quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Cap. 44



                      Capitulo 44

          "Nareul tteona bonaen geuga ajik neomu miwoyo"
            (Ainda estou odiando você que me deixou partir)

                                                (Missing You – 2NE1)







   Luciana não sabia o que fazer ao ficar de frente para aqueles repórteres, sentiu uma mão envolver sua cintura e empurrá-la para saída, ao virar-se, Victor estava ali.

Repórter: _Mas a festa já acabou?
Victor: _Não, decidimos ir embora.
Repórter: _Mas por quê?
Victor: _A Lu tá um pouco cansada, coisas de grávida.

   Sem mais perguntas Victor a levou para o carro que os esperavam, o caminho até o hotel ambos ficaram calados, com seus pensamentos. Ao entrar no quarto ele esbravejou toda a sua raiva.

_Ainda não entendi o porque daquele barraco todo. Logo você Luciana?! – Alterou a voz
_Você não sabe o que ela disse para ficar achando que eu estava errada.
_Você poderia ter tido a consciência e se afastado dela. Na frente de todos Luciana?
_Porque você se preocupa tanto com a opinião dos outros Victor? – Sentiu sua fala começar a cortar.
_É fácil, não vai ser você que vai ter que dar satisfação a programas de TV sobre o ocorrido!

  Luciana cegou, a raiva falou mais alto.

_É MESMO, ENTÃO JÁ QUE VOCÊ PREFERE FICAR DO LADO DESSA VAGABUNDA FIQUE SABENDO QUE ELA ESTA NOS DIFAMANDO POR AÍ! SABE O QUE ELA ME FALOU? QUE NOSSO CASAMENTO ERA DE FACHADA E QUE ESSE FILHO QUE ESTOU ESPERANDO NÃO ERA SEU!
_NÃO É SÓ ELA QUE PENSA ASSIM.
_ENTÃO QUEM MAIS PODERIA PENSAR VICTOR? ALGUÉM IMPORTANTE PRA SUA VIDA? ALGUÉM QUE TE FAÇA SE PREOCUPAR AINDA MAIS? QUEM É ESSA PESSOA?
_SOU EU!

   O silêncio predominou o ambiente, Luciana não tinha mais fala, sentiu seu estomago revirar e sua visão falhar involuntariamente.

_Espera, eu entendi bem isso? É isso mesmo Victor?

 Victor se arrependeu amargamente de ter falado aquilo mas precisava desabafar.

_Isso mesmo Luciana, eu estava desconfiado desde o principio.
_Porque essa desconfiança?... E... Porque não falou pra mim? Estou enlouquecendo, só pode. – Colocou a mão na cabeça. – Como pode desconfiar de mim, sempre fui fiel e nunca te dei motivos. – Sentou na beira da cama.
_Quer saber Luciana? Estou cansado, não agüento mais suas crises de ciúmes, seus choros sem motivos, sua impaciência sempre que chego cansado... Esses momentos que eu nunca passei com namorada nenhuma na minha vida... E esse filho... Como vou saber se é meu, quando transamos você ainda namorava o Fernando.
_Eu te falei que nós não transamos naquele dia e sempre que isso acontecia era com camisinha. – Deixou as lagrimas caírem livremente.
_E como vou saber? Eu não estava na hora em que vocês transaram...
_JÁ CHEGA! – Levantou-se – CANSEI DE SER HUMILHADA! NÃO MEREÇO ISSO VICTOR. ERREI EM TE MAGOAR, ERREI, MAS NÃO PRECISAVA ESCUTAR ISSO TUDO VINDO DA SUA BOCA!

   Ficaram em silêncio, só se ouvia os soluços de Luciana ecoando naquele quarto.

_Acabou – Sussurrou – Você não é o Victor que eu conheci.
_Se é assim que você quer, a porta da frente é serventia da casa. – Apontou para a porta do quarto.

    Calada, Luciana pegou sua mala, recolheu os objetos que usara durante o dia e antes de sair olhou para Victor, depois baixou a cabeça e se retirou dali, foi direto para um táxi que estava parado na porta do hotel, colocou a mala no bagageiro do veículo e entrou nele.

_Para onde vamos moça?
_Aeroporto...
– Pensou um pouco – Não, espera. Se eu te indicar a cidade você me leva pra lá?
_Não sei moça, é muito longe daqui?
_Não, olha... Eu pago o que você quiser.

    Após muito insistir o taxista aceitou e a levou. Durante o trajeto as lagrimas mais uma vez caíram livremente, para Luciana, esse não era o Victor que ela conhecera, aquela expressão no rosto ao dizer severas palavras, não, aquele ali não era ele. Assim que o táxi parou no destino em que ela pedira lembrou das palavras do mesmo.

“...Luciana, quando não vamos pelo amor, vamos pela dor. Pense nisso.”

   Apertou o interfone insistentemente. Sabia que se Lucas não estivesse em casa, sua mãe estaria.

_Quem é? – Lucas estava com a voz sonolenta.
_Pai... Sou eu, abre aqui... Por favor – Foi o que conseguiu falar aos choros.

    Em menos alguns minutos Lucas abriu a porta, seu rosto estava pálido afinal, ninguém recebe visita àquela hora da madrugada, ainda por cima sendo sua filha que desde a ultima vez que se viram, houve briga.

_PAI! – Correu até ele e o abraçou.

    Luciana soluçava, chorava alto e não queria largar o pai. Lucas colocou sua mala dentro da casa e a levou para a cozinha, foi até o escritório e voltou com kit medico, aferiu a pressão dela, deu-lhe um calmante natural.

_Luciana, fala comigo, o que aconteceu pra você vir parar aqui a essa hora? – Tocou-lhe os braços – Você está fria, venha, vamos para seu quarto.

   Geovana apareceu na cozinha, assustou ao ver sua filha ali.

_Luciana, o que aconteceu? – Correu até ela. – Me diga o que aconteceu agora!
_Nada mãe... – Queria falar mas o choro impedia. – Me deixa mãe...
_E o Victor... Onde está?
_Eu... Nós brigamos.

Lucas: _Já chega de tantas perguntas, venha Luciana, vamos para seu quarto.
Geovana: _Deixe Lucas, eu a levo.

   Subiram para o quarto, Luciana logo deitou na cama do jeito que estava, tudo o que queria naquele exato momento era chorar e ficar sozinha.

_O que houve Luciana?
_Nada mãe, esquece.
_Tudo bem, vou deixar você sozinha. Boa noite, qualquer coisa me chame.


   Saiu do quarto e Luciana aproveitou para dar vazão a todo o sofrimento. Como a vida mudou e em menos de algumas horas sua vida estava totalmente em um inferno astral.

*********************************************

   Após Luciana sair do quarto Victor ficou pensativo, dissera palavras duras a ela, coisas que nem ele mesmo sabia como saiu da sua boca. Estava irritado por tudo ter dado errado, por saber que no outro dia vários fofoqueiros de plantão comentariam sobre a suposta briga entre sua esposa e Helen, parou para lembrar da sua ex e já imaginava que como ela estava caída na mídia isso seria um bom assunto para a carreira dela decolar mais uma vez, só de pensar em seu nome associado a alguma noticia que deprimia sua imagem ele sentiu raiva, pegou o jarro com as rosas vermelhas que tinha mandado para sua amada naquela tarde e jogou na parede, encostou na parede e aos poucos foi escorregando, caiu no chão e assim ficou até adormecer ali mesmo.

   Pela manhã ouviu batidas na porta, levantou-se do chão ainda meio atônito sem entender nada do que passara, foi até a porta abriu, Leo estava ali.

_Victor, avisa a Luciana que eu e a Tati vamos passear por São Paulo, vocês poderiam ir conosco.

   Em um milésimo de segundo Victor lembrou de tudo o que ocorrera na noite anterior, abriu mais a porta para o irmão entrar e foi para a cama, sentou-se.

_Luciana não está. Voltou pra Uberlândia
_Mas... Por quê? Fala serio que vocês discutiram por causa da Helen.
_Sim, eu acho que agora não voltamos mais Leo – Pela primeira vez depois da ida de Luciana ele sentiu algumas lagrimas brotarem em seus olhos.
_Para com isso rapaz – Sentou do lado dele na cama – Lembra quantas vezes discuti com a Tati e você veio me dar conselhos? Então agora estou aqui te dizendo que isso não vai acontecer.
_Você não sabe o que aconteceu.
_Quer desabafar?

   Victor baixou a cabeça e ficou pensativo, o silêncio predominava ali até ele criar forças para falar.

_Falei palavras fortes para ela.
_Na hora da discussão todos falamos coisas da boca para fora Vitor.
_Não. Eu a julguei, humilhei. Ela foi embora e eu não tive a coragem de pedir pra ela voltar. Leo, eu disse pra ela que desconfiava que não era o pai daquele bebê que ela está carregando. – Começou a chorar.

  Leo levantou e ficou andando de um lado pro outro, precisava dar conselhos ao irmão.

_Já ligou pra ela?
_Não tenho coragem.
– Limpou o canto do olho
_Então aguarde um momento bom para ligar, ela vai atender.
_Ok, vou fazer isso.
_Muito bem, então, você quer ir conosco?
_Não, hoje eu vou ficar aqui no quarto.
_Qualquer coisa me liga ok?
_Tá, obrigado pelo conselho.

    Leo saiu e assim Victor ficou por vários minutos. Agora sabia que sem Luciana sua vida não era completa. Ligou para a recepção e pediu que alguém viesse limpar os cacos do jarro e tirar aquelas rosas dali, após isso ele ficou o dia inteiro na cama, pensando somente nela, sua Luciana.

   A noite passou a custar e antes das onze decidiu ligar para ela, todos os seus celulares estavam desligados, por ele já estaria em Uberlândia pedindo perdão a ela e se preciso fosse, ficaria de joelhos perante ela. Pela manhã voltaram para casa, assim que Victor chegou algo estava estranho, subiu para o quarto e do mesmo jeito que estava, desde a ultima vez que os dois saíram, estava. Entrou no closet e as roupas dela ainda estavam ali, desceu para a garagem e o carro dela estava ali. Foi até o jardim, Lourdes estava aguando as plantas.

_Lourdes, sabe me dizer se a Luciana dormiu aqui essa noite?
_Não Victor, vocês não tinham viajado juntos?
_Sim, mas ela veio na frente.
– Colocou a mão no quadril e olhou ao redor do jardim como se estivesse procurando-a.

    Para ele um enigma começava, onde Luciana estava? Pensou na casa dos pais dela mas sabia que ela era um tanto orgulhosa e ali seria o ultimo destino na lista dela. Ligou para ela e mais uma vez todos os celulares estavam desligado, sentiu uma aflição o invadir por dentro.  

Continua...


Nenhum comentário:

Postar um comentário