sábado, 21 de dezembro de 2013

Cap. 53


           Capitulo 53
 
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”.
                                                                          (Vinícius de Moraes)


_Vai pra onde meu doce Victor? – Helen o parou antes de entrar no carro.
_Vou ver a Luciana. Ela está na cidade.
_Ai meu querido, você pode deixar pra depois? É que vou precisar de você hoje.
_Para?
_Escolher a roupa do reveillon, nunca rompi ano em fazenda, você pode me ajudar.
_Peça ajuda a Paula, minha mãe, Tatiana, elas sabem como deve ser isso.
_Por favor?

 Victor lembrou as palavras de Tatiana:

  “Ela vai ficar aqui e não vai voltar pra São Paulo, você terá o tempo todo pra fazer essa visita.”

   Logo pensou e decidiu deixar para depois, ela com certeza precisaria descansar. Foi junto com Helen, passou a tarde inteira com ela no shopping decidindo o que levar. Ao passar em uma loja, comprou um sapatinho rosa e não parava de olhar para ele, iria dar de presente a Luciana quando fosse visitá-la. Acabaram chegando no começo da noite e Victor decidiu ir visitá-la na manhã seguinte. 


    Luciana acordou cedo e foi para a consulta, assim que chegou na clinica algumas pessoas já olhavam para ela atravessado, como se ela realmente fosse uma assassina, sentiu-se constrangida. Guilherme a atendeu primeiro.

_Luciana, como está?
_Bem.
_Não parece.
_É que... – Sua fala foi cortada pelo choro – A Gabi sabe?
_Esqueça isso. Não ta fazendo bem nem pra você tampouco o bebê, Luciana, você não teve culpa eu estava lá na hora do parto e vi o quanto você tentou. Tente se acalmar que vou aferir sua pressão.

  Fez tudo como de praxe e depois sentaram.

_Você tem se alimentado bem Luciana?
_Acho que sim.
_Eu tenho certeza que não. Está abaixo do peso ideal, isso não pode acontecer Luciana, você que é medica sabe do que estou falando. Vou te passar uma vitamina, pense que em menos de um mês estará dando a luz a essa pequenina, ela não tem culpa de nada do que acontece com nós adultos.

   Prescreveu a vitamina e depois foram para a sala de ultrassom, o único momento que Luciana abriu um sorriso largo, lembrou de Victor, queria ele do seu lado para mais uma vez prestigiar esse momento. Após isso Guilherme a levou até a porta.

_Bem Luciana, acho que da próxima vez que nos vermos será o momento do parto, ela está quase na posição, mais um pouquinho e ela nasce.
_Quantos dias será que tenho?
_Não sei, mas acho que em menos de dez ou quinze dias ela virá ao mundo.
_Ok, Obrigada doutor.

   Tomou um táxi já que não conseguia dirigir e foi para LUCADAN, Carol ao vê-la abraçou-a como se tivessem se visto há meses.

_Ahh e aí? Como foi a consulta?
_É, foi normal.
_Mas tenho certeza que você abriu esse sorrisão quando estava na hora da ultrassom.
_Claro (Sorriu mais uma vez ao lembrar) Não vejo a hora de minha filha nascer.
_Ótimo, então enquanto isso não acontece que tal irmos almoçar? Tô de folga a tarde toda.
_Vamos sim.

   Saíram dali e foram para um restaurante, depois passaram a tarde no apartamento de Carol, Junior ficava perguntando sobre a gravidez de Luciana e ela sorria como uma boba, depois percebeu algo.

_Caramba Ká, acho que deixei meus celulares em casa.
_Putz! Sorte sua que não precisa tanto assim.
_Mas minha mãe vai ligar pra avisar quando poderá vir.
_Esquece, qualquer coisa você liga do meu celular.

   Empolgada Luciana permaneceu no apartamento de Carol, acabou dormindo por lá. Ligou para os pais e eles avisaram que no outro dia pela manhã estariam em Uberlândia. Ela foi os buscar mas antes passou por seu apartamento, olhou rapidamente os celulares e lá constava varias ligações de um numero só, estava tão apressada que ignorou e foi buscar os pais no aeroporto, ao vê-los abraçou e como não tinha levado bolsa deixou os celulares na bolsa da mãe. 



   Victor pela manhã levantou-se cedo e foi para a cidade, queria ver Luciana e estava preparado para isso. Ao chegar à frente do edifício ligou para ela, só chamava, o porteiro avisou que ela tinha saído, ficou assim o dia inteiro, tentando ligar para Luciana, sem chance.

   O dia 31 foi animado na fazenda, fizeram churrasco, todos estavam reunidos. Victor estava criando coragem para ligar para Luciana. Tatiana se aproximou dele.

_E aí, como foi o encontro seu com a Lu?
_Não foi. Fui até lá e ela não estava, liguei e ela não atendeu.
_Soube que ela foi para a consulta e de lá foi para o apartamento de Carol, acho que ela esqueceu os celulares em casa.
_Não pode ser, Luciana nunca larga aqueles celulares.
_Tenta hoje, vai que da certo. – Saiu

   Victor mais uma vez ligou, chamou três vezes, na quarta uma voz diferente atendeu, aquela voz que ele sabia bem quem era, até a voz de Geovana era insuportável.

_Alô?... Alô?

  Ele desligou com receio, foi até Tatiana mais uma vez.

_Quem atendeu foi Geovana.
_Os pais dela virão para passar a virada de ano mesmo.
_Então deixa pra lá, quando eles forem embora eu a procuro.

   Passou o restante do dia cabisbaixo, nem as piadas de Helen ele estava rindo. Pela noite, tomou um banho e trocou de roupa, estava na varanda, triste. Helen apareceu com dois copos e uma garrafa de Whisky.

_Quer dividir comigo a garrafa? – Sentou do lado dele – Estou brincando meu doce Victor.

_Se é brincadeira ou não põe uma dose pra mim. Hoje estou triste.  

Continua... 

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