Cap. 16

     Atenção: Este capítulo contém cenas calientes! Caso não se sinta confortável, não leia.

   Entre papos de mulheres, Luciana, Tatianna e Carol estavam almoçando. Após ter contado para Geovana, ela sentiu necessidade de falar para as pessoas mais próximas e que estavam sempre presentes na sua vida.

Tatianna: _Mas aquele colar caia bem em você, Carol.
Carol: _Não gostei.
Luciana: _As Donzelas poderiam me dar um minuto da atenção? – As duas olharam para ela. – Obrigada. Vou ter que falar um pouco baixo porque isso não pode vazar daqui. – Abaixou o tom da voz. – É... Nem sei como começar a falar.
Carol: _Que tal pelo começo? – Todas riram
Luciana: _Palhaça – Mostrou a língua para ela. – Bom, eu... Passei mal na lua de mel.
Tatianna: _O Leo me contou só não me disse a causa, foi algo serio?
Luciana: _Sim Tati – Baixou o rosto e procurou esquecer aqueles momentos de agonia – A Doutora falou para o Victor, que eu estava prestes a ter um aborto espontâneo.


   As duas presentes na mesa, engasgaram com o suco que tomavam.

Tatianna: _Lucy... Começou, termina logo – Seus olhos começaram a ficar rasos.
Luciana: _Eu fiquei com medo de fazer o exame de gravidez, mas consegui ontem e... É isso, vocês serão titias. – Sorriu
Carol: _Para o mundo que quero descer! Sério isso Lu?
Luciana: _Sim, eu estou tão feliz – Começou a chorar.

As três se abraçaram aos risos, estavam felizes.

Tatianna: _Por isso que o Leo ontem me ligou todo felizão.
Luciana: _Pois é, acho que Victor contou a ele.
Carol: _Lucy, se essa gravidez for de risco você vai ter que tomar cuidado.
Luciana: _Eu sei disso, Ká. Vou na clinica do Guilherme assim que Victor voltar de viagem.

   Terminaram de almoçar, foram para o estacionamento do restaurante. Carol pegou o carro e saiu rapidamente, tinha um paciente esperando-a. Só nesse momento que Luciana percebeu uma tristeza no olhar de Tatianna.

_Tati, se você precisar desabafar estou aqui.
_Esquece. – Baixou a cabeça
_Você está fazendo planos para engravidar né? Desculpa eu queria que você estivesse no meu lugar e...
_Para com isso Lucy, a vida é assim. Um dia eu consigo ter uma menina linda como a Gabi. Mas enquanto isso, você vai me emprestando ela, tá?
_Pode deixar. Tenho que ir, você vai ficar bem?
_Sim.

    Despediu-se da cunhada e foi embora. Durante o trajeto pensou muito em Tatianna, com sua emoção sequer pensou na felicidade das pessoas próximas. Procurou esquecer daqueles pensamentos e focar na sua tarde que estava cheia de pacientes para atender.

  Antes de dormir, Victor ligou, como estava fazendo ultimamente.

_Oi meu amor. Como está?
_Cansado, só queria estar aí.
_Olha... – Sentou-se na cama – Hoje estou com aquela camisola que você ama.
_Sem mais Luciana, desse jeito não irei conseguir fazer show hoje.
_Eu sei bobo, estava brincando. – Suspirou – Estou com saudades.
_Então me espera que amanhã to chegando aí.
_Você vem mesmo?
_Sim. Me fala, como está a Gabi?
_Esses dias ela anda sentindo sua falta, amor. Vem logo.
_Vou dar um jeito.

   Continuaram conversando sobre outros assuntos até o chamarem para começar o show. Luciana fechou os olhos e logo o sono tomou conta de si, apenas sentiu as mãos leves de Victor em sua cintura, quando o dia estava amanhecendo. Estava tão cansada que voltou a dormir.

   Victor chegou em casa e foi logo para o quarto de Gabi, beijou a testa da filha e chegando no seu, ficou parado por alguns minutos admirando Luciana dormir. Deitou-se do lado dela, que apenas se mexeu e logo voltou a dormir, ele também caiu em um sono bom, que foi interrrompido por uma puxada brusca de lençóis.

_Acorda amor.

   Bastante irritado, olhou o relógio:

_Luciana, ainda são oito da manhã.
_Eu te falei que hoje tínhamos compromissos.
_Ah, vai sozinha. Tô com sono – Virou-se e voltou a dormir.

   Sensível, era assim que Luciana estava. Sentou-se na cama e começou a chorar como uma criança; ouvindo os soluços dela, Victor sentou-se na cama ainda sentindo impaciência.

_O que eu falei dessa vez, Luciana?
_Olha como você fala, Victor. Todo grosso. – Soluçou, limpando as lagrimas – Você esqueceu do nosso compromisso.
_Desculpa Luciana, mas sou um só pra pensar em problemas de trabalho e birra de esposa.
_Birra? – Levantou-se – Esquecer que hoje tenho médico marcado e você prometeu ontem que iria comigo é birra? Não precisa ir, eu vou sozinha. – Foi em passos largos pro closet – Idiota!

   Ele respirou profundamente, contou até dez. Como ela dissera, essa gravidez iria ser pior. Como um foguete, Luciana foi até o banheiro, não esquecendo de bater com toda força a porta.

    Estava sendo difícil para ele, que estava ocupado demais para adivinhar o que dissera no dia anterior a ela.

   Achou um pouco de calmaria dentro de si e foi ao banheiro. Bateu na porta levemente:

_Lu, abre aqui.

    Ela não respondeu, sendo assim, ele preferiu ir até o closet e esperar por ela que quase no mesmo instante entrou e foi logo se trocando:

_Me desculpa, vai. – Aproximou-se dela
_Não toca em mim – Espalmou as mãos.
_Estou aqui te pedindo desculpas. Eu não lembrei que você tinha compromisso. Porra Luciana, dá um ponto pra mim, cheguei cansado às cinco da manhã, isso tudo pra te ver e em troca você me trata assim? – Se retirou

    E mais uma vez ela chorou como uma criança, as emoções da gravidez já tomavam conta de si. Desceu para tomar café, Lourdes olhou-a estranho:

_Está sensível hoje, né?
_Antes eu não tivesse levantado da cama.
_Se acalma que você tem mais alguns meses pela frente.

    Fez seu desjejum calada, definitivamente naquele dia não estava com papo para ninguém. Victor sentou-se do lado e logo veio o cheiro do perfume, que fez sua esposa por a mão na boca evitando algo que queria sair.

_Está bem Lu?
_Não.

   Foi correndo para o banheiro mais próximo, vomitando todo o café da manhã. Ao abrir a porta, ele estava lá encostado na parede:

_Está tudo bem?
_Sai de perto de mim.

   Subiu para o quarto para escovar os dentes e pegar sua bolsa, iria sem Victor, estava decidida, mas ele apareceu e mais uma vez ela sentiu seu estomago dar voltas dentro de si.

_Me espera, vou junto com você.
_Se for toma um banho.
_Mas eu já tomei quase agora. O que é isso Luciana?
_Seu perfume. Está me dando náusea.

   Após muito insistir, Victor tomou outro banho para tirar o cheiro do perfume e nem ousou em colocar o mesmo, usou uma lavanda fraca para ela não sentir.

_Vamos?

   Até chegarem ao destino ficaram calados, apenas trocando palavras banais ou algo que ele perguntasse. Guilherme os esperava com um sorriso perfeito.

_Entrem.

   Sentaram na cadeira de frente ao obstetra.

_Que honra de ter aqui em meu consultório. Deixe-me adivinhar... Vocês querem ser papais novamente?

Luciana: _Não Gui. Já estou grávida.
Guilherme: _Serio? Que legal – Levantou-se para abraçá-los. – Como foi souberam?
Victor: _Depois da nossa lua de mel ela fez o exame.
Guilherme: _Isso é ótimo. Uma criança a caminho é sempre bem vinda. Pelo sorriso do pai, estavam planejando – Olhou para Victor.
Victor: _Sim e não. Enfim. – Riram
Luciana: _Guilherme, eu ainda não acredito que foi muito rápido pra mim. Eu parei com os comprimidos em Janeiro, agora descubro que estou grávida.
Guilherme: _Casa de ferreiro, espeto de pau mesmo né Lucy? – Sorriram – Primeiramente, você já corria o risco de engravidar bem antes disso. Esqueceu que o anticoncepcional que tomava era para mães que amamentam? Era fraquinho, para não afetar o bebê.

   Luciana ficou boquiaberta, olhou para Victor e Guilherme:

_Como não pensei nisso?
_Por isso te falo que é normal. Enfim, querem fazer a ultrassom para saber como anda o baby?

Victor: _Se for possível, seria ótimo.

   Foram para outra parte da sala, já conhecendo tudo ali, Luciana deitou-se, levantando a blusa e só ali que Victor percebeu que aquela região do corpo dela ganhara certo volume.

_O que foi?
_Sua barriga. Ela tá começando a aparecer – Acariciou a região.

  Luciana respirou fundo e colocou sua mão sobre a dele.

_Com licença Papai, mas vou ter que usar a barriga da sua esposa. – Sorriram

    Com o coração batendo descompassado, Luciana e Victor apenas observavam os movimentos que Guilherme fazia, olhavam para a tela; ouviram um ecoar e em poucos segundos, o coração do bebê estava ali, batendo, fazendo um barulho mais que perfeito para os dois.

_Bom Lucy, você está de dez semanas.
_Dez?
_Sim, minha cara, dois meses e meio.

   Ficou tentando lembrar quando esse bebê fora gerado, impossível, nas férias de Victor eles andavam “brincando” demais. Após mais alguns mimos, a ultrassom foi finalizada e logo voltaram a mesa.

_Guilherme, é... Eu tive risco de aborto na minha lua de mel.
_Você deveria ter me dito antes né Lucy?
_Eu esqueci. Mas e agora, o que eu tenho que fazer?
_Tudo aquilo que você recomenda para suas pacientes em gravidez de risco. Repouso, pelo menos nesses três primeiros meses. – Olhou para Victor – E tentem não ter relações sexuais nesse período de risco.
_Pode deixar – Victor baixou a cabeça
_Mas... – Guilherme voltou a olhar para ele. – Sabemos que existem outros meios que não precisa ir direto ao ponto.
_Foi isso o que falei pra ele, Gui.
_Enfim, vou prescrever um remédio e você volta daqui a duas semanas, ok? – Os dois fizeram um gesto afirmativo com a cabeça. – Estão liberados.

   Saíram do consultório com um sorriso perfeito, ao entrar no carro, Luciana fez uma expressão estranha no rosto:

_O que foi agora?
_Tô com fome. – Esticou o lábio inferior.
_Ok, dá pra chegar em casa ou quer ir a algum local?
_Quero tomar milkshake – Bateu palmas bastante feliz.
_Hoje você tá mais criança que a nossa filha.
_Me deixa. – Bateu no ombro dele.

   Após satisfazer a vontade dela, voltaram para casa, durante o trajeto ele olhou rapidamente:

_Amor, sua boca, está suja.
_Onde? – Puxou um espelho da bolsa e limpou

   Ao olhar novamente para Luciana, vendo-a passar aquela língua no contorno da boca, Victor sentiu algo que fazia tempo que não sentia. Estava excitado e sua vontade era de parar em qualquer lugar para fazer amor.

   Entraram na casa bastante sorridentes, Luciana não parava de mostrar a ultrassom para Lourdes e Joyce, enquanto Victor pegava Gabriela no colo e ia para o jardim brincar. A casa estava em silencio quando ele entrou, Joyce tomou a filha dele dos seus braços, Lourdes na cozinha:

_Viu a Luciana?
_Subiu para o quarto.

   Com um sorriso malicioso e vários pensamentos pervertidos, ele achou-a deitada na cama, falando ao telefone com alguém, ao vê-lo sorriu:

_Carol, vou desligar. Beijos – Desligou olhando para ele. – Vem cá.

   Deitou-se do lado dela, logo procurou os lábios para um beijo profundo, as línguas sincronizavam perfeitamente, as mãos de Luciana já exploravam cada parte dele.

_O que aconteceu com você?
_Apenas saudades. – Beijou-lhe rapidamente – Me desculpa se hoje pela manhã agi como um idiota?
_Está perdoado.

  Luciana ficou por cima e entre trocas de beijos, carícia, tiraram as peças de roupa.

_Amor – Falou entre os beijos. – Melhor você fechar a porta.
_Elas não vão verem, vai ser rápido.

    Os carinhos foram intensificando e um satisfazendo o outro. Sentada em cima dele, ela passava a mão até o membro de Victor, enquanto beijava o seu peitoral, depois subia para o pescoço. Não demorou muito e Victor atingiu o ápice.

_Sabia que te amo? – Beijou-a
_Só me ama porque eu te dei prazer. – riram
_Leo ligou pra mim. Marcou um jantar hoje, vamos?
_Claro. – Se aninhou no peito dele. – Tatianna está triste, eu senti isso.
_Por quê?
_Lembra que eles estavam planejando um filho, né Victor?
_Ahh mas no nosso caso foi sem querer. Não imaginei que seria tão rápido assim.
_Nem eu. – Bocejou. – Posso dormir antes do almoço?
_Claro que sim.

 Juntos dormiram abraçados

Continua...