segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cap. 13



_Todos os sintomas que você teve, era isso. Ela me disse que fizeram uma ultrassom rápida, nas pressas, coisas de emergência, mas me pediu que você fizesse um exame de gravidez para confirmar.
_Eu não estou grávida.
– Levantou-se passando as mãos no cabelo, desesperada. – Não pode ser Victor!
_Quem sabe você não esteja grávida mesmo?
– Abriu um sorriso encantador.
_Eu não tive sintomas de gravidez Victor, isso tá errado.
_Se está eu não sei, mas caso esteja, é uma gravidez de risco, Luciana. Vamos dormir e esquecer isso, amanhã conversamos mais para chegarmos a uma conclusão. 

   Naquela noite ficou acordada em meio a seus pensamentos, procurou algum sintoma de gravidez naqueles dias e não achou. Lembrou-se da sua ultima gestação, os três primeiros meses foram de enjôos, sonolência, desejos. Definitivamente ela sentiu que não estava grávida. Viu o dia amanhecer, levantou-se ao ver que passava das oito horas, descendo as escadas viu que Geovana já estava na mesa com Gabriela.

_Bom dia, levantou cedo.
_Na verdade nem dormi
– Falou mais para si.
_Porque?
_Acho que é o fuso horário.
– Serviu-se com uma xícara de café. – Vocês vão ficar mais alguns dias?
_Infelizmente não minha filha. Segurei Lucas esses dias por aqui a pulso. Sabe como é seu pai, vive para o trabalho.
– Sorriram.

   Luciana aproveitou cada minuto com Gabriela, estava no jardim quando Victor abraçou-a por trás.

_Dormiu bem?
_Acho que sim.

   Ele virou-a para que lhe encarasse, percebeu as olheiras contidas nela:

_Não dormiu.
– Estava preocupado. – Como vou poder ir para o escritório com você assim?
_Eu prometo descansar bem pela tarde. Prometo.
_Assim espero.

   Despediu-se de Luciana e foi ao escritório, precisavam fazer tudo antes da turnê começar, mas seu pensamento estava em Luciana. Estava sorrindo internamente por saber que ela poderia estar grávida, mas ao mesmo tempo uma tristeza o consumia por dentro.

    Pela tarde, Luciana foi levar Geovana e Lucas ao aeroporto. Seu pai lhe fitava pensativo, pararam para tomar um café antes de pegar o vôo.

Lucas: _O que você tem Lucy? Está com uma fisionomia péssima.
Geovana: _Geralmente a lua de mel nos deixa em ótimas condições.
Luciana: _Não sei, eu estava bem em Veneza. Mas foi chegar aqui pra o cansaço bater.
Lucas: _Faça uns exames, se não conseguir me avise, que eu te ajudo.
Luciana: _Obrigada pai.

   Luciana detestava despedida, pior agora com Gabriela chorando muito ao ver os avós entrando no portão de embarque.

_Para de chorar meu anjo, eles vão voltar depois.
– Estava impossível, Gabriela se “esgoelava” de tanto chorar.

   Tentou acalmar sua filha enquanto a colocava na cadeirinha dos assentos traseiros. Sentindo-se segura, saiu do aeroporto conversando com a filha e logo tinha esquecido dos seus problemas, mas ao parar no semáforo, viu uma farmácia e decidiu descobrir logo se era verdade ou não. Estacionou e desceu com a Gabriela nos braços, que estava mais calma e entretida nos objetos ali; pagou os três exames de gravidez que iria usar e voltou para casa.

   Enquanto sua filha dormia, ela estava sentada na cama, olhando para aqueles testes. Sentia uma vontade enorme de fazer, mas tinha medo. Deixou-os de lado e procurou deitar-se um pouco para descansar. Sentiu as mãos de Victor em sua cintura, espreguiçou-se com um sorriso.

_Oi
– Ficou de frente para ele.
_Oi.
– Ele sorriu
_Jantou?
_Não. Apenas bebemos no restaurante. A comida da Lourdes ainda é a melhor.
_Você falando assim até penso que sou péssima cozinheira.
_Não. Gosto do macarrão que você faz.
_Quer ele agora?
_Hum...
– Olhou para o teto. – Não. Amanhã você faz.

   Desceram para jantar, aproveitaram aquele fim de noite com Gabriela; pareciam três crianças ali naquele tapete, brinquedos espalhados, risos da filha, deixando os pais completamente bobos.

_Ok, agora já chega.
– Luciana levantou-se – Hora de dormir. – Pegou a filha no colo. – Amor, recolhe esses brinquedos.
_Você fica com a melhor parte e eu com a pior. Sacanagem, Lu.
– Fingiu estar serio
_Então amanhã vou te colocar na missão de botar nossa filha pra dormir pra você ver como é bom.

   Sorriu e subiu para o quarto de Gabriela, após muito custo, ela conseguiu dormir.

   Luciana entrou no quarto e Victor já estava no banho; aproveitou para despir-se no closet e analisar com calma seu corpo. Não achara nada, não engordara, tampouco emagrecera, seus seios estavam no mesmo tamanho, seu quadril também.

_Se isso foi uma surpresa para mim estou gostando
– Victor encarou-a pelo espelho, em passos lentos abraçou-a por trás.
_Não foi surpresa nenhuma, estava olhando meu corpo.
_E aí?
_Não mudou em nada.
– Soltou o ar – Não estou tendo enjôos, desejos, nada. Acho que não estou grávida. – Virou para o encarar.
_Vamos dar tempo ao tempo. – Colocou as mãos no rosto dela, acariciando cada traço.
_Agora é minha vez de ir ao banho.
– Desviou dele e foi para o banheiro.

   Ela não queria se enganar, da ultima vez que fez o exame deu negativo, Victor ficou triste, com isso, ela também ficou na época. Colocou uma camisola leve e voltou para o quarto, ele estava com os testes de farmácia na mão.

_E aí, vai fazer?

   Ficou pensativa, estava indecisa. Seu maior medo era a decepção para Victor, que estava feliz por uma suposta gravidez dela.

_Melhor não.
– Tomou os testes da mão dele.

   Voltou para a cama e deitou-se ao lado dele que pegou sua mão, acariciou.

_Porque não quer saber?
_Acho melhor fazer o teste de laboratório.
_Posso ir com você se quiser.
_Tudo bem, vou marcar um dia.
_Que seja antes dos shows.

   Ambos olhando para as mãos que estavam entrelaçadas, se acariciavam em silencio. Victor puxou assunto:

_Pensei que iria te perder, meu amor.
_Nunca você não vai me perder, Victor. Foi só um susto.
– Aproximou-se mais dele, acariciando o rosto – Estou bem.

   Beijaram-se ternamente, cada toque em Luciana, Victor sentia uma sensação boa, gostosa; as mãos desceram para a cintura, puxando-a mais para si. O beijo foi ficando intenso, quente, ao ponto dele querer já estar dentro dela. Logo veio em sua mente, que ela estava de repouso ainda, porém ela estava indo mais além, descendo sua mão pelo peitoral, brincando com sua barra da cueca.

_Melhor irmos com calma, Lu.
_Você tem razão.
– Afastou-se um pouco dele. – Estou tão carente hoje.
_Que tal dormirmos abraçados?
_Sei que não vou conseguir. Não vou me controlar.
– Riram
_Eu sei disso. Também não vou conseguir dormir com você do meu lado assim.
– Levantou-se.
_Vai aonde?
_Vou lá pra baixo, preciso passar algumas coisas para o violão. Estou com umas idéias.
– Beijou-a rapidamente.

   Victor saiu do quarto e Luciana suspirou, estava contente, feliz e satisfeita em tudo na vida. Mais uma vez estando só, correu para o closet para se olhar no espelho e mais uma vez não achou nada de estranho em seu corpo. Voltou para a cama, logo dormiu.  

Continua... 

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