Capitulo 59
Luciana travou,
não sabia o que falar ou começar um assunto no celular, mas precisava pensar em
algo urgente ou Victor desligaria.
_Vic... Victor,
é.. Oi, tudo bem?
_Tudo sim – O ouviu se mexer na cama e pode imaginar ele sentando. – Aconteceu alguma coisa com a Gabi?
_Nã-não, está tudo bem com ela... Obrigada por hoje.
_Tudo sim – O ouviu se mexer na cama e pode imaginar ele sentando. – Aconteceu alguma coisa com a Gabi?
_Nã-não, está tudo bem com ela... Obrigada por hoje.
_Ah não tem de
que Luciana, e você, como está?
_Bem. – Mais uma vez o silêncio predominou. – Victor, eu estive pensando, hoje você veio por aqui e nem viu direito a Gabi. Quer vir vê-la?
_Agora? (Se assustou)
_Bem. – Mais uma vez o silêncio predominou. – Victor, eu estive pensando, hoje você veio por aqui e nem viu direito a Gabi. Quer vir vê-la?
_Agora? (Se assustou)
_Sim.
_Pode ser, se não
for muito incomodo pra você.
_Não é. Venha
que eu te espero.
Ao desligar
Victor ficou em pé no meio do quarto sem entender nada do que se passava dentro
de si. Estava com medo de seguir adiante mas algo o impulsionava a trocar de
roupa e ir até lá ver sua filha e também conversar com Luciana, se é que teria
a capacidade de encará-la e conversar como duas pessoas civilizadas. Trocou de
roupa, pegou seus pertences e foi até o apartamento dela, ao parar o carro o
porteiro recebeu ele com um sorriso estampado.
_Olá senhor
Victor.
_Oi Murilo, a
Luciana...
_Pode deixar,
ela já me avisou.
Subiu tenso, não
sabia o que falar ou como agir em uma situação como aquela. Ao chegar diante da
porta parou alguns segundos, antes de apertar a campainha Luciana abriu a
porta. Ela estava nervosa também, ele pode sentir pela respiração ofegante e a
mão trêmula, usava um roupão de seda mas ele pode ver as rendas da camisola e
involuntariamente veio em sua mente as noites em que chegava de viagem e ela
estava assim, o esperando.
_Oi – Cedeu um pouco para ele entrar.
_Tudo bem? – Entrou e ficou perto do sofá.
_Sim. Me
desculpe ter te acordado. Mas é que eu precisava fazer isso ou enlouqueceria.
_Acho que não
vou poder ver a Gabi, ela deve estar dormindo a essa hora – Olhou para o relógio em seu pulso.
_Daqui a pouco
ela acorda para mamar. Senta.
Sentaram no
sofá e apenas ficaram se encarando. Victor quebrou o silêncio.
_E agora, está
se sentindo livre? Aquela mãe da sua paciente é uma louca.
_Nem me fale.
Acho que foi preciso um susto desses para dar valor a vida. Pensei que seria
presa e não pudesse ver minha filha nunca mais. – Seus olhos marejaram.
_De maneira
alguma eu não iria deixar isso acontecer Lu, faria o impossível.
_Obrigada.
Luciana ligou a
TV para ambos se distraírem em momentos que o silêncio se tornava algo
incomodante. Ao sentir o perfume dele, sentiu vontade de abraçá-lo, beijá-lo,
dizer que estava com saudades, mas o que saiu na sua voz foi algo que até ela não
entendeu o porquê.
_Me desculpa
Victor. Passamos tanto tempo afastados e eu... Fui tão rude com você no
aniversario do Antonio.
_Se tem alguém
que tem que pedir desculpas sou eu Luciana, te julguei e me senti mal por isso.
Voltaram a
atenção a televisão, toda essa distancia estava deixando-a louca.
_Você não viu o
quarto da Gabi como ficou. Quer ver?
_Por favor.
_Por favor.
Luciana foi
andando na frente, ao vê-la assim de costas sentiu uma vontade imensa de agarrá-la
e beijar a nuca dela. Ao entrar no quarto ele estava do mesmo jeito como da
ultima vez que entrou mas para não puxar mais assuntos e lembrar daquele tão
sofrido dia para ela, fingiu estar vendo aquilo tudo pela primeira vez. Os
sapatinhos que dera estavam ali, em uma das prateleiras de roupinhas no guarda
roupa. Nada o chamava atenção até ele se aproximar do berço, sua filha estava
em um sono profundo e perfeito, sentiu os olhos marejarem de tamanha emoção.
_Como ela é
linda... Eu não sei nem o que falar.
_Sou suspeita
em falar, mas de todas a minha filha é a mais linda... A nossa filha.
_Nossa filha
que foi gerada com muito amor. –
Encarou-a.
Gabriela
começou a fazer caras e bocas e logo chorou, Luciana pegou-a do berço e sentou
em uma cadeira ali, deu de mamar com muito carinho, alisava os poucos
cabelinhos presentes na cabeça. Victor olhava tudo atentamente, não tinha
duvida ao falar para seu interior que elas eram as mulheres da sua vida.
_Prontinho,
toma – A entregou para Victor – Segura.
_Eu? Não Lu,
sou desastrado e não sei segurar em bebês.
Luciana sorriu
e continuou insistindo com a filha pendurada em seus braços.
_Você não sabe
segurar os outros bebês mas essa é a sua filha. Segura ela.
_Eu não levo
jeito.
_Faz o
seguinte, vem pra sala.
Foram para a
sala, Luciana fez Victor sentar e colocou Gabriela nos braços dele. No começo
Victor ficou com receio, parecia que estava segurando algo quebrável e fazia
expressões assustada no rosto arrancando risos de Luciana.
_Fica com ela
um pouco, vou tomar água.
_Não Lu,
espera, e se ela chorar?
_Não vai Victor, fica calmo, a cozinha é bem aqui.
_Não vai Victor, fica calmo, a cozinha é bem aqui.
Tomou água e ao
voltar pode perceber que ele já estava a vontade, conversando com a filha, oras
cantarolando algo que Luciana não entendia. Gabriela acabou dormindo nos braços
dele.
_Quer colocar
ela no berço?
_Não! Leva você
Luciana.
Luciana segurou
a filha nos braços e no caminho Gabriela acordou mais uma vez, conseguiu
adormecer nos braços da mãe depois de um tempinho. Ao voltar para a sala ela
viu Victor deitado no sofá, a TV ligada, porém, ele estava dormindo.
_Vih – Tocou no braço dele
_Hum...
_Vai pra cama
dormir.
Victor abriu os
olhos e por um milésimo de segundo imaginou que fosse um sonho mais que
perfeito. Sentou no sofá e aos poucos foi acordando.
_Tenho que ir
pra casa. Já passam das duas –
Olhou mais uma vez o relógio.
_Não tem por
que ir embora essa hora. Durma aqui.
_O que?! – Sabia que não responderia por si se
dormisse na mesma cama que ela
_Seu bobo,
dorme aqui.
_Mas o quarto
que era meu a Gabi...
_Durma na minha
cama, eu fico no quarto da Gabi, lá tem uma cama.
_Mas Luciana não
vai ser incomodo?
_De maneira
alguma.
Antes de Victor
deitar em sua cama, Luciana recolheu o travesseiro, deixou-o a vontade e foi
para o quarto de Gabriela. Em um momento que fora a cozinha, ela parou na porta
e sentiu uma vontade imensa de entrar e dormir ao lado dele, porém, se
controlou, gostaria de voltar a amizade com ele e isso só o assustaria, afinal
não sabia se ele queria o mesmo que ela. Para Victor aquela noite fora
estranha, deitar na cama de Luciana era sentir o cheiro dela estampado nos lençóis,
até o cheiro cítrico do shampoo que ela usava estava naquele travesseiro, não
iria tomar nenhuma iniciativa, se ela não quisesse isso poderia fazer com que
se afastasse dele.
Ao acordar bem
cedinho Luciana deu a mamada a Gabriela e voltou a dormir, estava exausta do
dia anterior. Foi acordada com conversas alterada vindo do seu quarto, deu um
pulo da cama e correu até lá.
_Mas o que está
acontecendo?
A cena que vira
fez rir interiormente, poderia ser cômico se Joyce não estivesse mais branca
que a parede daquele cômodo. Victor estava de cueca boxer preta, apenas
vestindo isso e bastante sem jeito.
Victor: _Eu... Ela não sabia que... – Não sabia nem o que falar.
Joyce: _Eu pensei que a senhora quem estava
dormindo aqui no quarto e entrei, ele saiu do banheiro assim... – Colocou as duas mãos nos olhos.
Luciana: _Calma Joy, esqueci de te avisar que o
Victor teve que dormir aqui.
Joyce: _Mas antes de eu me deitar a senhora
estava sozinha, sem ninguém.
Victor: _Eu cheguei de madrugada. Desculpa tá?
Joyce: _Eu vou sair, com licença.
Joyce: _Eu vou sair, com licença.
Assim que a
empregada saiu Luciana deu uma gargalhada gostosa, há tempos que Victor tinha
presenciado essa Luciana risonha, cheia de vida.
_Pelo menos
alguém viu o Victor Chaves só de cueca. (Ironizou)
_E você fica
rindo né Luciana? Não foi você quem ficou constrangido.
_(Risos alto)
Relaxa, nem me olha assim porque já te vi do jeitinho que veio ao mundo.
Ao olhar para
ela por completo pode ver a camisola que o roupão cobrira naquela madrugada. As
rendas estampadas nela davam certa sensualidade. Luciana olhou para si e baixou
a cabeça timidamente, encarando o chão pode ver os pés dele se aproximando, seu
coração bateu forte, ao erguer o rosto pode sentir a respiração ofegante dele.
Sim, queria um beijo dele com muito fervor e paixão, estava já suplicando,
humilhando com um olhar por isso. O celular dele tocou, atendeu e ao desligar
foi logo pegando a calça e vestindo.
_Tenho que ir,
Leo me ligou.
_Ah sei. – Aquilo a deixou triste. – Toma café comigo?
_Acho que não vai dar Lu, fica pra uma próxima.
_Acho que não vai dar Lu, fica pra uma próxima.
Terminou de se
trocar, passou no quarto de Gabriela e depositou um beijo na testa dela, foi
embora com um “até breve” que dera a
Luciana. Ao fechar a porta ela se sentiu só, deveria estar feliz pois fizera as
pazes com ele, tinha a amizade mas o amor de Victor... Era algo impossível.
Continua...
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário