Capitulo 50
Luciana
esmurrava os armários da ala dos funcionários no hospital, sentira-se uma inútil,
um nada. Chorava alto para que todos percebessem. Na sua mente não saia a
imagem da hora do parto de Gabriela...
_Olha mamãe...
O seu bebê é um rapaz lindo –
Agachou-se um pouco para mostrar a Gabriela.
Gabriela
segurou o bebê e fez um meio sorriso, olhou para ela com um olhar cansado.
_Obrigada
doutora, obrigada por tudo. Você foi uma luz na minha vida...
Os aparelhos
começaram a soar, um corre corre na sala, alguém tomou o bebê dos braços de
Luciana.
_Doutora a
pressão dela está caindo.
Ligeiramente
Luciana começou a fazer todos os procedimentos para reanimá-la, seus braços doía
mas ela não parava com as massagens, aquele barulho começou a persistir.
_Luciana, para.
– Recomendou Guilherme
_Não, ela tem
que viver. Acorda Gabi... Você é forte. – Continuava com as massagens cardíacas.
_Já chega! Alguém
tira a Luciana de perto dela. –
Dois enfermeiros a lavaram para o canto da sala. – Hora do óbito. – Olhou o relógio. – 02h25min da madrugada.
_NÃOOOO! – Luciana correu até Gabriela – Vamos Gabi, você é forte! Volta – Se segurou para não chorar mas as
lagrimas já caiam.
_Doutora, ela
morreu. – Jéssica segurou-lhe
o braço. – Venha.
Levaram-na para
a sala dos funcionários e assim ela permaneceu, ao lado de Jéssica ela chorava
descontroladamente, agarrava a amiga e rezava para que tudo não passasse de um
sonho ou um pesadelo.
Sem condições
nenhuma de fazer mais nada, Luciana foi medicada com um calmante natural e
Carol a levou para casa. Já dentro do seu apartamento, ela chorava alto,
gritava diversas vezes o nome de Gabriela. Oras parava, ficava sem dizer uma
palavra sequer com a amiga ali. A única solução foi ligar para alguém que a
conhecia bem e poderia acalmá-la.
**********************************************
A noite fora
tensa para Victor, tentava dormir mas não conseguia. Ficou com medo da atitude
que tomara em sua vida, mas no fundo estava tranqüilo, precisava de alguém que
lhe compreendesse e com todas as loucuras de Helen, ela sabia como deixá-lo
bem. Conseguiu dormir quando passava de uma da madrugada, acordou com seu
celular tocando insistentemente, pegou-o na mesinha e com os olhos semicerrado
olhou o visor, ao ver o nome de carol sobressaltou-se, acontecera alguma coisa
com Luciana.
_Carol! A
Luciana está bem? Porque está me ligando a essa hora. Aconteceu alguma coisa
com ela?
_Calma Victor, preciso que você venha aqui.
_Calma Victor, preciso que você venha aqui.
_Onde está a
Luciana, quero ouvir a voz dela pra saber se está tudo bem.
_Na verdade está
mais ou menos, Victor, ela precisa de você aqui. Pode vir o mais rápido o possível?
Victor desligou
o celular, vestiu a primeira roupa que viu e pegou seus pertences, assim que
estava perto do carro ouviu Leo o chamar.
_Vai pra onde
Victor?
_A Carol ligou pra mim, aconteceu alguma coisa com a Luciana.
_A Carol ligou pra mim, aconteceu alguma coisa com a Luciana.
_Quer que eu vá
junto?
_Não, fica aí qualquer coisa eu te ligo.
_Não, fica aí qualquer coisa eu te ligo.
Nunca dirigiu tão
rápido como naquele momento, chegou na entrada do edifício e lembrou que fora
impedido de entrar, o porteiro abriu um meio sorriso.
_A Doutora deu
autorização pro senhor entrar Seu Victor. – Abriu o portão
Victor não teve
tempo para agradecer a ele pelo gesto, apertou o elevador e logo subiu, apertou
insistentemente a campainha, Carol abriu e lhe cedeu a passagem para entrar.
_Onde está a
Luciana? O que aconteceu com ela?
_Calma Victor, ela está no quarto mas acho que antes você tem que saber a historia.
_Calma Victor, ela está no quarto mas acho que antes você tem que saber a historia.
_Me conte.
_Uma paciente
dela morreu na hora do parto. E aí você já deve imaginar como ela está né? A
Luciana está fora de si, só chora, não fala nada com ninguém e quando abre a
boca pra falar é pra se culpar. Victor, ela precisa de você mas vá com calma.
_Será que ela
vai aceitar que eu entre carol?
_Tenho certeza que sim, vamos, vou com você.
_Tenho certeza que sim, vamos, vou com você.
Carol bateu na
porta e abriu um pouco, espaço só para colocar a cabeça.
_Lu, você tem
visita... – Abriu e cedeu para
Victor entrar no cômodo.
O coração de
Victor saltitava, ele estava nervoso e tudo o que queria era que ela não o
repudiasse naquele momento. A cada passo que dava ele podia sentir a tristeza
exalar ali, Luciana estava deitada na cama, encolhida, trêmula, olhando para um
ponto no quarto, sim, seu olhar estava petrificado como se na sua frente a
imagem daquela sala de hospital estivesse ali.
_Lu, tudo bem? – Falou em um som quase inaudível com medo
de ouvir os esporros que ela ultimamente estava dando.
Luciana foi
virando o olhar em direção ao som da voz, ao ver Victor mais uma vez chorou
alto, se levantou e por cima da cama foi andando para o encontro dele, o
abraçou forte e afundou o rosto no peito dele.
_Victor... A
Gabriela... Ela morreu!
_Shhhh – Afagava os cabelos dela – Calma Morena.
_A Gabriela...
Eu a matei Victor!
_Não pensa
assim Luciana.
_E agora... O
que vai ser?
Ainda chorando
e descontrolada, Victor a colocou deitada na cama, deitou-se do lado dela e a
puxou para que encostasse a cabeça em seu peito, ficou fazendo carinho nela até
o choro cessar aos poucos.
_A culpa foi
minha Victor... – Resfolegou
_Não se culpe
Luciana, você não seria capaz de nada assim. Existem coisas na vida que não
sabemos explicar, simplesmente acontecem.
Em meio a
tantos choros, Luciana apertava a cintura de Victor, ele a apertava em seus
braços em uma maneira de retribuir com apoio. Em um momento que ela conseguiu
parar de chorar ficaram em silêncio, aquela madrugada estava lhe causando
arrepios.
_Victor... – Quebrou o silêncio que reinava naquele
local.
_Oi Lu.
_Se acontecer
alguma coisa... Se acontecer alguma coisa comigo... Promete que vai cuidar da
nossa filha? – Voltou a
chorar.
_Nunca mais
fale isso Luciana! – Segurou-lhe
o rosto com as duas mãos para encará-la – Nada vai acontecer com você e juntos criaremos nossa filha.
Com o olhar
Victor pode jurar que Luciana estava suplicando por um beijo, assim ele fez,
tomou-lhe os lábios e beijou-lhe calmamente. Após isso a colocou de volta com a
cabeça em seu peito para afaga-lhe os cabelos.
_Te amo
Luciana. – Sussurrou.
Ao olhar para
sua amada, ela estava dormindo tranquilamente. Não sabia se ela tinha escutado
sua declaração mas era verdadeira, acabou cochilando e acordou às sete da manhã
com seu celular tocando, atendeu e ao desligar viu que Luciana ainda estava em
seus braços, levantou-se e a deixou ali em um sono profundo, antes de sair do
quarto a olhou pela ultima vez e se foi, no caminho para a sala parou no corredor
e viu que o quarto que era dele ali no apartamento estava todo ornamentado com
várias peças e moveis de bebê, entrou e ficou maravilhado com cada coisa, as
roupinhas já estavam nos cabides no guarda roupa, já imaginava sua filha
vestida em um deles e o sorriso involuntário apareceu.
_Também gostei
do quartinho – Carol apareceu.
_A Luciana tem
bom gosto.
_É verdade.
_Bom, tenho que
ir.
_Mas já Victor?
A Luciana vai acordar e não vai te ver.
_Ela precisa
desse momento só e eu tenho que viajar, infelizmente.
_Quer deixar
algum recado?
_Não, o que eu tinha para falar já falei essa madrugada. Obrigado Carol por ter me ligado. Adeus.
_Não, o que eu tinha para falar já falei essa madrugada. Obrigado Carol por ter me ligado. Adeus.
Passou pela portaria e ao entrar no carro,
sentiu-se mais revigorado, Luciana literalmente fez a confirmação que ele
precisava... Aquela filha era sua, agora ele e Luciana tinham um elo por toda a
vida.
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário