despertador.
_Acho que esqueceu. É o horário de tomar sua pílula.
Luciana desligou o despertador. Ficou calada enquanto se
trocava:
_Não vai tomar? – Victor perguntou enquanto trocava de canal na
TV.
_Claro.
Desceu até a cozinha, às vezes podia sentir o cheiro de Geovana
vivo ali, até a voz dela. Colocou um copo com água, estava indecisa. Queria e
ao mesmo tempo não, poderia fazer sua parte ao não tomar e entregar nas mãos de
Deus. Uma duvida acometeu-a. Subiu até o quarto, deitando em seguida,
respirando fundo enquanto se aninhava no peito dele:
_O que tem? Quer dizer algo?
_Oi? Não. Por quê?
_Te conheço, Senhora Chaves.
_Te conheço, Senhora Chaves.
_Já disse que não tenho nada para dizer. Boa noite.
No dia seguinte partiram cedo para Uberlândia. Carol, Tatianna e
Leo esperavam por eles em um restaurante. Abraçaram todos ali, logo se
acomodando e contando todos os detalhes da viagem.
Carol: _Você sabe que eu só vim aqui pra te pedir presente, né?
Luciana: _Já sabia que era interesseira, mas dá pra fingir
diante das outras pessoas?
Todos riram gostosamente.
Victor: _A Luciana comprou para todos, menos para você.
Carol: _Mentira!
Luciana: _E você ainda cai nas conversas do Victor? Eu comprei
sim, mas só te dou depois. Estão na mala.
Almoçaram entre papos divertidos, em alguns momentos Victor e
Leo conversavam sobre o novo repertorio, deixando todas ali entediadas e
falando entre si sobre assuntos femininos.
Os dias se passaram rápidos. Aproveitando que ainda estava de férias,
Luciana estava sempre na clinica, atendendo algumas pacientes, às vezes levando
as crianças para se distraírem. Victor estava ensaiando para a nova turnê, nas
pausas, ainda tinha reuniões sobre gravação de CD.
Aquela tarde estava perfeita, Victor saíra cedo, não teria reunião
naquele dia. Luciana estava em sua sala, lendo alguns históricos de pacientes,
arquivando os que não precisavam mais, a porta estava aberta e alguém bateu.
Ergueu o rosto e um sorriso lindo surgiu em seus lábios.
_Que visita perfeita.
_Posso entrar?
_Para de ser sacana, Vih. Entra.
Victor foi em passos largos até a esposa, segurando-lhe a nuca e
puxando-a para um beijo intenso.
_Uau! – Soltou o ar após o beijo.
_Eu sabia que iria gostar.
Voltou e sentou no sofá. Luciana estranhou:
_Que milagre ter você aqui.
_O ensaio terminou cedo, não teve reunião.
_Ah. Então fica quietinho aí, já estou terminando de ler essas
fichas.
Por mais que quisesse, Luciana não conseguia se concentrar.
Victor estava ali, sentado, mexendo no celular. Já era o começo da noite quando
Raquel bateu de leve na porta que ainda permanecia aberta:
_Luciana, já vou.
_Não tem nenhuma paciente marcada para hoje?
_Não. Você já atendeu todas essa tarde.
_Ok, então pode ir. Boa noite.
Ouviu o riso fraco que Victor dera, ignorou, mas não por muito
tempo. Victor levantou-se e foi até a porta, fechando-a e passando a chave:
_Lembra que disse que te pegaria de jeito aqui?
_Vih, aqui é meu local de trabalho.
_Não mais. Não agora. – Se aproximou em passos lentos, puxando-a pelo
braço, fazendo levantar-se. – Hoje é só um local onde quero realizar
minha fantasia.
_Victor... – Sussurrou após ele falar aquelas palavras em
seu ouvido.
_Confia em mim, meu amor.
Beijou-lhe o canto dos lábios, para logo em seguida tomá-los e
saciar a sede. Encostou-a na mesa, pressionando todo o seu corpo para que ela
sentisse o quanto clamava para aquele momento a dois. Uma das mãos foi até a
coxa, passando por baixo do jaleco enquanto aproximava a boca na orelha de
Luciana, deixando-a mole.
_Veio de vestido para facilitar, minha Senhora?
_Não – Sua voz saiu falha.
_Vou entender isso como um “sim”.
Voltou com as mãos por cima, desabotoando o jaleco que Luciana
usava. Passando as mãos pelo ombro, retirando-o e vendo a peça cair lentamente
no chão.
_Alguém pod... – A voz de Luciana estava entrecortada.
_Não... Acha que eu não perguntei se a Carol ou alguém estava
aqui? Dessa vez você não me escapa.
A adrenalina de serem pegos, deixou Luciana louca só de imaginar
nessa hipótese. Sentiu quando Victor segurou forte seu seio ainda por cima do
vestido, deixando-a sem ar. Não iria abrir os olhos, sabia que seria seu
inferno ver aquele par de olhos castanhos a sua frente, eles refletiam desejo
acumulado, luxúria, paraíso... Prazer, muito prazer.
Victor encostou os lábios no pescoço dela, sentindo o gosto bom
da pele de Luciana. Desceu mais, dava leves mordidas nos seios onde o vestido não
cobria. Ela estava tão parada que ele podia jurar que estava em choque:
_Faz alguma coisa Lu.
Ativou-a, ela acordou e as mãos ganharam vida ao entrelaçá-las
no cabelo dele, o puxando com força, querendo mais. Ainda com a boca na pele de
Luciana, Victor sorriu e desceu as mãos, entrando pelo vestido, sentindo a
calcinha que ela usava. Por cima daquela lingerie, acariciou-a, nesse momento
trocaram olhares, sorrisos. Victor foi à loucura quando ainda por cima da
calça, Luciana passou as mãos timidamente. Sem conseguir pensar em mais nada,
em um movimento brusco, tirou a peça intima que ela usava, vendo a própria
expulsá-la para bem longe de si com os pés.
Ficou atônito ao sentir que as mãos dela desabotoaram sua calça,
intensificando no carinho, lançando olhar infernal para ele. Victor puxava o ar
que lhe faltava, olhando para o teto, sorrindo e procurando se acalmar.
_Não dá. Tem que ser agora.
Colocou-a sentada na beira na mesa, deitando-a e jogando todos
os papéis que estava na mesa, aquilo estava o atrapalhando. Ficando sobre ela,
olhou-a profundamente.
_Nunca fiquei tão nervoso como agora.
_Cala a boca e me ama.
Investiu dentro de Luciana, ouvindo um gemido alto dela pedindo
para seguir adiante. Amou-a devagar, querendo que aquele momento durasse por
toda eternidade. Luciana segurava forte na ponta da mesa, gritando pelo nome
dele, achando que assim o sofrimento iria acabar. Sofrimento esse que amava
sentir. Começou a sentir incomodo e ficar séria.
_Vih... Para!
_Tem certeza? – Sorriu
_Minhas costas... Tá doendo.
Aquilo não iria acabar com o clima. Victor puxou Luciana para
que sentasse, saiu de dentro dela, deixando-a em pé. Sem delicadeza alguma,
virou-a para ficar de frente a mesa, colocou as mãos na nuca dela, inclinando o
corpo para encostar na mesa, afastou as pernas dela, investiu mais uma vez.
Sempre gostou desse lado ousado dele entre quatro paredes, Victor parecia
conseguir ler os seus pensamentos. As dores nas costas passaram, sentia a
respiração ofegante dele, uma das mãos que segurava forte seu quadril, foi para
a região glútea dela, aplicando palmadas que não a deixava assustada, mas sim
com prazer... Muito mais prazer, fazendo-a gritar e se entregar ao ápice quando
ele chegou. Ficou mole quase caindo quando ele saiu dentro de si mais uma vez.
_Não pensa que terminei.
Levou-a para o sofá, deitando sobre ela e terminando o que
começou em cima da mesa. Victor atingiu o máximo do prazer chamando o nome dela
e por fim, caindo em cima de Luciana e procurando o ar enquanto mordia o ombro
dela. Ficaram em silencio por alguns minutos. Ela amava passar as mãos em
Victor dele após tudo, amava sentir o suor na nuca, as pontas daquele cabelo
grisalho molhadas.
_Foi bem melhor do que pensei.
_Seu tarado!
_Não sou tanto quanto você. – Ergueu o rosto para
beijá-la rapidamente – Afinal, quem estava gritando?
_Victor! – Repreendeu-o.
_Não fica assim, vai. Eu amo quando você grita meu nome.
_Sai de cima de mim. – Empurrou-o – A fome estava tanta
que nem sequer tirou meu vestido. – Foi até a mesa, ouvindo-o rir alto – E esses papéis,
Vih?! Vou ter que recolher tudo.
_Foi mal, na hora isso me atrapalhou. Eu te ajudo. – Levantou-se abotoando
a calça.
Após colocarem tudo em ordem e se recomporem, se beijaram.
_Amo quando você faz isso. Surpreende-me a cada dia, amo tudo em
você, Vih. – Tocou-lhe o rosto.
_Caramba, você roubou todas as palavras que iria dizer. Mas também
amo tudo em você. Vamos? Já estou entediado dessa sala – Abraçou-a
_Conseguiu o que queria né, Senhor Chaves? Por isso está
entediado.
_Imagina, ainda tem ali – Apontou para a maca que ficava no
canto da sala.
_Nem inventa.
_Espere e verás.
Saíram do clinica de mãos dadas.
_Me dá uma carona? – Beijou-a no rosto.
_Tem carro não? – Pegou a chave na bolsa.
_Claro que tenho. Mas como já tinha um plano feito, passei em
casa e deixei-o lá.
_Bobo.
Victor tomou a chave das mãos dela.
_Me devolve, Vih!
_Perdeu! Hoje quem fica no comando sou eu. Será uma mera
passageira.
_Quando chegar em casa conversamos.
Durante o trajeto se acariciavam como dois adolescentes.
Chegaram em casa, Lourdes chamou Luciana na cozinha.
_Amor, leva minha bolsa lá pra cima. Já vou lá.
_Tá.
Victor subiu com a bolsa de Luciana, colocou no closet e ao dar
dois passos ela caiu.
_Como sempre, deixa a bolsa aberta.
Recolheu tudo, colocando de volta. Algo o deixou curioso, um
exame do laboratório do hospital que Luciana trabalhava. Abriu, sentindo os
olhos marejados ao ler “BETA-HCG” desceu rapidamente para o resultado.
_Positivo... – Sussurrou – Positivo!
Há muito tempo Victor notara Luciana estranha, cheia de mistérios.
Ela estava grávida, ele sentia isso agora. Desceu rapidamente com o exame na mão.
Continua...
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