sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cap. 65








Atenção: Este capítulo contém cenas de sexo! Caso não se sinta confortável, não leia.
 


   Luciana estava ansiosa, a reforma havia durado dois meses e naquela noite seria a grande inauguração.
A clinica estava repleta de amigos, familiares. Victor passeava ao lado dela, que estava mostrando as salas, os novos equipamentos. Carol demonstrava felicidade por que enfim estava realizando um sonho de anos. Quando montaram a Lucadan, não gostava muito de Daniel, aceitou-o na sociedade porque na época Luciana estava saindo com ele. Agora estava no seu paraíso, ao lado da amiga sabia q tudo iria fluir.

   Estavam todos animados, felizes. Paula aproximou-se de Luciana e Victor:

_Posso roubar sua esposa só um minuto?

   Eles entreolharam-se sorrindo:

_É... Fazer o que.

   Antes de sair, Luciana depositou-se um selinho e foi junto com a cunhada a uma área onde estava Tatianna e Carol.

Luciana:
_Clube da luluzinha exatamente a essa hora?
Tatianna: _Também não entendi muito quando a Paula me chamou.
Paula: _Vai ser rápido, só queria contar para vocês a novidade.

    Sorriu timidamente, levou a mão direita à altura do rosto, mostrando a aliança que brilhava em seu dedo anelar. As outras gritaram de felicidade, abraçando-a:

Tatianna: _Fico feliz.
Paula: _Obrigada cunhada.
Luciana: _Estava na hora né?

   Todas riram, Paula mostrou a língua para ela.

Carol: _Como vai ser? Casamento, festa, lua de mel...
Paula: _Ainda não combinamos muito. Estamos focados no jantar de noivado. Ele quer oficializar diante da família e dos amigos. Vai ser semana que vem, estão todas convidadas.
Luciana: _Mas temos que brindar esse momento. – Chamou o garçom que passava com a bandeja de taças de champagne. – Um brinde? – Ergueu a própria taça.

   Brindaram, bebericando a bebida em seguida. Luciana suspirou:

_Sabe, comigo não teve essas formalidades. Já partimos para o casamento.

Paula: _Ah, vocês tiveram que se dedicar a Gabi.
Carol: _E como se não bastasse, a Mariana interrompeu a lua de mel deles.
Tatianna: _Mas foi por uma causa justa. Olha a princesa que a Mari está.
Luciana: _É verdade. – Seus olhos brilharam ao lembrar das filhas – Eu e Victor estamos combinando uma lua de mel.
Paula: _Qual o destino?
Luciana: _Ainda não sabemos.

   Continuaram conversando ali por alguns minutos, Luciana pediu licença e foi verificar se todos os convidados estavam sendo bem servidos. Achou Victor entre uma roda de amigos, Ingrid se aproximou também. Guilherme abraçou-a.

_Essa clinica vai ser sucesso. Pelo o que observo você e a Carol estão bastante empolgadas.
_Obrigada Gui. Tomara que dê certo.
_Vai sim. Com a paciência e a perseverança que as duas têm, espero pelo melhor.

   Luciana sorriu timidamente, Ingrid já havia exagerado na bebida e sorriu sarcasticamente.

_Quando falamos de paciência logo lembro da Doutora Luciana. Depois do que o Michael te fez passar na festa lá do hospital, devo te aplaudir de pé.

    Victor olhou para a colega de trabalho da esposa, indagando com um olhar voltou para Luciana, que estava cabisbaixa, rezando que aquele assunto passasse despercebido.

_Desculpe, mas não entendi.
_Ela não te falou Victor?

   A todo instante Luciana pedia forças superiores para não dar uma surra em Ingrid e a mandar calar a boca. Mas a garota parecia gostar da situação, estava risonha e alegre:

_O Michael falou para todos que beijou a Luciana e que ela bem que gostou.

   Victor baixou a cabeça, ouviu a esposa encerrar aquele assunto:

_O Michael falava demais. Ele mentiu só para fazer uma de suas piadinhas sem graça. Vamos esquecer isso.

    Aquele assunto estava incomodando Victor, estava errado, tinha um furo, uma parte que ninguém contara a ele naquela noite. Aos poucos o assunto foi sendo encerrado e logo estavam falando sobre outros banais, o deixando esquecer um pouco sobre isso, entretendo no que quer que fosse dito ali e no fim da noite já não lembrava mais.

   Luciana sentiu seu corpo tremer ao encerrar o assunto. Ingrid seria a causadora do problema se Victor viesse a lhe encher de perguntas quando chegassem em casa. Já tinha enterrado aquela história, porque o destino ainda insistia em retomá-la? Despediu-se dos convidados, no fim só estavam os mais íntimos. Fecharam as salas, desligaram tudo, ela e Carol se entreolharam com os olhos marejados:

_Eu sei que nossa clinica vai dar certo, Lucy.
_Vai sim, Ká.

   Se abraçaram, na saída despediram-se de todos e entraram no carro. A todo instante Luciana olhava para Victor dirigindo, teria que puxar algum assunto para ele não retomar aquele.

_A Paula e o Fernando noivaram.
_Ela veio me dizer. Estou feliz, ele é um rapaz do bem. Mas no fundo sinto como se estivesse vendo a minha filha com o noivo.
_Que bobagem Vih
– Riram por alguns segundos – Ainda falta muito para nossas pequenas chegarem com esses assuntos.
_E que dure a eternidade, não vou suportar ver a Gabi ou a Mari com namorado.
_Nossa, como esse meu marido é ciumento e pai babão
– Soltou o cinto e beijou-lhe o rosto. – Achei que hoje teríamos uma comemoração.
_Como assim?
– Olhou rapidamente para ela
_Ah, quando inaugurei minha sala médica você me levou para um canto especial...
_Dessa vez não vou poder te encher de mimos, Lu. Tô com uns arranjos para fazer essa madrugada. Sinto muito, prometo que iremos fazer isso em breve.
_Assim espero.   


  O Clima estava descontraído, ela agradeceu internamente, se Victor não tocasse no assunto não iria falar nada. Michael fora um passado horripilante em sua vida. Chegaram em casa e abraçados entraram, Lise estava na sala:

_Dona Luciana, a noite foi super tranquila, a Gabi custou para dormir. Dei o remédio da Mariana e agora elas dormem como um anjo.
_Obrigada Lise, não sei o que seria de mim sem você.
– Abraçou-a – Dorme aqui hoje?
_Sim, então é isso. Boa noite.

    A babá subiu para o quarto, Luciana olhou para Victor, indo em passos lentos, sensuais. Beijou-lhe intensamente:

_Não quer subir e me fazer uma massagem?
_Vai na frente. Não tenho hora pra dormir, o studio me espera.
_Poxa, assim fico carente.
– Esticou o lábio inferior.
_Sem drama minha Senhora. Agora vai.

    Deu um tapa no bumbum de Luciana, deixando-a sem jeito e sorrindo debilmente. Foi sozinha para o quarto, às vezes achava que Victor estava um pouco mais distante, até sentia falta do calor da paixão de recém-casado. Ao entrar viu algo na cama, rapidamente lembrou-se que antes de saírem naquela noite, Victor voltou para quarto alegando que esqueceu de algo. Aproximou-se pegando, estava embrulhado em um papel de presente, com uma fita em seu tom avermelhado, abriu rapidamente, um papel, estranhou. Correu os olhos naquele papel, abrindo-os, ficou boba e com os olhos lacrimejando:

“Passagem para Veneza... – Sussurrou.”

   Desceu como uma criança, tropeçando e quase caindo. Em passos rápidos foi até a sala de Victor, abrindo-a sem recepção alguma.

_Eu te amooo!

   Sentou-se violentamente no colo de Victor, que grunhiu de dor, mas que passou e logo sorriu abraçando-a.

_Gostou mesmo?
_Amei.
– Ficou um pouco ereta no colo dele para encará-lo – Veneza, amor, eu... Nem sei o que dizer.
_Lembra que te prometi uma segunda lua de mel?
– Passou a mão no cabelo dela, analisando minuciosamente o rosto de Luciana que assentiu – Agora já temos data certa.

   Ainda no colo de Victor, Luciana olhou as passagens, estava sem palavras.

_Você colocou para fevereiro, nas nossas férias.
_Pensei até nisso. Viu como sou um bom marido?
_Sim. Você é bom mesmo...
– Olhou para o corpo dele.
_Então mereço uma recompensa pelo meu trabalho?
_Claro.

    Encostou os lábios aos dele, roçando de leve, sorrindo entre eles. Pediu passagem para a língua explorar a boca de Victor, ele cedeu e juntos, entregaram-se a um beijo intenso, as mãos já passeavam livremente pelos corpos. Luciana remexeu-se inquieta quando sentiu as mãos do esposo apertando os seios, descendo para a cintura e puxando-a mais para si.

_Só você sabe como fazer ir ao céu. 
– Sussurrou com os lábios ainda próximo dos dele.
_Ainda não viu nada do que sou capaz, Senhora Chaves...

   Tirou-a do colo, deixando em pé diante dele, Victor lançava olhares que a deixavam praticamente despida e sem jeito. Passou as mãos por baixo do vestido que ela usava, apertando as coxas, fazendo-a soltar o ar pesadamente, em um gesto único, tirou a calcinha que ela usava. Olhando para aquela região, Victor subiu as mãos, levantando o vestido até a cintura, inclinou-se um pouco mais e com carinhos especiais, fez Luciana gemer alto, agarrando-lhe os cabelos da nuca, pressionando a cabeça dele contra seu corpo. Como ela delirava toda vez que ele a explorava assim.

    Victor endireitou-se na cadeira, com um olhar pedindo para que sentasse novamente em seu colo. Agora Luciana estava mais viva, querendo mais aqueles carinhos, sentando sobre ele e tomando-lhe os lábios para sentir seu próprio gosto que estava na boca de Victor. Rapidamente desabotoou a camisa que ele usava, passando a mão por todo o peitoral, remexendo para sentir a excitação dele que estava óbvia. Estava louca de tesão e saiu do colo para ajoelhar-se, ficando entre as pernas de Victor, lançou um olhar infernal já demonstrando o que estaria por vir. Desabotoou a calça, abaixando o zíper e segurando firme na intimidade dele que já pendia a cabeça para trás imaginando o que ela iria fazer. Retirou as mãos para dar espaço para a boca, Luciana explorava cada parte, sugando-o cada vez que ouvia os sussurros ou gemidos, indo além até sentir as mãos dele em seu cabelo, subindo o corpo dela e em um gesto rápido os dois estavam em pé. 


    Victor beijou os lábios de Luciana com precisão, estavam ofegantes. Levou-a para a parede mais próxima, empurrando-a enquanto pressionava seu corpo ao dela, recebendo como respostas as mãos de sua amada em seu corpo, mais precisamente em um só local. Ela sorria cada vez que fazia o caminho de ida e volta com as mãos, parando só porque ele agora a puxava mais para si e sem pensar em mais nada, subiu as mãos para as nádegas dela, pressionando-a e forçando em um só gesto para que se erguesse e envolvesse sua cintura com as pernas, entrelaçando-as no quadril dele. Assim, cara a cara, rostos próximos, a deixava entorpecida. Sentiu quando ele tomou-lhe o pescoço e pressionou-a mais para encostar-se na parede, gemeu quando viu que com a mão livre ele segurava o membro e investia dentro dela. Nesse momento, Luciana sentiu uma dor, dor do prazer, agora tinha a certeza que ele estava por inteiro dentro de si, a posição em que estavam iria deixar Victor profundamente dentro dela. Cada movimento dentro de si a fazia delirar, buscando-lhe o olhar, a boca, os sussurros com os lábios colados, o prazer que ambos estavam sentindo, as mãos entrelaçadas na nuca de Victor. Ele quem estava a frente da relação, estava comandando todos os movimentos, ela era apenas sua refém.

    Estando acostumada com o passar dos minutos, Luciana não sentia incomodo algum, só as ondas de prazer que cada vez que voltavam eram mais forte, intensa, fazendo-a aumentar seus gemidos e não se contendo, gritar. Sim, gritar talvez fosse a melhor maneira de liberar todo aquele prazer contido. Entregou-se aquele momento e logo estava extasiada, sentindo-o parando com os movimentos e levando-a para o sofá para finalizar as investidas. Ajudou-o e por fim, viu Victor libertar chegando ao ápice em gemidos pelo seu nome, afundando o rosto em seu pescoço, sugando o suor dela.

_Te amo.
– Beijou-lhe o topo da cabeça.

   Luciana fechou os olhos, estava cansada, mas satisfeita. Sentiu-o remexer-se ainda por cima dela:

_Não entendi muito o que aquela sua amiga de trabalho quis dizer.

    Tudo estava indo bem, mas após isso, Luciana ficou inquieta. Estava na hora de falar abertamente com Victor. Empurrou-o de leve e sentou-se no sofá:

_Victor, quero que saiba que antes de qualquer coisa, eu te amo.

    Olhou incrédulo para ela, algo estava estranho naquelas palavras. Luciana respirou fundo contendo as lágrimas:

_No dia da exposição o Michael estava lá no evento. Despedi-me de todos e fui em direção ao estacionamento quando ele me abordou. Até então tudo estava bem, mas... Ele me beijou.

   Entregou-se ao choro, doía só de lembrar daquele momento. Victor estava ali parado, sem entender muito ou não saber o que dizer. Ela prosseguiu:

_Sabe, ele... Ele é homem e jogou toda a sua força sobre meu corpo. Aquelas mãos dele...
– Voltou a chorar – Me deixaram enojada, passando pelo meu corpo e me deixando com mais raiva ainda.

    Enquanto Luciana soluçava, Victor encarava o chão. Era como se tivesse sendo apunhalado no coração.

_E porque não me disse na época?
_Não achei necessário.
– Limpou as lágrimas. – Alguns dias depois ele me prometeu que nunca mais tentaria nada, que nossa amizade seria a mesma de antes.
_E você acreditou nas palavras dele?
– bufou se mexendo no sofá – Me desculpa, mas você não é mais nenhuma criança pra acreditar nas verdades das pessoas.
_Victor, trabalhávamos no mesmo local, imagina como seria se eu permanecesse com um clima estranho. As pessoas iriam desconfiar.
_Seu mal é acreditar no que dizem sobre você, Luciana.

   Ficaram calados por alguns minutos, Victor não tinha coragem de perguntar nada, tinha medo de existir revelações maiores que aquelas.

_Mas eu percebi que ele era um ser desprezível.
– Sussurrou após alguns segundos.
_Jura? – Olhou incrédulo para ela – Quando?

   Mais uma vez Luciana respirou fundo.

_Na festa de despedida dele. O Michael encheu a cara e saiu falando para todos que tinha me beijado, eu senti nojo dele.
_Festa de despedida? E você ainda foi pra festa de despedida dele?
– Alterou a voz
_Não tive culpa, o Jonas me obrigou a participar, foi lá na sala de reuniões mesmo e...
_E você foi porque seu chefe te ordenou?
– Levantou-se irritado, abotoando a calça, subindo o zíper – Se ele te mandar roubar você vai só porque é seu chefe? – Mais uma vez alterou a voz.
_Vih... – Olhou suplicante para ele.
_Sabe o que estou sentindo Luciana? Que a cada dia estamos nos afastando mais. Que eu depositei tanta confiança e lealdade, mas não tenho em troca. Quando decidi ter algo além da amizade, pensei que levaríamos adiante e que você seria além de minha esposa e amante, uma amiga confidente onde pudesse ter muita segurança, mas infelizmente me enganei.

   Luciana levantou-se enquanto chorava:

_Não Vih, eu só não te contei antes por que...
_Não quero mais ouvir nada de você!
– Deu uma breve pausa – Olho nos seus olhos e não consigo decifrar quem é, para mim você está se tornando uma estranha, Luciana.
_Não Victor, não faz isso.
_E quem me garante que você não gostou do beijo dele? Das mãos dele em seu corpo... Será que foram mais além e não quer me dizer?

   Como uma facada em sua alma, Luciana parou imediatamente o choro, sentindo raiva e dessa vez iria se defender:

_COMO OUSA EM FALAR ASSIM DE MIM?
– Bateu no peitoral dele com as duas mãos – ESTÁ ME CHAMANDO DE ADULTERA? QUEM PENSA QUE É PARA FALAR SOBRE ISSO? SEU IDIOTA!

    Victor segurou as mãos dela, sua respiração estava entrecortada de tamanha raiva:

_Sai daqui.

    De repente, Luciana se viu sozinha no mundo, as lágrimas ameaçando caírem:

_Não Victor... Por favor.
_Ou sai por bem, ou por mal. Você quem escolhe.
_Eu não saio e você vai ter que me ouvir...

    Victor segurou um dos braços dela com força, levando-a para a porta:

_Some daqui.

   Foi até a cadeira, pegando a calcinha dela no chão jogando para ela:

_Sai Luciana.
– Evitou olhar para ela – Me deixa sozinho.

   Em lágrimas Luciana subiu para o quarto, jogando-se na cama e ficando assim até adormecer. Sentia-se culpada por não ter falado antes, devia ter lhe explicado, agora só lhe restava à mágoa e o arrependimento.


Continua...   

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