Atenção:
Este capítulo contém cenas de sexo! Caso não se sinta confortável, não leia.
Victor levantou-se indo direto ao banheiro,
retirou a camisinha e antes de voltar para o quarto olhou-se no espelho.
Luciana o fazia tão bem, sua expressão estava calma e tranqüila, resultado do
amor que ambos compartilhavam. Precisava contar o que lhe incomodava, viu em
sua esposa um porto seguro para fazer isso. Voltou para o quarto e não pode
deixar de ficar maravilhado com o que vira: Luciana não tinha se vestido,
estava nua, ainda sentada na cama, o encarando surpresa e ansiosa.
Apenas de boxer, ele sentou na cama, ainda
estava preparando o psicológico, pois lembrar daquelas cenas era reviver e puxar
no seu mais íntimo a dor. Luciana continuava o olhando, agora fazia carinhos
leves em sua mão, não se contentando, repousou a mão na coxa mais próxima.
_Você terá paciência de ouvir? – Olhou-a tímido
_Toda do mundo. – Sorriu.
_As horas em que passei naquele cativeiro
eram intermináveis...
Começou contando tudo, desde o momento em
que fora pego, na aflição ao lembrar que ela estava em depressão. Não sentia
dor alguma em relatar, mas sempre que lembrava de Lana, seu peito se oprimia.
Muitas vezes segurou as lágrimas, nessas horas Luciana apertava sua mão, o
encorajando a seguir e terminar a historia.
_Foi a pior coisa da minha vida que
presenciei. Lana estirada no chão, ela morreu olhando para mim. – Soluçou.
_Você não teve culpa de nada, Victor. – Passou a mão pela
nuca dele, acariciando-o – Tenho certeza que se tivesse que escolher
entre a sua vida e a dela, sem hesitar iria optar por Lana.
_Me senti um fraco. (Resfolegou) Devia ter
me atrevido, ter defendido-a.
_Na hora nem tem o que pensar. Essas coisas
são assim mesmo.
Victor deu vazão ao sofrimento, chorou por
intermináveis minutos. Olhou para suas próprias mãos em sua coxa.
_É como se eu pudesse sentir o cheiro do
sangue misturado com a pólvora. Parece que o sangue de Lana está em minhas mãos.
_Você tem que tentar esquecer isso Victor.
Não vai te fazer bem enquanto não esquecer.
Luciana puxou Victor para deitarem. Ele
encarava o teto, algo estava o fazendo bem, tirara todo o peso de suas costas.
Acarinhava os cabelos de Luciana enquanto ela encostava a cabeça em seu peito,
permaneceram alguns minutos assim, em silêncio, mas os corpos conversando.
_Vih.
_Fala.
_Quando você gritava pela Lana, nas madrugadas,
eu pensava que era alguma amante sua e que o Natanael era seu filho.
Victor riu gostosamente, apertou-a em seus
braços, somente Luciana conseguia quebrar aquele clima pesado e triste em
assuntos assim.
_Só você Luciana. – Voltou a rir
_Para de rir, isso é sério. – Ergueu o rosto para
encará-lo
_Não dá Lucy.
Luciana entrou na brincadeira e juntos riram
por alguns segundos. Aos poucos a expressão do rosto de ambos foi ficando
séria, o olhar caiu para a boca.
_Só tenho que agradecer a Deus por ter te
mandado para mim. – Passou a mão pelo cabelo dela – Tive tanto medo de
te perder na sala de cirurgia.
_Serei uma pedra em seu sapato, meu marido.
_Nunca! Você é meu porto seguro. É nesses
teus olhos que navego e me sinto protegido de todas as maldades do mundo.
_Ai Victor. – Luciana baixou a
cabeça timidamente.
Victor segurou-lhe o queixo, levantando o
rosto dela. Luciana subiu o rosto para seus lábios irem de encontro aos dele,
um beijo apaixonado, mas conforme foi intensificando estava se tornando
devasso, insano. As mãos de Victor desceram para segurar as nádegas dela,
impulsionando-a para ficar em cima de si. As línguas moviam apressadas,
reacendendo a chama e logo ativando a excitação de cada um.
_Vih... Eu só peguei uma camisinha nas tuas
coisas.
_Acho que o Leo deve ter.
_Mas... Você não vai fuçar o quarto do teu
irmão, não é? – O olhou incrédula.
_Eu é que não fico sem tirar o atraso por
causa disso.
Levantou-se indo rapidamente para o quarto
de Leo. Procurou em todos os lugares, achou em uma das gavetas, voltou
rapidamente para o quarto de hospedes e achou Luciana esperando-o.
_Viu só? – Ergueu a camisinha
entre os dedos. – Achei.
_Você não presta. Teu irmão vai te matar.
_Ele sabe muito bem o que viemos fazer aqui.
Sorriram e como um jovem, Victor foi
rapidamente para a cama, puxando Luciana para mais um beijo, as mãos na nuca
segurava o cabelo puxando-o, deixando-a mole e com cara de quero mais. Não
perderam muito tempo com preliminares, estavam prontos. Ela olhou para o membro
dele, próximo de si e com um olhar infernal sorriu sapeca.
_Deixa eu te ajudar a se proteger?
_Faça direito – Entregou-lhe a
camisinha – Ou então daqui a nove meses seremos papais novamente.
Ele apenas observava e se excitava mais com
as mãos delicadas de Luciana enquanto tentava o proteger. Sabia que ela era boa
nisso, sempre fora. Ela deitou-se de bruços, apoiando o peso do busto pelos
cotovelos, o olhou por cima do ombro.
_O que está esperando?
Aquela mulher um dia iria matá-lo só com
esses olhares cheios de segundas intenções. Victor aproximou-se, investindo
dentro dela, com movimentos calmos, apoiou-se no cotovelo também e as mãos dos
dois se encontraram, entrelaçando.
_Como te amo minha Morena... – Sussurrou em seu
ouvido, recebendo como resposta Luciana gemer e fechar os olhos.
Os movimentos eram calmos, Luciana ajudava
impulsionando o quadril para ir de encontro ao seu e como resposta jogar todo o
seu cabelo preto para trás, escondendo suas costas e gemendo a cada vez que o
sentia por completo dentro de si. Os gemidos dela pareciam musica para seu
cérebro, ele não queria parar e aos poucos sentiu que o prazer estava chegando,
ajoelhou-se, segurando forte o quadril dela, puxando-o sem cerimônia alguma
para que chocasse com o seu, explodiu de prazer sorrindo. Luciana já estava
extasiada, jogada na cama, recuperando o fôlego.
_Estou me sentindo um adolescente. – Puxou o ar para seus
pulmões – Duas vezes nessa noite.
_Se quiser, eu ainda tenho pique. – Acariciou o peitoral
dele.
_Não Lucy, não vou agüentar. Prometo te
ressarcir no dia a dia.
Luciana franziu o cenho, preocupada com
algo.
_Amor, temos que voltar para casa. Deixei as
meninas com Dona Marisa, mas não quero abusar da boa vontade dela.
Victor sentiu seu coração bombear mais
forte, estava com medo. Não estava em seus planos voltar para casa, muito menos
enfrentar a rua à noite. Para não assustar Luciana, levantou-se com a desculpa
que iria retirar a camisinha e foi para o banheiro. Esticando suas mãos na pia
pode ver que elas estavam trêmulas, mas não eram só elas, seu corpo todo
respondia e o vento daquele apartamento o deixava com frio. Voltou para o
quarto e ela já estava terminando de se vestir.
_Se veste logo. Eu vim de carro... – O olhou. – Vih, anda! Troca de
roupa.
_Luciana, não seria melhor esperarmos o dia
amanhecer?
Ela olhou para a janela, em sua mente logo
veio o tratamento e tudo o que ele contara a ela.
_Amor, você tem que quebrar esse medo. Não
vai acontecer nada, hum?
_Não sei Lucy... – Sua voz começou a
ficar embargada. – E se...
_Não vai acontecer, Victor. Te dou minha
palavra. – O abraçou – Confia em mim?
Calado e detendo as lágrimas, Victor limpou
as pétalas de rosas enquanto Luciana ia a sala, retirar os copos e lavá-los.
Voltou achando-o pensativo, abotoando a camisa.
_Não fica chateado comigo, amor. Só quero o
seu bem e vou te ajudar a sair dessa. A nossa casa não é muito longe, só
algumas quadras daqui.
Ele olhou-a triste, com medo. Só queria que
ela entendesse.
_Vamos?
Luciana fez questão de ir até o
estacionamento de mãos dadas, queria deixar bem claro que iria ajudá-lo a
quebrar esse medo. Entraram no carro e ela pode senti-lo nervoso, suando.
_Calma Victor. Vai ser rápido.
Rapidamente ligou o carro e saiu do
estacionamento, durante o trajeto olhava de esguelha para ele, no sinal
vermelho procurou sua mão e entrelaçou.
_Olha pra mim – Ele virou o rosto
para ela – Vou te ajudar. E juntos vamos conseguir essa.
Luciana parecia ser um anjo para Victor,
aquelas suas palavras o confortou e naquela escuridão que ele conseguia ter
através da janela algo o incomodou. Um carro vinha logo atrás, essa foi à deixa de Victor que virou o rosto
para Luciana, esperando ela fazer algo. Parece que o limite dentro de si estava
esgotando, ele encolheu-se no banco, ouvindo o seu coração bater rapidamente e
cada vez mais alto dentro de si, suas mãos suaram, aquele carro persistia em
colar atrás do veículo de sua esposa.
_Luciana, dá passagem.
_O que? – Olhou rapidamente
para ele.
_O carro atrás de nós. Ele quer passar.
Luciana olhou pelo retrovisor, o carro atrás
de si estava na velocidade normal, sem pressa alguma, assim como ela.
_Ele não está pedindo para ultrapassar,
Victor.
_Mas vai pro acostamento e deixa ele sair de
perto de nós.
_Victor, não há necessidad...
_Será que dá pra meu ouvir uma vez na vida?!
–
Alterou a voz nervoso, não parou – Deixa essa porra desse carro passar! Cacete!
–
Esbravejou.
Ela ficou boquiaberta, com muita raiva jogou
o carro um pouco mais para o lado e deu passagem para o de trás ultrapassar.
Retomaram o caminho para voltar para casa. Luciana não gostara do jeito que ele
se alterou, não havia necessidade disso, mas o caso de Victor era especial,
teria que ter paciência. Já estava conformada com os altos e baixos que esse
relacionamento teria e em um clima tenso chegaram em casa, ela pode sentir o
alivio dele em uma respiração, logo saiu do veículo e sem olhar para trás foi
andando na frente. Luciana logo subiu para o quarto das suas filhas, Marisa
avisou o que dera para as netas e em seguida foi para o quarto dormir.
Como se já fosse rotina no script da vida
deles, Luciana entrou no quarto e logo pensou que Victor estava em um sono
profundo por conta dos remédios que estava tomando ultimamente, mas se enganou,
ele saía do banheiro com o pijama e em seguida deitando na cama. Não quis puxar
assunto com ele, sabia ao certo que depois do banho ele já estaria dormindo e
cada um iria virar para o lado oposto. Tomou um banho demorado, após isso
colocou uma camisola leve e foi para o quarto, apagando as luzes, deixando
apenas um abajur ligado. Seu corpo relaxava cada músculo existente dentro de
si, suspirou agradecendo aos céus por ter se livrado das roupas apertadas e
sapato alto. Não iria olhar para Victor, entendia que ele não queria
conversar...
_Me desculpe.
Olhou rapidamente para ele, Victor estava
com as mãos na nuca e encarando o teto, essa posição foi desfeita e ele
virou-se para fitar cada traço dela, afagando o rosto com uma das mãos.
_Foi a primeira vez, depois do ocorrido, que
eu saí a noite.
Como reconciliação, a mão de Luciana foi de
encontro com a sua que estava estática, parada, ainda em seu rosto.
_Eu que tenho que te pedir desculpas, Vih.
Acho que forcei a barra ao te fazer vir pra casa.
_Não. Você está me ajudando e só tenho que
te agradecer... Mais uma vez na noite – Sorriram. – Te amo.
Não pensou em mais nada, o beijou com tanta
precisão e amor, um beijo inocente, sem malícia, o fogo dos corpos já tinha
sido apagado após transarem duas vezes naquela noite, agora apenas se curtiam
como dois namorados e assim ficaram até o sono tornar moradia em seus corpos.
***
Dias depois...
Dias depois...
As coisas estavam indo tão bem entre Luciana
e Victor que eles antes de dormir agradeciam internamente aos espíritos
superiores. Agora o casal esperava ansiosamente para a noite chegar e juntos
entregar-se ao calor da paixão. Victor estava reduzindo nos comprimidos e já saía
com sua família a locais públicos.
Aquele dia era especial, Leo ordenara que
queria todos na fazenda para comemorar seu aniversário. Outubro entrava, todo o
clima de paz se instalava. Chegaram cedo no local, primeira viagem de Victor após
tudo, um medo o afligia mas bastava olhar para Luciana para sentir-se tranqüilo.
Aguardavam ansiosamente pelo aniversariante, Tatianna havia deixado Matheus e
Antonio para passar o dia ali, trocava poucas palavras com o ex-marido, tudo
restritamente sobre os filhos e nada mais, por isso se sentia bem melhor não
participando daquele evento na Fazenda Paraíso.
Entre brincadeiras de Luciana com os
sobrinhos e a filha Gabriela, o tempo foi passando e logo Leo entrou... De mãos
dadas com Clarisse. Estava decidido que iria apresentá-la oficialmente a família
como sua namorada. Foi tudo de repente, assustador e logo Luciana viu olhares
atravessado para a garota que estava ali, um pouco escondida atrás do cunhado.
Sentiu logo que aquele dia seria cheio entre a Família Chaves.
Continua...
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