quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Cap. 57


                      Capitulo 57


Quanto talento
Pra discutir em vão
Será tão frágil
Nossa ligação

              (Sandy – Estranho jeito de amar)


  Carol entrou no quarto com o jarro nas mãos.

_Luciana para de gritar, você não pode ter raiva. – Se aproximou da amiga.
_CAROL QUEM DEIXOU ELE ENTRAR... NÃO QUERO ELE PERTO DA MINHA FILHA!
_Victor, sai daqui a Luciana não pode ter raiva...
_Mas Carol... Eu s...

   Carol tirou Victor dali, o levou até o corredor.

_Mal passo cinco minutos longe e vocês já estão brigando? Victor, a Luciana não pode ter raiva, ela acabou de ter bebê.
_Eu não tenho culpa, ela quem começou a ficar histérica. Eu não entendo, ela liga pra mim de madrugada, aí agora vem com esse escândalo todo.
_Era pra ela ligar pra mãe dela, discou o numero errado.
_Não sei porque a Luciana está assim comigo. Às vezes acho que Dona Geovana quem encheu a cabeça dela com coisas minha.
_E também junta o que a Helen falou.
_Oi? – Victor não entendeu.
_A sua namoradinha fez uma visita a Lucy no primeiro dia do ano, bem cedinho.

   Victor lembrou que desconfiara da saída repentina da namorada, na época preferiu deixar para lá.

_Co-como assim Carol?
_Ela foi lá e disse pra Luciana que você tinha confessado a ela que a Gabi não era sua filha.
_ELA FICOU LOUCA?! EU NUNCA DISSE ISSO CAROL... EU... – Procurou em sua mente quando dissera isso. – Eu não sei como ela soube.
_Olha Victor, dá um tempo. Esse mês a Luciana não pode ter raiva, evite um confronto com ela.
_Mas e a minha filha? Eu preciso vê-la.
_Eu sei mas dê tempo ao tempo. A Luciana não pode ter raiva agora, por favor.

   A vontade que Victor tinha naquele momento era de voltar ao quarto e dar boas palmadas em Luciana para ela parar de birra.

_É mesmo? Então diga a ela para não cair nas conversas da mãe dela também.
_Dona Geovana não convém ao caso.
_Mas foi por causa dela que eu não procurei Luciana depois da morte da Gabriela. Ela exigiu por telefone que eu deixasse a filha dela em paz.
_Tenta se acalmar Victor, por Deus!
_O melhor que tenho a fazer é ir embora.

   Voltou para casa entristecido, gostaria de estar ali, ao lado de Luciana e sua filha. Aproveitou a raiva e ligou para Helen.

_Oi meu doce Victor.
_Quem mandou você ir procurar a Luciana e falar asneiras pra ela como se eu tivesse falado?
_Do-do que você está falando?
_Não se faça de boba Helen, eu soube de tudo. Porque foi na casa dela?

  Helen ficou em silencio procurando uma boa resposta, no fim, nada achou.

_Desculpa Victor, acho que eu levei nosso romance a serio demais.
_Não entendo porque fez isso se entre nós dois não rola mais nada.
_Me desculpe meu amor.
_Acho melhor não continuarmos mais com essa farsa. Não me sinto bem Helen, melhor terminarmos.
_Ok, como você quiser... – Suspirou impaciente do outro lado da linha – Fique calmo que eu não falarei nada. Só irei colocar uma nota avisando que terminamos, mas fique sabendo meu Doce Victor, que o amo, pena que não sou correspondida. Beijos.


   Desligou o celular na cara dele, o que o deixou meio confuso, aquilo seria um termino de namoro? Não sabia mas tudo o que queria ela relaxar para passar a dor de cabeça que lhe corroía, ao deitar na cama mexeu no celular para ver a foto de sua filha, talvez tivesse sido a primeira a ser tirada. Não sabia, mas guardaria como uma lembrança.

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   Ao entrar na sala Carol se assustou, Luciana estava em pé com a filha nos braços, sussurrando algo.

_Luciana! Você não pode ficar em pé.
_Ele não vai levar minha filha Ká.
_Me dá a Gabi aqui. – Tomou dos braços de Luciana – Agora deita.

   Ajudou Luciana a deitar e procurou não falar sobre o ocorrido daquela manhã. Tatiana, Leo, Marisa, Ronald e Paula foram visitá-las no mesmo dia, ao ser questionada sobre a ausência de Victor, Carol entrou na conversa e alegou que ele veio mas logo foi para casa.

   Geovana e Lucas chegaram e ficaram em Uberlândia por alguns dias, tempo suficiente para Luciana se adaptar a nova vida. Bastante cuidadosa e carinhosa ela não deixava passar nada, sempre ali agindo como uma mãe tem que agir. Quinze dias após o nascimento de Gabriela, Geovana mandou Joyce para ajudar a filha e Luciana só agradeceu, Joyce era um amor de pessoa e juntas iriam se dar super bem. Soube através de Carol que naquela noite da virada do ano Helen embebedara Victor e sua consciência doeu, queria ter coragem para ligar e pedir desculpas, que ele poderia sim visitar a filha mas não tinha forças.

   Passado alguns dias enquanto Luciana estava dando banho em sua filha a campainha tocou, Joyce foi atender e logo entrou no quarto.

_Dona Luciana, tem um homem aí na porta lhe procurando.
_Quem é? Como assim o Murilo autorizou a entrada sem me consultar? – Entregou Gabriela a empregada – Cuida dela que eu vou atender.

   Ao se aproximar da porta pode perceber que o homem aparentava ter mais de 35 anos, com trajes social, bateu receio.

_Pois não?
_Senhora Luciana Alves de Alcântara, ela está?
_Sou eu mesma.

  O homem pegou um papel e entregou a ela, depois puxou outro e uma caneta.

_Você foi intimada a comparecer ao fórum no dia 02 de fevereiro.
_Para?
_Um processo corre em seu nome, por favor, assine aqui.

   Com as mãos trêmulas Luciana assinou e assim que o homem saiu ela abriu o papel, o motivo da intimação era sobre a morte de Gabriela. Sentou no sofá e ficou inerte, quase chorando.

_Dona Luciana, está tudo bem? – Joyce sentou ao lado dela.
_Ach... Acho que não. – Colocou as mãos no cabelo desesperada. – O que eu faço?

  Ligou para Carol e ela logo apareceu. Mostrou o papel da intimação.

_O que eu faço Carol? – Começou a chorar.
_Calma Luciana, isso deve ser de praxe.
_Bem que a Marilda falou que ia ferrar com minha vida. Eu não quero ser presa e se eu não poder ter mais contato com minha filha?
_Não é pra tanto Lu, aí vem as testemunhas e todos que estavam na sala de cirurgia irão responder a seu favor.
_Mas você não entende, a Marilda tem dinheiro, ela pode comprar tudo nessa vida... Até minha liberdade! O que eu faço Carol, não vou sobreviver sem minha pequenina por perto. – Soluçou.
_Olha, vou arranjar um bom advogado.
_Falta uma semana pra esse julgamento Carol! Qual advogado irá defender essa causa... Tô perdida!
_Não está. Eu vou te ajudar amiga.

   Luciana chorou alto, só de pensar em ser presa por assassinato se desesperou, não iria conseguir sobreviver sem sua filha por perto.

Continua...

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