segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Cap. 75 - Parte 1






   Luciana passou pelo quarto a procura de Victor, lá estava ele no closet, tentando dar um nó na gravata.

_Você como sempre. – Se aproximou dele – Deixa que eu te ajudo.

   Ficou de frente para Victor, concentrada naquele nó, mas sentindo a respiração dele falha.

_Está nervoso por causa de um casamento que nem é seu.
_Não é isso. – Deu uma pausa – Sabe, a Paula pra mim sempre foi a irmã caçula. É estranho saber que agora se tornou uma linda mulher e que vai casar.
_Deixa esse nervosismo para quando forem nossas pequenas.
_Vira essa boca pra lá. Vai durar uma eternidade pra isso acontecer.

   Luciana finalizou o nó, ainda passou as mãos no terno que ele usava, ajeitando-o.

_É... Do jeito que tudo está passando rápido, daqui uns dias veremos a Gabi ou a Mari entrando aqui em casa, de mãos dadas com algum rapaz, nos apresentando como namorado.
_Nem pensa nisso, Luciana. – Ficou sério – Melhor encerrarmos esse assunto.
_Tá bem. – O abraçou – Está lindo e elegante. Agora vai tomar conta das nossas pequenas enquanto eu finalizo a maquiagem e me troco.
_Não se atrasa.
_Ok.

   Victor saiu do closet, mas logo voltou, abraçou-a por trás, sussurrando no ouvido:

_Te amo.

   Sentia-se amada, sabia que o sentindo era recíproco. Suspirou enquanto dava os últimos ajustes na maquiagem. Trocou-se, procurou suas jóias e enquanto as colocava diante do espelho, olhou para sua bolsa de trabalho. Ali estava toda a resposta para seu futuro, depois da conversa com Victor prometeu que deixaria as coisas acontecerem naturalmente, mas como toda mulher, a ansiedade tomava conta de si. Rapidamente abriu a bolsa e viu o exame fechado, queria abri-lo, mas precisava de coragem. Ouviu Victor chamando-a e logo o jogou de volta dentro da bolsa.

_Pensei que ainda estava procurando o vestid... – Parou na porta com um brilho nos olhos – Está linda demais.
_Ah – baixou a cabeça – São seus olhos.
_Não – foi até ela em passos lentos, abraçando-a – Você é linda, minha Senhora Chaves. Agora vamos.

   Durante o trajeto Luciana ficou pensativa, olhando para a paisagem através da janela. Gabriela e Mariana falavam, cantavam e Victor as ajudava na bagunça. Olhou para eles e pode ver o quão perfeita sua família era.

   Assim que chegaram a Igreja foram recepcionados por Tatianna e Leo. Já foram entrando. Victor olhava para o noivo ali, nervoso, lembrou do seu casamento, sorriu com a lembrança. Paula estava linda, com os olhos rasos, emocionada, Victor estava ali, observando cada passo da irmã, emocionado e enxugando algumas lagrimas fujona. A cerimônia não podia ter sido melhor, estava tudo lindo. Luciana olhou ao redor e lembrou-se do seu casamento, parecia uma eternidade desde que isso aconteceu. Viveu tantas coisas, sorriu, chorou, mas se pudesse, não mexeria em nada no seu passado.

   Após a cerimônia todos foram para o salão. Sentaram em uma mesa, as crianças corriam alegres. Victor aproximou-se dela, tocando-lhe na coxa mais próxima:

_Lembrei do nosso casamento.
_Parece que foi uma eternidade. – Sorriu o olhando – Meu vestido não queria fechar.
_E eu me casaria mesmo com você sem vestido.
_Juro que sempre me pergunto por que tudo na minha vida não é normal. As horas que passei esperando aquele maldito vestido para poder enfim ir até a igreja, não quero mais lembrar.

   Voltaram a prestar atenção ao assunto que era pautado na mesa. Victor e Leo foram conversar com alguns amigos ali presentes. Agora toda as atenções eram para Tatianna, tudo era relacionado a gestação, deixando assim Luciana um pouco incomodada. Pediu licença e foi para a área externa, buscando um pouco de ar. A ansiedade tomava conta de si, não queria pensar mais no assunto, não queria ficar triste caso tudo viesse a dar errado...

_Fugiu do nosso papo.

  Luciana virou-se rapidamente, Carol aproximou mais.

_Estava buscando um pouco de ar, lá dentro tá quente.
_Sei. – Olhou rapidamente para a amiga – Nesses longos anos de amizade, consigo decifrar cada enigma seu Lucy. Está triste ou é impressão minha?
_Eu triste? Por quê? Não tenho motivos, estou tão feliz. Principalmente agora que vejo a Paula tão linda e radiante.

   Permaneceram em silencio mais um tempo. Carol suspirou.

_Confesso que assunto de gravidez me broxa. – riram alto – Sei que a Tati está feliz, mas se o Igor ouvir esse assunto vai me infernizar querendo encomendar mais um.
_Graças a Deus o Victor desencanou.
_Estamos parecendo duas velhas fofoqueiras. Vamos voltar?
_Sim.

   Entre risos voltaram ao salão na hora certa. Os noivos estavam dançando a valsa, após isso, outros casais entraram na pista de dança para apreciar aquele momento mágico. Luciana sentiu alguém lhe abraçar por trás.

_Me concede essa dança?
_Faz tempo que eu dancei. Não quero pagar mico, Vih.
_Sem medo. Venha.

   Puxou-a para o meio do salão. Victor lhe guiava, Luciana fechou os olhos enquanto inalava o perfume vindo dele. Encostou a cabeça no peito dele.

_Está tudo tão lindo, não acha?
_Não. No nosso casamento foi mais.
_Para de recalque, Victor. – Ergueu o rosto para encará-lo.
_Sabe, lembrei da nossa noite de núpcias.
_Na fazenda... Como esquecer?

   Em silencio, continuaram dançando, pareciam dois jovens, o corpo de ambos se tocavam levemente e a chama da paixão se acendia.

_Quando chegarmos em casa vou ter algo de especial?
_Tipo?
_Ah, podemos relembrar a nossa noite de núpcias...
_Tarado.
_Vai dizer que não gosta?
_Não vou responder.

   A musica acabou e o DJ colocou outras animadas, Luciana e Victor entraram no embalo, se divertiram. Leo o chamou para irem ao palco, iriam tocar algumas musicas a pedido da irmã.

_Fica aqui?
_Sim. Quero ver você brilhar lá em cima.
_É assim que gosto – beijou-a rapidamente – Minha fã numero um.

   Todos se aproximaram para ver Victor e Leo dar um show a parte. Os olhares eram trocados com tanta emoção, talvez revelando o que viria depois. Luciana olhou ao redor do salão e não achou as filhas, saiu procurando-as, estavam na mesa ao lado da Tatianna. Aproximou-se e viu que as duas estavam cansadas.

_Mamãe, quero dormir. – Gabriela choramingou
_Espera, o papai vai voltar e vamos pra casa tá? – Sentou ao lado de Tatianna – Pensei que iria te ver ali no salão.
_Eu até queria ir, mas meus pés estão doendo.
_Segura que ainda faltam alguns meses para isso acabar.

   Continuaram conversando ali. Após a apresentação, Victor desceu e foi até a mesa.

_Percebo que estamos indo mal. As nossas esposas não querem ver o show, melhor nos aposentarmos – Sentou-se ao lado de Luciana.
_Fui procurar as crianças que por sinal estão com sono. Importa-se de irmos agora para casa?
_Não. De jeito nenhum.
_Vamos nos despedir de todos.

   Falaram com todos os amigos. Entre despedidas, Paula chamou Luciana à parte, estava um pouco risonha, talvez pelo teor alcoólico que consumira.

_Luciana, estou muito feliz que veio.
_Ah, achou mesmo que eu iria perder Paula?

   Sorriram. Um silêncio incômodo estava ali. Paula suspirou e voltou a falar:

_Queria te pedir desculpas.
_O que você fez?
_Ainda sobre o acidente que causei... Quase que a Gabi...
– Baixou a cabeça.

    Luciana tocou-lhe o ombro:

_Esquece isso, Paula. Nem lembrava mais. O que importa é que ela está com muita saúde e você também.
_Obrigada
– Abraçou-a – Te amo muito viu.
_Eu também te amo, Paula. Divirta-se e aproveite cada momento dessa sua nova fase.

   Abraçou mais uma vez a cunhada e foi até onde o esposo estava. Victor colocou Gabriela no braço e logo sentiu que ela adormeceu. Luciana segurou na mão de Mariana e foram para o carro. A volta para casa foi silenciosa, olhou para o banco de trás, as duas estavam em um sono profundo. Respirou fundo tocando na coxa mais próxima de Victor.

_Desculpa.
_Por? – Olhou rapidamente para ela.
_Ah, sairmos assim da festa. Todos estavam animados, acho que a festa vai durar mais.
_Confesso que também estava cansado. Acho que já somos dois velhos.
_Você que é. – Sorriu – Estou me sentindo bem mais jovem.
_Mentira. Está muito fraca, te procuro na cama e só aguenta fazer amor uma vez só na noite.
_Assim não vale, Vih. Chego cansada do trabalho.
_Sei. – Respondeu incrédulo.

   Enquanto Luciana colocava as filhas para dormir, Victor foi ao quarto, tirou a roupa e ficou esperando-a. Assim que entrou sorriu ao vê-lo só de cueca.

_Porque você me provoca hein?
_Combinamos que reviveríamos a nossa noite de núpcias, ou está esquecida?

   Luciana tirou os sapatos, jogando-os longe. Aproximou-se da beira da cama onde Victor estava sentado. Fechou os olhos ao sentir as mãos passando pelo seu vestido, indo mais além, erguendo-o, revelando seu corpo e sua lingerie.

_Cada dia mais gostosa...

   Victor beijou a barriga de Luciana, mordeu de leve. Ergueu o olhar, observando ela retirar aquele vestido. Levantou-se, os rostos se aproximaram, ela podia sentir os lábios dele roçando aos seus. Uma excitação tomou seu corpo e iniciou aquele beijo voraz, sentindo o gosto dele, as línguas se encontrando, as mãos apalpando cada parte do corpo do próximo. Luciana estava levemente tonta, o mundo parecia dar voltas em milésimos de segundo enquanto apreciava aquele momento. Foi ao céu quando sentiu as mãos dele na sua nuca, puxando-lhe os cabelos daquela região e aprofundando mais aquele beijo. Já estava praticamente sem ar quando as bocas se desgrudaram.

_Eu preciso de você, Luciana. Todos os dias da minha vida...

   Luciana guiou-o cegamente até a beira da cama, jogando-o na cama, deitando sobre ele. O beijo mais uma vez fora forte, intenso. Seu corpo buscava o dele, roçava o deixando louco em baixo de si. Victor segurou a cintura dela, puxando-a para baixo, aquelas peças intimas o incomodava de ir mais adiante, mas nada que impedisse de sentirem a excitação que os corpos emanavam. Ela procurava encaixar mais seu corpo ao dele, gemendo com os lábios próximos. Sua mão desceu pelo corpo de Victor até chegar à barra da boxer, colocou-a dentro e explorou aquela região com carinhos intensos, observando cada traço no rosto dele. Desceu os lábios para beijar e deixar um rastro no corpo, mordeu a parte interior das coxas, recebendo como resposta um riso em meio ao gemido, sua boca foi em direção onde a mão estava, abaixando um pouco a cueca e acarinhando-o.
  Não demorou muito para Victor inverter as posições, acomodando-a no travesseiro:

_Agora é minha vez de torturar...

   Os lábios desceram até os seios que ainda estavam cobertos pelo sutiã. Mordendo de leve, sentindo Luciana arquear as costas de tamanho prazer. Voltou a beijar os lábios dela enquanto acariciava-a ainda por cima da calcinha.

_Está me deixando louca... Tem que ser agora, Victor.
_Está com tanta pressa assim?

   Devagar, retirou a peça enquanto olhava as expressões no rosto dela.

_Você tem um jeito que me enlouquece, Luciana.

   Olhando profundamente nos olho dela, amou-a, investindo devagar, apreciando e guardando cada momento em sua mente. Suas mãos entrelaçaram as dela, apertando-as cada vez que se sentia por completo, formando um só corpo. Luciana virou o rosto procurando o ar que lhe faltava enquanto sentia o prazer chegar, foi ao delírio quando sentiu os lábios de Victor sugar seu pescoço enquanto descia uma das mãos para sua coxa, apertando-a, logo em seguida aproximou do seu ouvido e sussurrou coisas que a excitava cada vez mais. Aumentou os gemidos quando atingiu o ápice, ficando mole e agora o ajudando a finalizar. Como era prazeroso o ouvir chamando seu nome no momento do ápice, sua voz saiu rouca e dolorosa. Olharam-se, estavam suados, porém, felizes e buscando a sanidade mental.

_Como te amo, Luciana.
_Também te amo. – Passou as mãos no cabelo dele.

   O silêncio não era incomodo, estavam apenas se recompondo, se acariciando em silencio.

_Vem, ainda não terminei.

   Levou-a nos braços para o banheiro e ali se entregaram mais uma vez ao amor. Foram ao closet, Victor se trocou e voltou para cama, mas Luciana estava ali, encarando aquele exame. Respirou fundo e criou forças para abri-lo, estava trêmula quando viu o resultado. As lagrimas vieram involuntariamente, enxugou-as enquanto colocava o exame de volta a bolsa. Colocou a camisola e foi até a cama, deitou-se de costas para Victor, mas ele envolveu-a, abraçando por trás.

_Pensei que iria dormir com a cabeça em meu peito.
_Não. Estou cansada. – Limpou as lágrimas mais uma vez.
_O que houve? – Ligou o abajur e sentou-se na cama esperando-a fazer o mesmo.
_Nada Vih, vai dormir.
_Vem cá...

   Puxou-a para sentar, colocando-a em seu colo. Luciana aconchegou o rosto no peito dele, enquanto sentia os carinhos, chorou timidamente.

_Acho que estou emotiva por besteira.
_Não pode ficar assim, Lu.
_Sei lá, estou boba, com vontade de chorar. Acho que foi o casamento da sua irmã que me deixou assim.

  Sentiu ele sorri enquanto beijava o topo da sua cabeça.

_Se quiser podemos fazer nossos votos de casamento. Podemos nos casar de novo.
_Não, esquece. – Limpou o rosto, erguendo-o para olhar para ele – Muito obrigada, estava precisando desse carinho. Agora vamos dormir.

   No escuro ficou pensando, iria contar depois para ele. Sabia que em Victor sempre acharia um porto seguro.

Continua... 

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