Capitulo 48
Aquele dia não
estava sendo dos bons para Luciana, detestava quando se sentia dividida e
justamente assim ela estava, não queria ir para o aniversario de Antonio mas
seria injustiça os pequenos levar culpa por causa do tio, mas não queria ter
que se encontrar com Victor, todos esses meses sem ficar cara a cara com ele,
só por fotos, vídeos em entrevistas, só a fazia ficar com medo. Pra piorar a
situação Carol tinha viajado o fim de semana e só voltaria naquela noite.
Recebeu uma
ligação de Tatiana dizendo que a esperava e não pode resistir, procurou um
vestido confortável e foi para a fazenda. Dirigiu devagar, mesmo sempre
recomendando para suas pacientes que isso era um risco e que não podia
acontecer.
“Que se dane, casa de ferreiro, espeto
de pau!” – Pela milésima vez naquele dia falou
sozinha.
Ao chegar na
fazenda pode perceber que a festa que seria para poucas pessoas se tornou um
festão e vários carros já estavam estacionados ali. Uma tenda enorme foi
colocada e ali estavam várias mesas, a mesa do bolo estava linda e mesmo de
longe Luciana logo imaginou vários chocolates ali, salivou a boca e tentou por
pensamento se lembrar da ultima vez que colocara uma gota de chocolate na boca,
sim foi ao lado de Victor quando moravam juntos, como sempre, ele participava
dos momentos mais importantes da vida dela.
Foi caminhando
devagar e com cuidado para não cair, como sempre, na sua mão estava dois
presentes, um pro aniversariante e o outro para Matheus, sempre fora assim.
Tatiana assim que a viu foi até ela com Antonio nos braços.
_Que felicidade
amiga, você veio! – Abraçou-a
_É, o que você
não me pede chorando e eu faço sorrindo? – Riram, ela abraçou Antonio – Esse é seu presente. – Entregou o pacote para a criança, olhou em volta. – Onde está o Matheus?
_Deve estar com
o Leo em algum lugar.
Luciana bem que
queria perguntar por Victor mas algo não deixava ela tomar essa iniciativa.
_Vem Lu, vamos
que quero te mostrar a ornamentação da festa.
Luciana entrou
e falou com todos que ela conhecia, se aproximou da mesa de doces e como uma
criança atacou alguns. Ao se virar Leo estava olhando para ela.
_Lu, que
saudades – Abraçou-a e
sussurrou em seu ouvido – Cunhadinhaaaa
_Seu bobo, também
estava com saudades.
_Não é porque
você e o Vitor não deu certo que você vai sumir das nossas vidas.
_Eu sei, mas é
que tô acompanhando uma paciente minha sabe? O caso dela é grave e
principalmente agora que ela está com nove meses.
_E minha
sobrinha – Acariciou a barriga
dela – Como está?
_Bem, só não me
deixa dormir de tanto que chuta.
_(Risos alto)
essa aí vai ser jogadora de futebol.
Marisa e Paula
se aproximaram de Luciana.
Marisa: _Querida, quanto tempo. – Abraçou-a – Como está minha neta?
Luciana: _Estava falando agora pra o Leo que está
me dando trabalho já dentro da barriga.
Paula: _Ai Lu que saudades – Abraçou-a – E aí, você acha que ela nasce quando? Estou ansiosa e
quero ter logo minha sobrinha nos braços
Luciana: _Esse fim de ano ela não nasce, pode
ficar tranqüila. – Riram.
Marisa: _O Victor está lá fora na varanda. – Olhou para Leo – Chame ele Leonardo, diga que a Luciana
chegou.
Luciana sentiu
seu corpo tremer, não queria que isso acontecesse mas não iria deixar
transparecer.
Tatiana: _Luu, vem aqui que a esposa do Rômulo
está grávida e quer saber quando pode ir na sua clinica começar o pré-natal.
Tatiana a tirou
para bem longe dali, no caminho parou.
_Ai Tati,
obrigada por ter me tirado dali.
_Eu escutei a
conversa, Dona Marisa e Paula não sabem o porquê vocês se separaram Lu, elas
acham que foi uma discussão boba.
_Obrigada, acho
melhor eu ir embora Tati, não quero ver o Victor.
_Não Lu, fica. É
só isso o que te peço.
Foram conversar
um pouco com alguns amigos presentes. Luciana não parava de olhar ao redor,
queria ver Victor e ao mesmo tempo não, ouviu alguém dizer que ele estava em
papo empolgado com alguns amigos dele e do Leo. Saiu do grupo e foi caminhar um
pouco pela fazenda, amava aquele lugar, aquela energia boa e positiva. Foi para
seu local preferido, se aproximou do lago e ficou assim vendo o sol ir embora e
dar vez a lua para brilhar.
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Victor não
sabia o porquê mas justamente naquele dia se arrumou como nunca, fez a barba,
caprichou no perfume e foi para a fazenda. Assim que chegou encontrou alguns
amigos ali e ficaram conversando, como sempre fazia, ocupava sua mente para não
lembrar de Luciana. Aos poucos todos foram para a festa e ele foi junto, no
meio do caminho algo o fez parar e ficar petrificado.
Victor POV (Point of view/Ponto de vista)
“Ao acordar naquela manhã algo me dizia
que eu iria ver Luciana. Depois da nossa ultima discussão nunca mais a vi e a
saudade a cada dia apertava. Sempre perguntava a Tatiana sobre ela, claro que
minha cunhada desconversava, dizia que ela estava bem mas somente isso, às
vezes eu tinha medo de Luciana estar com outro alguém, talvez Fernando mas não
queria pensar em nada.
O papo entre os amigos estava animado, falávamos
sobre musicas e outras coisas, vários deles já tinham feito a vida, casado, com
filhos e eu só queria poder bater no peito e dizer que também tinha minha família,
que tinha minha garota, que um filho meu estava a caminho, mas por uma besteira
minha deixei escapulir das minhas mãos a jóia mais rara que já tive em toda
minha vida.
Todos foram para o salão da festa,
afinal, eles tinham esposas e filhos ali, parei no meio do caminho quando
olhava para todos os carros ali presentes, um deles se destacava não por ser
branco mas por ser bem parecido com o de Luciana... E era o dela! Eu conhecia
de longe. Leo e Tatiana vinha caminhando em minha direção mas estavam
conversando algo sobre a festa, fui até eles.
_Aquele
carro... É o da Luciana! Eu tenho certeza, onde ela está?
_Ela foi
caminhar pela fazenda, acho que você deve saber onde encontrá-la. – Tatiana sugeriu.
Não sabia o porquê daquela frase mas
Tatiana estava tentando me ajudar em alguma coisa e eu só tinha que agradecer a
ela. Não esperei mais, fui andando pela fazenda e logo lembrei que ela gostava
de ficar perto do lago, admirando o pôr do sol, fui até lá. Ao me aproximar
estranhei, Luciana estava de costas para mim, tinha cortado o cabelo, agora
estavam na altura do ombro, sabia que era ela pelo cheiro do perfume inconfundível,
meu coração acelerou de uma maneira tão desgovernada que eu podia ouvi-lo e
achar que todos o escutavam bater.
_Luciana – Sussurrei de tão nervoso que estava.
Ela foi se virando aos poucos, acho que também
esperava por aquele encontro e acho que seu coração também batia descompassado."
Continua...
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