sábado, 14 de dezembro de 2013

Cap. 48


        Capitulo 48

    Aquele dia não estava sendo dos bons para Luciana, detestava quando se sentia dividida e justamente assim ela estava, não queria ir para o aniversario de Antonio mas seria injustiça os pequenos levar culpa por causa do tio, mas não queria ter que se encontrar com Victor, todos esses meses sem ficar cara a cara com ele, só por fotos, vídeos em entrevistas, só a fazia ficar com medo. Pra piorar a situação Carol tinha viajado o fim de semana e só voltaria naquela noite.

  Isso é uma droga! – Sibilou – Detesto ficar assim na duvida.

   Recebeu uma ligação de Tatiana dizendo que a esperava e não pode resistir, procurou um vestido confortável e foi para a fazenda. Dirigiu devagar, mesmo sempre recomendando para suas pacientes que isso era um risco e que não podia acontecer. 

“Que se dane, casa de ferreiro, espeto de pau!” – Pela milésima vez naquele dia falou sozinha.

   Ao chegar na fazenda pode perceber que a festa que seria para poucas pessoas se tornou um festão e vários carros já estavam estacionados ali. Uma tenda enorme foi colocada e ali estavam várias mesas, a mesa do bolo estava linda e mesmo de longe Luciana logo imaginou vários chocolates ali, salivou a boca e tentou por pensamento se lembrar da ultima vez que colocara uma gota de chocolate na boca, sim foi ao lado de Victor quando moravam juntos, como sempre, ele participava dos momentos mais importantes da vida dela.

   Foi caminhando devagar e com cuidado para não cair, como sempre, na sua mão estava dois presentes, um pro aniversariante e o outro para Matheus, sempre fora assim. Tatiana assim que a viu foi até ela com Antonio nos braços.

_Que felicidade amiga, você veio! – Abraçou-a
_É, o que você não me pede chorando e eu faço sorrindo? – Riram, ela abraçou Antonio – Esse é seu presente. – Entregou o pacote para a criança, olhou em volta. – Onde está o Matheus?
_Deve estar com o Leo em algum lugar.

   Luciana bem que queria perguntar por Victor mas algo não deixava ela tomar essa iniciativa.

_Vem Lu, vamos que quero te mostrar a ornamentação da festa.

    Luciana entrou e falou com todos que ela conhecia, se aproximou da mesa de doces e como uma criança atacou alguns. Ao se virar Leo estava olhando para ela.

_Lu, que saudades – Abraçou-a e sussurrou em seu ouvido – Cunhadinhaaaa
_Seu bobo, também estava com saudades.
_Não é porque você e o Vitor não deu certo que você vai sumir das nossas vidas.
_Eu sei, mas é que tô acompanhando uma paciente minha sabe? O caso dela é grave e principalmente agora que ela está com nove meses.
_E minha sobrinha – Acariciou a barriga dela – Como está?
_Bem, só não me deixa dormir de tanto que chuta.
_(Risos alto) essa aí vai ser jogadora de futebol.

 Marisa e Paula se aproximaram de Luciana.

Marisa: _Querida, quanto tempo. – Abraçou-a – Como está minha neta?
Luciana: _Estava falando agora pra o Leo que está me dando trabalho já dentro da barriga.
Paula: _Ai Lu que saudades – Abraçou-a – E aí, você acha que ela nasce quando? Estou ansiosa e quero ter logo minha sobrinha nos braços
Luciana: _Esse fim de ano ela não nasce, pode ficar tranqüila. – Riram.
Marisa: _O Victor está lá fora na varanda. – Olhou para Leo – Chame ele Leonardo, diga que a Luciana chegou.

   Luciana sentiu seu corpo tremer, não queria que isso acontecesse mas não iria deixar transparecer.

Tatiana: _Luu, vem aqui que a esposa do Rômulo está grávida e quer saber quando pode ir na sua clinica começar o pré-natal.

  Tatiana a tirou para bem longe dali, no caminho parou.

_Ai Tati, obrigada por ter me tirado dali.
_Eu escutei a conversa, Dona Marisa e Paula não sabem o porquê vocês se separaram Lu, elas acham que foi uma discussão boba.
_Obrigada, acho melhor eu ir embora Tati, não quero ver o Victor.
_Não Lu, fica. É só isso o que te peço.


    Foram conversar um pouco com alguns amigos presentes. Luciana não parava de olhar ao redor, queria ver Victor e ao mesmo tempo não, ouviu alguém dizer que ele estava em papo empolgado com alguns amigos dele e do Leo. Saiu do grupo e foi caminhar um pouco pela fazenda, amava aquele lugar, aquela energia boa e positiva. Foi para seu local preferido, se aproximou do lago e ficou assim vendo o sol ir embora e dar vez a lua para brilhar.

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   Victor não sabia o porquê mas justamente naquele dia se arrumou como nunca, fez a barba, caprichou no perfume e foi para a fazenda. Assim que chegou encontrou alguns amigos ali e ficaram conversando, como sempre fazia, ocupava sua mente para não lembrar de Luciana. Aos poucos todos foram para a festa e ele foi junto, no meio do caminho algo o fez parar e ficar petrificado.



                Victor POV (Point of view/Ponto de vista)

   “Ao acordar naquela manhã algo me dizia que eu iria ver Luciana. Depois da nossa ultima discussão nunca mais a vi e a saudade a cada dia apertava. Sempre perguntava a Tatiana sobre ela, claro que minha cunhada desconversava, dizia que ela estava bem mas somente isso, às vezes eu tinha medo de Luciana estar com outro alguém, talvez Fernando mas não queria pensar em nada.

    O papo entre os amigos estava animado, falávamos sobre musicas e outras coisas, vários deles já tinham feito a vida, casado, com filhos e eu só queria poder bater no peito e dizer que também tinha minha família, que tinha minha garota, que um filho meu estava a caminho, mas por uma besteira minha deixei escapulir das minhas mãos a jóia mais rara que já tive em toda minha vida.

    Todos foram para o salão da festa, afinal, eles tinham esposas e filhos ali, parei no meio do caminho quando olhava para todos os carros ali presentes, um deles se destacava não por ser branco mas por ser bem parecido com o de Luciana... E era o dela! Eu conhecia de longe. Leo e Tatiana vinha caminhando em minha direção mas estavam conversando algo sobre a festa, fui até eles.

_Aquele carro... É o da Luciana! Eu tenho certeza, onde ela está?
_Ela foi caminhar pela fazenda, acho que você deve saber onde encontrá-la. – Tatiana sugeriu.

    Não sabia o porquê daquela frase mas Tatiana estava tentando me ajudar em alguma coisa e eu só tinha que agradecer a ela. Não esperei mais, fui andando pela fazenda e logo lembrei que ela gostava de ficar perto do lago, admirando o pôr do sol, fui até lá. Ao me aproximar estranhei, Luciana estava de costas para mim, tinha cortado o cabelo, agora estavam na altura do ombro, sabia que era ela pelo cheiro do perfume inconfundível, meu coração acelerou de uma maneira tão desgovernada que eu podia ouvi-lo e achar que todos o escutavam bater.

_Luciana – Sussurrei de tão nervoso que estava.

   Ela foi se virando aos poucos, acho que também esperava por aquele encontro e acho que seu coração também batia descompassado."  

Continua...

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