Atenção:
Este capítulo contém cenas de sexo! Caso não se sinta confortável, não leia.
“É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras, nossa perdição"
(Dona - Roupa Nova)
“É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras, nossa perdição"
(Dona - Roupa Nova)
Encarar aquele mar de pessoas, gritos,
lágrimas nos rosto daquelas fãs nas primeiras filas, fez Victor criar forças e
passar tudo o que tinha ensaiado. Olhou para o lado e lá estava, Luciana com um
sorriso enquanto segurava as lagrimas também. Não estava mentindo quando
afirmou que era a primeira fã da dupla, para ela era como se estivesse no
primeiro show, como se estivesse entre as fãs ali.
Aquele show foi especial, não por ser a
volta, mas por saber que todos que eram os verdadeiros amigos estavam ali,
passando energia positiva. No meio da apresentação, Victor não era mais aquele
que estava fazendo tratamento psicológico por causa de um trauma, não era mais
o que tomava comprimidos e vez outra se pegava chorando pelos cantos; agora ele
era o Victor de tempos atrás, com um sorriso largo em cada acorde, em cada
musica, em cada brincadeira com o irmão. Como um efeito mágico, tudo acabou, as
cortinas se fecharam e ele não conseguiu segurar o choro ao ver todos lhe
abraçando, Luciana foi a ultima e não pensou duas vezes, mesmo Victor
completamente suado, ela se jogou em seus braços:
_Estou muito feliz por você!
_Obrigado, Lucy. – Beijou-lhe o topo da
cabeça – Te amo.
A partir dali não parou, trocou de roupa
para receber fãs, amigos. Estava radiante a cada elogio, Victor sentia ser o
melhor e o mais feliz do universo. Luciana esperou paciente todo aquele momento
acabar para enfim entrar no camarim:
_Sou a ultima, ainda posso tirar foto?
_Vem logo aqui.
Victor enlaçou-a pela cintura e roubou um
beijo, estava tudo intenso até Leo pigarrear para que notassem sua presença:
Leo: _Estão todos nos esperando, vamos
comemorar como sempre fazemos.
Juntos foram ao restaurante, mais uma vez o
momento era de alegria. Victor parecia um adolescente, não deixava Luciana
quieta em nenhum momento, oras estava abraçando-a de lado, outras estava
puxando seu queixo para os lábios selarem. Alguém faltava ali:
_Leo, onde está a Clarisse? Pensei que ela
viria.
_Não veio – bebericou o seu
whisky. – E nem virá mais.
Luciana franziu o cenho estranhando e ao
mesmo tempo tentando entender o porquê daquela frase, Leo estava ríspido e ao
falar da namorada mudou completamente. Iria prosseguir se não sentisse Victor
pondo uma das mãos no seu quadril e apertando-o ao ponto dela o encarar e vê-lo
com uma expressão estranha, com os olhos pedia para que não prosseguisse com a
história.
_Quando puder leva ela lá em casa, Leo.
_Pode deixar Luciana. – Baixou a cabeça.
Victor limpou a garganta, chamando a atenção
dos dois ali:
_Vamos pra casa, Lu? As crianças devem estar
acordadas.
_Hey, essa fala é minha. – Sorriram, Luciana
virou novamente para Leo – Tenho que ir.
Enquanto levantava da mesa, Victor foi
despedir-se de todos ali, não esquecendo nunca de agradecer. Chegaram ao
estacionamento e Luciana jogou a chave do carro para ele.
_Fica no comando, estou muito cansada.
_Luciana, faz tempo que eu dirigi a noite. – Olhou reprovando-a
_Mas não está pegando no carro durante o
dia? É a mesma coisa. – Rolou os olhos.
Entrou no banco do passageiro, estava
confiante que iria tirar esse medo de Victor. Observou ele entrar, respirar
fundo. Sem perder tempo passou a mão nas coxas dele, se aproximando para
sussurrar no ouvido:
_Se você dirigir direitinho, terá uma
recompensa quando chegar em casa. – Sorriu maliciosa
Victor fez um meio sorriso, girando a chave
e olhando para sua esposa que agora tinha voltado a sentar no banco do
passageiro. Não queria incomodá-lo, ficou quieta, apenas ligou o som baixinho e
voltou a olhar a rua pela janela.
_O Leo e a Clarisse estão separados. Eles
terminaram o namoro.
Rapidamente Luciana virou o rosto na direção
dele, sabia que aquele relacionamento não iria durar muito, mas não imaginou
que seria assim.
_Nossa, mas já?
Victor endireitou-se na cadeira enquanto
olhava para a estrada:
_Eu sabia que não iria dar certo. Ela é
muito nova.
_Idade não é maturidade, Victor.
_Eu sei disso, falo nas atitudes; nesses
últimos dias de ensaio, Leo parava varias vezes para atender a ligação e sempre
estavam discutindo. Não ia dar certo mesmo.
Luciana pensou na hipótese de uma possível
volta do cunhado com Tatianna. Não quis comentar com o esposo, mas sorriu
internamente. O carro se aproximou da casa e lá estava Marisa na porta, ansiosa
para saber se tudo ocorrera como imaginou. Victor mal parou o carro e foi logo
em direção a ela, abraçando-a com força:
_Mãe, só faltou você.
_Meu filho, estou feliz.
Luciana desceu do veículo sorrindo com a
cena, às vezes sentia saudades de Geovana e agora estava sentindo uma inveja
pura ao ver seu marido agarrado a mãe.
_Com licença, vou ver minhas vidinhas.
_Luciana, dei o leite que você deixou na
mamadeira. A Mariana deve estar dormindo.
_Obrigada Dona Marisa.
Passou rapidamente no quarto de Gabriela,
depois no de Mariana e foi para o seu. Sentou na cama e como uma jovem correu
para o closet. Um sorriso dançava em seus lábios, era infernal, mas ao mesmo
tempo indeciso.
_Será que ele vai gostar? – Falou para si mesma.
Foi ao banheiro, trocou-se e antes de sair
se olhou no espelho, estava amando tudo isso...
Victor passou alguns minutos conversando com
Marisa, lhe contou sobre como fora o show, os seus amigos que estiveram lá.
Olhou para o relógio e deduziu que Luciana já estivesse se preparando para
dormir.
_Vou te deixar em paz, amanhã conversamos
mais sobre o show.
_Dorme em paz meu filho.
Não achou Luciana na cama, imaginou que ela
estivesse no quarto de Mariana. Entrou no closet e tirou a roupa, ficando só de
cueca quando ouviu os saltos de sua esposa ecoar, se aproximando. Ela apareceu trajando
um roupão de seda, encostando-se na parede:
_Está estranha hoje.
_Lembra da recompensa que te prometi?
Lentamente, Luciana desamarrou a fita que
prendia o roupão, aos poucos ele podia ver a lingerie. Não estava acreditando
que isso estava acontecendo, sentiu seu rosto enrubescer e comprimiu os lábios.
Parecia ser em câmera lenta, mas era somente Luciana se livrando vagarosamente,
daquele roupão e revelando um conjunto de peças intimas que ele jamais vira.
_Vem cá. – Chamou-a
Luciana foi até sua direção em passos
lentos, sensualizando com seus quadris, deixando Victor com a respiração
ofegante antes mesmo de se aproximar. Foi empurrando-o para encostar-se no
espelho que estava atrás deles, aproximou os lábios dos seus:
_Você sabia que eu viria, por isso ficou
assim, só de cueca. – Sussurrou com a boca colada a dele.
_Não. Você que sabia que iria me encontrar
assim.
O calor da paixão era forte, beijaram-se
violentamente, as mãos passando por cada parte do corpo. Victor girou Luciana, invertendo
as posições, jogando-a contra o espelho e tomando as rédeas da situação. Ao
sentir suas costas naquele espelho frio o choque do frio com o calor que seu
corpo emanava foi inevitável, fazendo-a gemer baixinho e olhar para ele com
segundas ou mais intenções. Não falava mais por si, retomou ao beijo selvagem,
finalizando com os dentes dela entre seu lábio inferior, causando um arrepio em
Victor.
_Você é demais, mas hoje – Olhou para o corpo
dela – Está perfeita.
Delicadamente, ajudou-a retirando-lhe a
calcinha. Não dava mais tempo, o desejo falava mais alto, o ardor no peito e no
corpo estava ficando quase insuportável. Victor virou Luciana para que ficasse
de frente ao espelho, assim ela podia ver tudo o que ele iria fazer com ela,
deixando-a leve ao tocar com os dedos sua nuca, jogando o longo cabelo para um
lado só. O arrepio que ela sentiu foi tão grande, que Victor percebeu. Teria
que amá-la, teria que ser ali.
Afastou as pernas dela, segurando forte o
quadril. Juntos sentiram o prazer na primeira investida, os olhos de Luciana
encarava o seu, deixando-os atônitos e felizes. Amou-a como nunca, ela também o
ajudava movendo-se e aos chorinhos de prazer clamava pelo nome dele. As mãos de
Luciana espalmadas no espelho já estavam suadas, descendo por ali, deixando um
rastro e logo começou a bater de leve quando o prazer estava se aproximando. Dependendo
dela, arranharia aquele espelho, até fincou as unhas para ele saber o limite do
ápice onde estava chegando, torturando-a porque vinha devagar e por fim, Victor
sentiu a respiração de Luciana ficar ofegante e os gemidos ficaram audíveis,
com gritos que a própria tentava abafar. Combustível certo para o seu prazer e
assim chegou, deixando-os inspirando o ar fortemente, buscando o que lhe
faltavam e a sanidade mental voltando aos poucos enquanto cada um sentia seu
coração desacelerar vagarosamente.
Mais uma vez se olharam no espelho e a
felicidade estava ali, no sorriso que um retribuía ao outro. Sem falar nada,
Victor colocou-a nos braços, indo para o banheiro. Enquanto ligava a água da
banheira, sentou-a na beira, tirava as peças que prendiam o corpo de Luciana, que
estava tão quieta, apenas observando seu esposo desatar aquele espartilho e em
seguida retirar sua cinta-liga e a meia que acompanhava.
_Muito obrigada. – O abraçou
_Eu que tenho que agradecer Lucy. – Ficou de joelho,
entre as pernas dela – Gostei da lingerie nova.
_Se gostou porque a tirou do meu corpo?
_Porque você fica linda assim, sem nada
cobrindo ele.
Tomaram banho juntos e em alguns minutos
foram para a cama, a aurora já aparecia, invadindo o quarto, revelando que a
madrugada já passara e a manhã estava se iniciando. Luciana aninhou-se no peito
dele, que estava relaxado após dar e receber prazer.
_Lu, não estarei aqui no dia dois de
novembro.
_E o que é que tem? – Sua voz estava
sonolenta.
_Dia de finados, pensei que quisesse visitar
sua mãe.
Luciana respirou fundo, impaciente.
_Não faço a mínima questão de ir. Ela não
está ali.
_Mas se quiser mudar de idéia podemos ir
outro dia.
_Já disse que não Victor. – O encarou séria. – Boa noite ou boa
manhã, como você quiser.
Saiu dos braços dele, virando e lhe dando as
costas. Uma lagrima teimosa insistia em cair cada vez que lembrava de Geovana.
Não queria admitir que ela morreu, na sua imaginação, sua mãe havia viajado mas
em breve voltaria a vê-la, iria abraçá-la. Quando se dava conta que infelizmente
ela partira, um medo lhe acometia, achava não ser capaz de seguir adiante na
vida. Não queria mais pensar, só queria dormir e esquecer que sua vida mudou em
tão pouco tempo, queria sonhar com Geovana, naquela mesma sala do sonho que
tivera... Mas querer não é poder.
Continua...
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