terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Cap. 56


           Capitulo 56


    Sem pensar em mais nada, Victor pegou a sua mala que estava guardada e colocou as roupas que mais precisaria, estava trêmulo e se pudesse já estaria lá, Luciana estava precisando de ajuda e ele não iria hesitar. Ouviu batidas na porta, ao abrir Leo estava ali.

_Mano, já são duas da madruga. Vai dormir e para de barulho.
_A Luciana, ligou pra mim... Minha filha vai nascer.
_Como?! – Adentrou no quarto sem pedir licença
_Ela ligou pra mim avisando que... A nossa filha vai nascer – Seus olhos brilharam – Quero estar lá ao lado dela... Espero que dê tempo.
_Fica calmo rapaz, essas coisas de parto demora. Falo isso porque já vivi essa experiência duas vezes.
_Eu sei mas é que... – Colocou a mão na cintura procurando algo pelo quarto – Droga! Onde coloquei... – Abriu o guarda roupa – Estava aqui...
_Victor, quer que eu vá junto?
_Não, fica aí. Depois você vai com a Tati – Ainda estava procurando algo no guarda roupa – Achei!


   Com maior carinho colocou o presente que comprou na mala, os sapatinhos que não teve oportunidade de entregar a ela. Com a ajuda de Leo terminou de fazer a mala, aquela altura Tatiana já tinha acordado, também o ajudou. Victor foi desesperadamente para Uberlândia, já imaginava sua pequena em seus braços.

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    Desesperada, Luciana ligou para carol e em poucos minutos a amiga estava na porá do edifício. Entrou na emergência e com calma preencheu sua ficha.

_Lucy, respira, fica calma que você mesma sempre me falou que bebês demoram pra nascer.
_Quem está nervosa é você Carol, eu só estou com medo. – Lembrou de algo – Droga!
_O que foi?
_Tentei ligar pra minha mãe mas o celular estava desligado.
_Vou tentar agora.

   Enquanto Luciana era encaminhada para a sala de espera, Carol conseguiu entrar em contato com Geovana, entrou na sala já com o celular desligado.

_Liguei e ela me disse que não tem chamada nenhuma sua, o celular dela ficou ligado todo tempo.
_Nossa, deve ser problema da operadora.

   Ficaram aguardando Guilherme chegar para ver como estava sua real situação. A enfermeira fez o toque, algumas horas depois Luciana foi encaminhada para a sala de parto. Estava gélida, trêmula, queria Victor do seu lado para acalmá-la e protegê-la. Lembrou da promessa que pedira a ele caso acontecesse algo com ela, lembrou da morte de Gabriela, da mãe dela desejando o mal, foi acordada dos pensamentos por Guilherme.

_Lucy, preciso de você agora, esqueça algo que te perturba porque pra sua filha vir ao mundo você terá que agir. – Limpou as lagrimas nos olhos dela – Me ajuda nessa?

   Ela assentiu e aos poucos uma força foi tomando conta de si, a dor era grande mas nada disso importava para ela porque sua filha estava  a caminho. Lembrou dos bons momentos ao lado de Victor, das inúmeras vezes que falavam sobre aquele ser pequenino, de quando Victor conversava com a barriga na esperança de sentir chutar. Quando se sentia cansada, parava e procurava ar, “Tudo vai dar certo minha menina, você virá ao mundo e eu te amarei pela eternidade” – Pensou aflita e logo voltou a fazer força, sentiu-se leve e toda aquela dor tinha passado, só se ouvia os gritos de Gabriela ecoar na sala, um sorriso junto com as lagrimas de felicidade involuntariamente tomaram conta do seu rosto sem ao menos ver a sua filha, Jéssica levou-a até ela.

_Olha só como a mamãe é linda. – Colocou o bebê no colo da mãe. – Toma Lucy, sua filha.

    Luciana olhou profundamente para a filha e mais lagrimas vieram fortemente. Algo sem explicação, era isso que ela poderia descrever, só queria que esse momento nunca mais acabasse. Retiraram a bebê para fazer alguns procedimentos de praxe, Luciana sentiu-se cansada mas não queria fechar os olhos, porém eles pesavam, queria ver sua filha pela ultima vez, talvez com medo de algo acontecer com ela.

_Descansa um pouco Lucy – Guilherme se aproximou dela e injetou algo na mangueira do soro.

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   Completamente desnorteado, Victor chegou em Uberlândia pela manha, deixou suas coisas em casa e foi para a maternidade, antes passou em uma floricultura e comprou um arranjo de flores. A cada passo que dava sentia seu coração bater mais forte, na recepção lhe informaram que Luciana já estava em um dos quartos.

   Ao se aproximar do quarto parou, pensou em algumas palavras para dizer, preparou-se psicologicamente. Assim que ficou diante da porta, viu uma plaquinha e seus olhos lacrimejaram de emoção ao ler.


“Princesa Gabriela” 

    Um ursinho ornamentava a placa, bateu levemente a porta, Carol abriu e fez um olhar de susto.

_Victor! O que você está fazendo aqui?
_Luciana ligou para mim essa madrugada, pena que demorei a chegar... Posso? – Pediu para entrar.
_Claro – Cedeu para ele passar – A Luciana está dormindo mas você pode ir ver a Gabi.

   Victor fez um tour com os olhos pelos quatro cantos do quarto, seu olhar parou em Luciana que tinha uma feição de cansada, mas satisfeita ao mesmo tempo, do seu lado, um berço pequeno. A cada passo que dava sentia um nó formar em sua garganta, Carol recolheu as flores e o presente, saiu do quarto para procurar um jarro.

   Victor não sabia o que fazer, olhou para aquele ser tão pequenino enrolada em um manto rosa e sorriu como também chorou de felicidade. Inclinou-se um pouco para olhar todos os traços do bebê, naquele momento Gabriela tinha um misto dos dois, o nariz afilado dela, a boca dele. Sacou o celular do bolso e tirou uma foto da sua filha, ficou sussurrando palavras sem nexo de tamanha felicidade que tomava conta de si.

_O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! – Luciana esbravejava. – SAIA DAQUI, ESSA FILHA NÃO É SUA!
_Calma Luciana eu só...
_ESTOU MANDANDO VOCÊ SAIR DAQUI OU EU CHAMO A SEGURANÇA DO HOSPITAL!

Continua...


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