quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cap. 45


            Capitulo 45

    Ainda com os olhos fechados Luciana ouviu alguém empurrar as cortinas do quarto e o sol invadir o cômodo, ao sentir-se totalmente pronta para encarar o mundo, abriu os olhos, Geovana já estava próxima a cama.

_Bom dia Luciana, como está?
_Vou sobreviver – Sentou-se na cama
_Quer conversar? – Tocou-lhe a mão
_Não mãe, eu quero ficar só.

    Luciana passou aquele dia inteiro trancada em seu quarto, Lucas entrava, puxava assunto mas ela nada falava, ainda não estava com forças para desabafar com alguém exceto uma pessoa poderia ouvi-la mas não iria ligar para ela naquele momento. Permaneceu assim, deitada na cama sempre chorando, conseguiu adormecer, pela manhã desceu para a cozinha e Jenifer assim que a avistou correu até ela.

_Luu – Abraçou-a – Tudo bem?
_Mais ou menos.
_Onde está o Victor? – Olhou por trás do ombro de Luciana
_Ele não veio.
_Ahh mas porque?
_Ele tinha viagem hoje.

    Luciana tomou seu desjejum calada, o que estava fazendo desde que chegara na casa da mãe. Após isso, ligou para Carol pelo telefone residencial, contou o que acontecera, depois foi caminhando pelo jardim, decidiu sentar na beira da piscina e por os pés dentro, sentindo aquela água gelada até aliviou, sentiu alguém se aproximar.

_Bom dia

Ao erguer a cabeça percebeu que era sua mãe.

_Pensei que você tinha ido trabalhar.
_E eu iria... – Sentou do lado dela – Mas sei que uma paciente em especial precisa de meus cuidados.

Ficaram em silêncio apreciando a paisagem, Geovana quebrou-o.

_Sabe? Você estava certa, não consigo ser mãe, no momento que você mais precisou e precisa não sei o que falar. – Baixou a cabeça
_Você pode não ser mãe mas se eu tivesse escutado seus conselhos naquele dia tudo seria diferente. – Baixou a cabeça e pode ver as lagrimas caindo
_Como eu queria ter errado nas minhas previsões Luciana, queria tanto estar errada e você e o Victor estarem juntos agora. Me diga, o que aconteceu?
_Mãe, eu não queria falar agora, não hoje. Eu e o Victor brigamos, ele falou palavras que me magoaram e eu fiz ações que o magoou mais ainda.
_Você o traiu?
_Não... É complicado, olha, esquece isso e me deixa sozinha.
_Engraçado como eu consigo ser psicóloga de outros mas pra minha filha não sou.
_Só quero ficar só mãe. Posso?
_Sinta-se a vontade.

   Geovana saiu de perto dela e Luciana aproveitou para chorar, sempre que lembrava da discussão seu peito oprimia e ela se sentia culpada, ainda estava com muita raiva de Victor, não sabia quando iria ter coragem de ficar cara a cara, o melhor seria evitar. Saiu da piscina e foi à cozinha para tomar água, ao se aproximar pode ouvir que as empregadas da casa falavam sobre ela e a briga com Victor.

Jenifer: _Eu as ouvi conversando, parece que ela e o Victor brigaram
Padma: _E qual o problema? Isso não te interessa Jenifer, assunto de patrão é deles.
Jenifer: _Mas eu sou fã do Victor, eu li hoje a matéria no site. Dizem que a discussão dos dois foi feia, tudo porque ela jogou uma garrafa de whisky na cara da Helen. Sei que as fãs da Helen estão xingando a beça a Lucy.
Joyce: _Acho melhor você se calar, daqui a pouco a patroa ou ela entram por essa porta e pegam você falando essas asneiras aí.
Jenifer: _Não tô nem aí, sou fã dele mesmo. Se a Lucy não quer, nós queremos aquele partidão


    As três sorriram e Luciana resolveu entrar na cozinha, pegou um copo com água e voltou para seu quarto, lembrou da tal da Katherine que Helen tinha comentado, quem seria ela? Já que não estava mais reconhecendo Victor, imaginou que ele estivesse agora nos braços dela.

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    Victor entrou no quarto, mais uma vez procurou vestígios de Luciana e nada. Saiu dali e ao passar por frente do quarto de bebê seu coração doeu, como seria se acaso eles se separassem? Entrou no quarto e olhou para um dos ursinhos que ganhara de uma fã, desde que souberam da gestação de Luciana elas sempre enchiam de mimos com sapatinhos, ursinhos. Segurou-o e ao pressionar em seu nariz sentiu o cheiro de Luciana, aquele perfume, que só ela tinha. Saiu dali e na aflição entrou no carro, iria achar aquela mulher de qualquer maneira, parou em frente a clinica e Raquel não estava, foi até a sala de Carol, a recepcionista a chamou.

_Victor? O que está fazendo aqui?
_Onde ela está?
_Ela? Ela quem?
_Não se faça de boba, eu sei que ela já te ligou e deve ter contado a versão dela, só preciso saber se está tudo bem.

  Carol respirou fundo, detestava se meter nessas confusões.

_Olha Victor, ela está bem. Não, ela não está aqui em Uberlândia mas precisa descansar, foi muita coisa que aconteceu com ela nesse fim de semana. Dê tempo ao tempo. – Tentou voltar para a sala mas Victor segurou-lhe o braço.
_Por favor Carol, só preciso saber onde ela está.
_Ela me pediu para não te falar, acho que já previa sua vinda aqui. Tenha um bom dia Victor.

    Carol entrou na sala e Victor ficou pensativo, entrou no carro e já estava aflito quando Leo ligou para ele, tinham que viajar naquela tarde e para ele compromisso era compromisso.

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    Aqueles dois dias longe de Uberlândia foram os mais agonizantes para Victor, na frente das câmeras e nos shows procurava ser o Victor que todos conheciam, o profissional, mas quando entrava no quarto do hotel sacava o celular e tentava ligar para Luciana, em vão, sempre estava desligado. Já não estava dormindo de tamanha preocupação.

    No fim da tarde Luciana decidiu que iria viver sua vida, não iria pará-la por causa de Victor, fez sua mala para voltar a sua rotina, suas pacientes não tinham culpa de seu casamento ter ido mal a ponto de acabar. Geovana entrou no quarto e ao ver a mala tomou um susto.

_O que você vai fazer Luciana?
_Estou indo embora amanhã.
_Você vai pra lá para fechar tudo e voltar pra cá né?
_Não mãe, vou voltar. O Victor nem ninguém merecem que eu deixe de viver a minha vida.
_Luciana, pense comigo. Venha pra cá, seu pai arranja um espaço pra você no hospital, te ajudamos a montar seu consultório, não vai pra lá.
_Estou decidida a morar lá mãe.

Geovana irritou-se, soltou o ar impacientemente.

_Você não vai voltar porque tem que trabalhar mas sim porque acha que ele vai voltar para seus braços.
_Não é por isso mãe. Daquele ali quero distancia.
_Se quisesse não iria morar lá. Faz o que você quiser da sua vida, depois não diz que eu não avisei. – Retirou-se do quarto

    Luciana estava decidida e assim fez, no começo da manhã seguinte com os raios de sol começando a aparecer tomou um táxi e foi para o aeroporto. Chegando em Uberlândia sentiu uma vontade de chorar, não tinha Victor esperando-a e a sua vida agora seria diferente. Ao chegar na casa não conseguiu segurar o choro, mas com a cabeça erguida entrou no quarto e pegou todos os seus pertences, entre uma das vezes que colocava suas coisas no carro Lourdes apareceu.

_Menina, como você está? – Abraçou-a
_Acho que bem.
_Tenho certeza que não.

   Luciana baixou a cabeça e chorou mais uma vez, estava com raiva porque ainda o amava mesmo depois de todas as palavras que ele dissera. Conversou um pouco com Lourdes e subiu mais uma vez, ao passar pelo quarto que iria ser da sua filha entrou e não pode deixar de olhar para o porta retrato na cabeceira perto do berço, na foto, Victor abraçando-a por trás e os dois com as mãos na barriga dela. Segurou o porta retrato e foi caindo no chão aos prantos, ficou de joelho e foi preciso Lourdes ampará-la para ela se recompor e seguir adiante. Não deixou bilhete, nem recados. Queria esquecê-lo, mas não conseguia, saiu daquela casa e antes de ir embora deixou a chave reserva e o controle do portão da garagem com a empregada, sua historia com Victor teve começo, meio e fim.

   Pela manhã, no intervalo de uma entrevista para uma radio, Victor ligou para Lourdes achando que não teria respostas nenhuma de Luciana.

_Lourdes, a Lu, ela já foi aí?
_Sim Victor... Ela voltou

  Sentiu seu coração bater descompassado e um sorriso tomou conta de si.

_Então onde ela está agora?
_Ela foi para o apartamento dela.
_Fazer?
_Dói mais em mim que em você te falar isso Victor mas... Ela foi embora daqui. Digo, ela fez as malas e saiu daqui.

    Sem conseguir controlar, lagrimas tomaram conta do rosto dele, Luciana estava decidida a acabar com a historia que viveram e estavam construindo. Aquele dia foi um dos piores, fez o show bastante sério, e contava as horas para já estar em Uberlândia, de preferência indo ao encontro de Luciana. Voltaram para casa e chegaram às cinco da manhã, ele não perdeu tempo foi para o apartamento dela, precisava falar com ela, fazer as pazes, ao se aproximar da garagem, buzinou diversas vezes e não abriram, decidiu ir até o portão do edifício, viu o porteiro.

_Boa madrugada Murilo
_Olá seu Victor
_Eu buzinei e você não abriu o portão da garagem. Poderia abrir aqui?
_Desculpe senhor Victor mas é que eu recebi ordens para não deixar o senhor entrar. Sabe como é né? Eles (Apontou para os apartamentos) pagam meu salário e eu só tenho que obedecer as ordens.

    Victor sentiu como uma faca atravessando sua alma. Luciana estava decidida a acabar e tinha declarado guerra sem que ele percebesse.

Continua... 

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