sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Cap. 41


“Cada sorriso vai ser pra sempre a melhor lembrança
  Cada olhar a chama acesa pra amar
  Cada abraço o prazer infinito, o som, a nossa dança
  O passado ainda arde em meu peito sem parar"

                                                   (Viva por mim – Victor e Leo)
   

   Leo fora na delegacia, tinham contratado o serviço de um detetive amigo da família, as investigações estavam apenas começando, não tinham pistas. Aquela noite foi uma das piores para todos, ninguém dormia, todos ansiosos na espera de qualquer telefonema que fosse. Juntos viram os primeiros raios de sol aparecer, todos esgotados.

_Lu, vai dormir. Você não pode ficar assim, está grávida.

   Leo tinha visto que Luciana mudara, estava dando mais atenção até para Gabriela que chorava impaciente e chamando pelo pai.

_Vou dar o café da Gabi, depois eu a coloco na cama comigo para dormir. Obrigada pela preocupação.

   Junto com Gabriela foi para o quarto e deitou-se ali, não percebeu mas estava com a mão no pingente do colar que usava, o seu amuleto que Victor lhe dera de presente no dia do seu aniversario. As lagrimas caíram, fazendo-a fechar os olhos e levando para uma magia, um sonho mais que perfeito... Quando estava na cerimônia do seu casamento. O olhar para ele, os olhos de Victor marejados, uma emoção fora do comum. Não sabia por quanto dormiu, mas acordou com seu celular tocando, uma ligação que mudaria sua vida e a chance de se reerguer ali.

***


   A noite para Victor fora péssima. Não conseguiu dormir, seu rosto doía muito, mais precisamente no local onde levara a pancada. Lana não aparecera mais e nem algo para ele comer lhe deram, estava fraco, triste, com saudades de tudo e de todos. Não conseguiu falar que amava todos porque a ligação fora encerrada.

   Viu o dia amanhecer e a saudade apertou, sentou-se no colchão, encostando-se à parede fria, estava se sentindo um morto-vivo ou um nada, a segunda opção estava lhe caindo bem, nada podia fazer, mesmo querendo agir. E se ele tomasse alguma atitude e acabasse levando um tiro ou talvez o batessem até vê-lo se definhar ali naquele colchão imundo que servia como local para ele se acomodar? Como se pudesse ouvir sua esposa, sentia e sabia qual seria a resposta dela:

“Não faça nenhuma besteira. Lembre-se que você tem duas filhas e a mim. Nós te amamos.”

   Sim, se Luciana estivesse ali ela iria dizer isso. Sorriu ao lembrar em como ela tinha um poder sobre ele, sempre ditando as regras e querendo tudo do seu jeito.

   Ouviu alguém abrir a porta e lá estava Lana. Ele sabia que a tarde se iniciava, o sol do meio dia estava forte lá fora, o calor já tomava conta daquele ambiente. A jovem colocou a bandeja na mesa, porém Victor estava sem fome, apenas bebericou um pouco do suco ali. Pela primeira vez, a moça aproximou-se dele, estendo a mão, esperando que ele pegasse o que ela lhe oferecia.

_O que é?
_Sei que você a ama. Ligue para se despedir dela.

   Victor pegou o celular sem muito acreditar na sorte que o destino lhe oferecia. Aos “45 do segundo tempo” ele iria ligar para alguém e esse alguém seria a sua esposa. Discou rapidamente o numero dela, rezando que ela atendesse...

_Alô?
_Lu?

   Sentiu que ela estava sentando na cama, nervosa:

_Ai meu Deus Victor, onde você está e como você conseguiu ligar pra mim e você está bem? Me diz alguma coisa Victor.

   Ele apenas sorriu, depois de muito tempo ouvir a voz dela, saber que pelo menos ela estava se recuperando da morte de Geovana, isso era bom, mas será que ela recuperaria se caso ele viesse a morrer?

_Estou bem meu amor.
– Segurou-se para não chorar. – Olha, aqui nem é tão ruim assim. – Sorriu sentindo seus olhos marejarem.
_Victor... – Luciana chorou tentando se conter. – Eu te amo tanto, me perdoa se fui péssima esposa nesses dias. Eu... Queria tanto você aqui. Eu devia ter ido com você a fazenda, quem sabe agora eu estaria com você.
_Calma meu amor. Jamais iria querer você aqui. Eu que te amo e me desculpe se agi como idiota deixando a desejar quando fiz aquela besteira enquanto você viajava. Perdoa-me por tudo meu amor?
_Cala a boca Victor! Você sabe que eu te perdoei e que te queria nesse exato momento aqui, comigo. Tenta voltar pra mim.

   Ambos choraram, infelizmente Victor não podia prometer algo que não iria cumprir. Tinha tantas coisas para dizer, mas todas naquele momento fugiam-lhe da cabeça. Lana estava ali, chorando também.

_Ainda está aí?
_Sim, Lu.
_Eu te amo Victor, por Deus! Não me abandona.
_A Gabi está aí com você?
_Sim. Por quê?
_Dá um beijo nela por mim.
_Victor... Porque eu faria isso se você vai voltar?
_Luciana...
– Sussurrou – é mais difícil para mim do que para você...
_VICTOR! ME PROMETE QUE VOCÊ VAI VOLTAR PRA CASA POR FAVOR.
– Suplicou em meio ao choro.
_Eu não sei Lu... Mas eu te amo muito. Cuida bem da Gabi e da Mariana.

   Não houve mais palavras para o momento, Luciana chorava como uma criança, Victor também. Ouviu quando alguém entrou no quarto e perguntou para ela com quem estava no telefone, tomando de sua mão:

_Vitor?
_Leo, eu...
_Vitor, me diz agora onde você está?
_Eu não sei. Eu... Estou no meio do nada, uma casa, um mato ao redor... Leo, te peço que se acontecer algo comigo, cuida das mulheres da minha vida.
_Vitor?

   Victor desligou chorando e Lana apenas observava a cena.

_Desculpe, não queria te ver assim.
_Esquece Lana, eu que tenho que te agradecer.
– Sentou-se na cadeira – Então é isso, vão me fazer algo? É o meu fim?
_Ouvi eles dizerem que a policia tá no meio da investigação. Com isso o Raposa ficou puto.

   O que fazer quando você tem apenas poucas horas de vida? Era o fim da linha, tudo estava acabado. Victor deitou-se no colchão e ficou em silêncio, apenas falou:

_Me deixa ficar com o celular. Se a saudade apertar eu quero me despedir da Luciana.
_Se você me prometer que não vai me meter nessa, eu deixo.
_Se eles pegarem no flagra, eu digo que estava com ele no bolso da minha calça.
_Ok.
– Pegou a bandeja e antes de sair, olhou para ele profundamente – O senhor é um homem bom, Victor. Merece toda a felicidade do mundo.

   A jovem saiu e Victor ficou pensando naquelas palavras. Se ela o achava ser um homem bom porque não o ajudou a sair daquele local? Não, Lana tinha feito muito ao arriscar sua vida entregando-lhe aquele celular. Fez uma retrospectiva da sua vida, era boa, amou tudo o que viveu e conhecer Luciana de longe fora a melhor coisa na sua vida, tê-la como amiga para depois se tornar sua esposa, seu tudo, seu alicerce e lhe dando duas vidinhas por quem ele amava. Não tinha do que reclamar, só agradecer a Deus.

   As horas demoraram a passar, quase no fim da tarde os quatros rapazes apareceram naquele quarto. “Chegou a hora, é o meu fim” pensou ele ao ver todos muito bem equipados com suas armas. Involuntariamente seu dedo discou a ultima chamada, escondendo o celular. Entrou mais um cara, trazendo consigo Lana, jogando-a contra a parede.

_Bora, qual dos dois delatou “nois”?

   Victor olhou para Lana, seu olhar suplicava para não ser entregue. Ficaram em silêncio. O rapaz engatilhou a arma, apontando para Lana que gritou e Victor grunhiu de susto.

Lana: _Raposa, eu não faria isso. Tu sabe. Carlos morreu, mas tenta lembrar do teu sobrinho. Ele não vive sem mim, Natanael é uma criança ainda.
Raposa: _É bom se entregar. Os “Homi” lá estão vindo armados até os dentes. Alguém passou a informação para a policia.

   Victor tremia da cabeça aos pés, sua vida estava por um fio... Mas a de Lana também.

_Aí chefia. O cara lá disse que já acharam o cativeiro, melhor a gente vazar.
– Disse um dos rapazes.

   A arma agora tinha sido virada para o lado de Victor, ele notou que o bandido tremia a mão que estava segurando a arma, um deslize e já era. Baixou a cabeça, o olhar do seqüestrador caiu para sua mão, que estava atrás:

_O que tu esconde aí? Bora, mostra agora!

   Victor entregou-lhe o celular, ouvindo o mesmo ser jogado no chão pelo rapaz.

_Agora “neguin” vai morrer pra aprender a lição. Já tamo fodido "mermo".

   Victor ergueu o rosto e esperou pelo pior, ali era o fim da linha, não lhe passava nada na cabeça, só o medo da passagem da morte. Fechou os olhos, não queria ver a desgraça, logo veio o rosto de Gabriela em sua mente, as lagrimas ameaçaram cair. Ouviu um pipoco, o barulho do tiro fora tão alto, que ele ficou surdo e já não ouvia nada ao seu redor, ouviu Lana gritar milésimos de segundos antes...

   Abriu os olhos e não estava morto, mas a cena a sua frente o fez ficar petrificado, assustado, com medo. Aquilo era pior que a morte... Lana caída, levara um tiro na cabeça e assim escorregou o corpo já sem vida, ela morrera metros a sua frente, ele podia sentir o cheiro de sangue misturado ao cheiro da pólvora. Victor entrara em choque e assim caiu no colchão, se escorregando para bem longe daquele corpo, o corpo da garota que ele prometeu lhe ajudar. Encostou-se na parede e ficou olhando para Lana, sem vida, com o olhar para ele.

_Nããão!

    Já não via ninguém ao seu redor, lá fora havia barulhos de trocas de tiro e ele não ousava sair do local para se defender caso as balas perdidas o acertassem, não conseguia mover mais um músculo sequer, aquela cena iria lhe perturbar por anos e anos.

Continua...


______

N/A: Meus amores, primeiramente espero que estejam gostando da minha fic (Ela anda com uns dramas mexicanos, mas ok.. KKKKK)
Quero avisar que alguns erros nas falas dos personagem foi totalmente proposital.

Aproveitando para ressaltar que estamos com um grupo no Facebook. Não só existe minhas Fanfics por lá, temos toda uma equipe que Ficwriters (Escritoras de Fanfics) que estão sempre atualizando as Fics delas. É por lá também que eu aviso quando sai postagens e interajo com as leitoras, sempre dizendo o que irá acontecer no decorrer da história. Quem quiser participar é só clicar no link abaixo.


https://www.facebook.com/groups/434238513373034/

Um grande abraço e beijos.

Tamy Lins

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