quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Cap. 53


Atenção: Este capítulo contém cenas de sexo! Caso não se sinta confortável, não leia.

“É a moça da Cantiga
  A mulher da Criação
  Umas vezes nossa amiga
  Outras, nossa perdição"
                                    (Dona - Roupa Nova)


   Encarar aquele mar de pessoas, gritos, lágrimas nos rosto daquelas fãs nas primeiras filas, fez Victor criar forças e passar tudo o que tinha ensaiado. Olhou para o lado e lá estava, Luciana com um sorriso enquanto segurava as lagrimas também. Não estava mentindo quando afirmou que era a primeira fã da dupla, para ela era como se estivesse no primeiro show, como se estivesse entre as fãs ali.

   Aquele show foi especial, não por ser a volta, mas por saber que todos que eram os verdadeiros amigos estavam ali, passando energia positiva. No meio da apresentação, Victor não era mais aquele que estava fazendo tratamento psicológico por causa de um trauma, não era mais o que tomava comprimidos e vez outra se pegava chorando pelos cantos; agora ele era o Victor de tempos atrás, com um sorriso largo em cada acorde, em cada musica, em cada brincadeira com o irmão. Como um efeito mágico, tudo acabou, as cortinas se fecharam e ele não conseguiu segurar o choro ao ver todos lhe abraçando, Luciana foi a ultima e não pensou duas vezes, mesmo Victor completamente suado, ela se jogou em seus braços:

_Estou muito feliz por você!
_Obrigado, Lucy. – Beijou-lhe o topo da cabeça – Te amo.

   A partir dali não parou, trocou de roupa para receber fãs, amigos. Estava radiante a cada elogio, Victor sentia ser o melhor e o mais feliz do universo. Luciana esperou paciente todo aquele momento acabar para enfim entrar no camarim:

_Sou a ultima, ainda posso tirar foto?
_Vem logo aqui.

   Victor enlaçou-a pela cintura e roubou um beijo, estava tudo intenso até Leo pigarrear para que notassem sua presença:

Leo: _Estão todos nos esperando, vamos comemorar como sempre fazemos.

    Juntos foram ao restaurante, mais uma vez o momento era de alegria. Victor parecia um adolescente, não deixava Luciana quieta em nenhum momento, oras estava abraçando-a de lado, outras estava puxando seu queixo para os lábios selarem. Alguém faltava ali:

_Leo, onde está a Clarisse? Pensei que ela viria.
_Não veio – bebericou o seu whisky. – E nem virá mais.

   Luciana franziu o cenho estranhando e ao mesmo tempo tentando entender o porquê daquela frase, Leo estava ríspido e ao falar da namorada mudou completamente. Iria prosseguir se não sentisse Victor pondo uma das mãos no seu quadril e apertando-o ao ponto dela o encarar e vê-lo com uma expressão estranha, com os olhos pedia para que não prosseguisse com a história.

_Quando puder leva ela lá em casa, Leo.
_Pode deixar Luciana. – Baixou a cabeça.

   Victor limpou a garganta, chamando a atenção dos dois ali:

_Vamos pra casa, Lu? As crianças devem estar acordadas.
_Hey, essa fala é minha. – Sorriram, Luciana virou novamente para Leo – Tenho que ir.

   Enquanto levantava da mesa, Victor foi despedir-se de todos ali, não esquecendo nunca de agradecer. Chegaram ao estacionamento e Luciana jogou a chave do carro para ele.

_Fica no comando, estou muito cansada.
_Luciana, faz tempo que eu dirigi a noite. – Olhou reprovando-a
_Mas não está pegando no carro durante o dia? É a mesma coisa. – Rolou os olhos.

    Entrou no banco do passageiro, estava confiante que iria tirar esse medo de Victor. Observou ele entrar, respirar fundo. Sem perder tempo passou a mão nas coxas dele, se aproximando para sussurrar no ouvido:

_Se você dirigir direitinho, terá uma recompensa quando chegar em casa. – Sorriu maliciosa

   Victor fez um meio sorriso, girando a chave e olhando para sua esposa que agora tinha voltado a sentar no banco do passageiro. Não queria incomodá-lo, ficou quieta, apenas ligou o som baixinho e voltou a olhar a rua pela janela.

_O Leo e a Clarisse estão separados. Eles terminaram o namoro.

   Rapidamente Luciana virou o rosto na direção dele, sabia que aquele relacionamento não iria durar muito, mas não imaginou que seria assim.

_Nossa, mas já?

  Victor endireitou-se na cadeira enquanto olhava para a estrada:

_Eu sabia que não iria dar certo. Ela é muito nova.
_Idade não é maturidade, Victor.
_Eu sei disso, falo nas atitudes; nesses últimos dias de ensaio, Leo parava varias vezes para atender a ligação e sempre estavam discutindo. Não ia dar certo mesmo.

   Luciana pensou na hipótese de uma possível volta do cunhado com Tatianna. Não quis comentar com o esposo, mas sorriu internamente. O carro se aproximou da casa e lá estava Marisa na porta, ansiosa para saber se tudo ocorrera como imaginou. Victor mal parou o carro e foi logo em direção a ela, abraçando-a com força:

_Mãe, só faltou você.
_Meu filho, estou feliz.

   Luciana desceu do veículo sorrindo com a cena, às vezes sentia saudades de Geovana e agora estava sentindo uma inveja pura ao ver seu marido agarrado a mãe.

_Com licença, vou ver minhas vidinhas.
_Luciana, dei o leite que você deixou na mamadeira. A Mariana deve estar dormindo.
_Obrigada Dona Marisa.

   Passou rapidamente no quarto de Gabriela, depois no de Mariana e foi para o seu. Sentou na cama e como uma jovem correu para o closet. Um sorriso dançava em seus lábios, era infernal, mas ao mesmo tempo indeciso.

_Será que ele vai gostar? – Falou para si mesma.

   Foi ao banheiro, trocou-se e antes de sair se olhou no espelho, estava amando tudo isso...




    Victor passou alguns minutos conversando com Marisa, lhe contou sobre como fora o show, os seus amigos que estiveram lá. Olhou para o relógio e deduziu que Luciana já estivesse se preparando para dormir.

_Vou te deixar em paz, amanhã conversamos mais sobre o show.
_Dorme em paz meu filho.

   Não achou Luciana na cama, imaginou que ela estivesse no quarto de Mariana. Entrou no closet e tirou a roupa, ficando só de cueca quando ouviu os saltos de sua esposa ecoar, se aproximando. Ela apareceu trajando um roupão de seda, encostando-se na parede:

_Está estranha hoje.
_Lembra da recompensa que te prometi?

   Lentamente, Luciana desamarrou a fita que prendia o roupão, aos poucos ele podia ver a lingerie. Não estava acreditando que isso estava acontecendo, sentiu seu rosto enrubescer e comprimiu os lábios. Parecia ser em câmera lenta, mas era somente Luciana se livrando vagarosamente, daquele roupão e revelando um conjunto de peças intimas que ele jamais vira.

_Vem cá. – Chamou-a

    Luciana foi até sua direção em passos lentos, sensualizando com seus quadris, deixando Victor com a respiração ofegante antes mesmo de se aproximar. Foi empurrando-o para encostar-se no espelho que estava atrás deles, aproximou os lábios dos seus:

_Você sabia que eu viria, por isso ficou assim, só de cueca. – Sussurrou com a boca colada a dele.
_Não. Você que sabia que iria me encontrar assim.

    O calor da paixão era forte, beijaram-se violentamente, as mãos passando por cada parte do corpo. Victor girou Luciana, invertendo as posições, jogando-a contra o espelho e tomando as rédeas da situação. Ao sentir suas costas naquele espelho frio o choque do frio com o calor que seu corpo emanava foi inevitável, fazendo-a gemer baixinho e olhar para ele com segundas ou mais intenções. Não falava mais por si, retomou ao beijo selvagem, finalizando com os dentes dela entre seu lábio inferior, causando um arrepio em Victor.

_Você é demais, mas hoje – Olhou para o corpo dela – Está perfeita.

    Delicadamente, ajudou-a retirando-lhe a calcinha. Não dava mais tempo, o desejo falava mais alto, o ardor no peito e no corpo estava ficando quase insuportável. Victor virou Luciana para que ficasse de frente ao espelho, assim ela podia ver tudo o que ele iria fazer com ela, deixando-a leve ao tocar com os dedos sua nuca, jogando o longo cabelo para um lado só. O arrepio que ela sentiu foi tão grande, que Victor percebeu. Teria que amá-la, teria que ser ali.

    Afastou as pernas dela, segurando forte o quadril. Juntos sentiram o prazer na primeira investida, os olhos de Luciana encarava o seu, deixando-os atônitos e felizes. Amou-a como nunca, ela também o ajudava movendo-se e aos chorinhos de prazer clamava pelo nome dele. As mãos de Luciana espalmadas no espelho já estavam suadas, descendo por ali, deixando um rastro e logo começou a bater de leve quando o prazer estava se aproximando. Dependendo dela, arranharia aquele espelho, até fincou as unhas para ele saber o limite do ápice onde estava chegando, torturando-a porque vinha devagar e por fim, Victor sentiu a respiração de Luciana ficar ofegante e os gemidos ficaram audíveis, com gritos que a própria tentava abafar. Combustível certo para o seu prazer e assim chegou, deixando-os inspirando o ar fortemente, buscando o que lhe faltavam e a sanidade mental voltando aos poucos enquanto cada um sentia seu coração desacelerar vagarosamente.

   Mais uma vez se olharam no espelho e a felicidade estava ali, no sorriso que um retribuía ao outro. Sem falar nada, Victor colocou-a nos braços, indo para o banheiro. Enquanto ligava a água da banheira, sentou-a na beira, tirava as peças que prendiam o corpo de Luciana, que estava tão quieta, apenas observando seu esposo desatar aquele espartilho e em seguida retirar sua cinta-liga e a meia que acompanhava.

_Muito obrigada. – O abraçou
_Eu que tenho que agradecer Lucy. – Ficou de joelho, entre as pernas dela – Gostei da lingerie nova.
_Se gostou porque a tirou do meu corpo?
_Porque você fica linda assim, sem nada cobrindo ele.

    Tomaram banho juntos e em alguns minutos foram para a cama, a aurora já aparecia, invadindo o quarto, revelando que a madrugada já passara e a manhã estava se iniciando. Luciana aninhou-se no peito dele, que estava relaxado após dar e receber prazer.

_Lu, não estarei aqui no dia dois de novembro.
_E o que é que tem? – Sua voz estava sonolenta.
_Dia de finados, pensei que quisesse visitar sua mãe.

   Luciana respirou fundo, impaciente.

_Não faço a mínima questão de ir. Ela não está ali.
_Mas se quiser mudar de idéia podemos ir outro dia.
_Já disse que não Victor. – O encarou séria. – Boa noite ou boa manhã, como você quiser.


   Saiu dos braços dele, virando e lhe dando as costas. Uma lagrima teimosa insistia em cair cada vez que lembrava de Geovana. Não queria admitir que ela morreu, na sua imaginação, sua mãe havia viajado mas em breve voltaria a vê-la, iria abraçá-la. Quando se dava conta que infelizmente ela partira, um medo lhe acometia, achava não ser capaz de seguir adiante na vida. Não queria mais pensar, só queria dormir e esquecer que sua vida mudou em tão pouco tempo, queria sonhar com Geovana, naquela mesma sala do sonho que tivera... Mas querer não é poder.         

Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário