Capitulo 77
Os raios de sol
já invadiam o cômodo, Luciana abriu os olhos e logo se virou. Victor não
dormira na cama, suspirou impaciente, levantou-se para tomar uma ducha e criar
coragem para ir trabalhar. Desceu para a cozinha com Gabriela nos braços.
_Lourdes, você
sabe me dizer onde o Victor está?
_Ele saiu bem
cedinho Luciana, foi para a gravadora.
_Ok.
Alimentou a
filha e em seguida pegou um táxi, antes de passar no trabalho iria buscar seu
carro na concessionária e mais uma vez suspirou impaciente, Victor sempre
ajudara nessas situações, pelo fato de ser mulher e não entender muito sobre
motores e outras coisas existentes dentro de um veículo, sempre pedia ajuda
dele para que ninguém a enganasse, porém, nessas ultimas horas não podia contar
com ele e nem sabia o animo como estava entre os dois. Sentou-se na sala de
espera e recebeu uma ligação da sua mãe.
_Mãe?
_Oi Luciana,
como está?
_Be-bem (gaguejou nervosa)
_Be-bem (gaguejou nervosa)
_Minha querida,
eu e o seu pai estamos indo para Uberlândia.
_Fazer o que?
_Iremos te
visitar. Sinto que estamos em falta com você, depois que Gabi nasceu nem fomos
aí.
_Tudo bem,
podem vir, é só me informar a hora que chegam aqui.
_Acho que no
fim da tarde. E iremos usar o seu apartamento.
_Nada disso
mãe, vocês ficam lá em casa.
_Por favor
Luciana, queremos ficar no seu apartamento.
_Tá, eu vou dar
uma arrumada nele.
Desligou o
celular um pouco confusa, Geovana não era de se preocupar com ela em momento
algum, quem sabe o destino não estava ajudando-a a ficar mais próxima dos pais
e ter Victor ao mesmo tempo.
Foi bem rápido
para a clinica, atendeu algumas pacientes e de lá foi para o apartamento, ligou
para Lourdes para avisar que ficaria por ali até o fim da tarde.
**********************************************
Assim que
Luciana saíra da sala Victor não conseguiu se concentrar em nada. Olhava para o
caderno com suas cifras mas nada fazia. Ficou ali na sala tocando violão até o
fim da noite, subiu para o quarto somente para tomar um banho, usar uma roupa
leve e desceu, preferiu dormir no sofá que tinha no estúdio, seu celular
despertou bem cedinho. Com dor na coluna ele foi mais uma vez ao quarto, olhou
para Luciana que dormia perfeitamente e ficou pensando no que acontecera na
tarde anterior, foi tudo tão besta, foi um ciúme tão bobo que ele se sentiu
envergonhado por isso. Por outro lado pensou que o rapaz além de ser mais novo
tinha presença, o que toda menininha
gostava.
Procurando
esquecer dos problemas, foi em direção ao studio de gravação, Leo já o
esperara. Aquele dia a gravação foi péssima, errava as letras, estava
impaciente, não teve proveito nenhum, o irmão o chamou para conversarem antes
de ir embora.
_O que
aconteceu mano?
_Discuti com
Luciana.
_Cês não tão brigando muito não? Tem algo
errado aí.
_Mas ontem a
culpa foi minha mesmo. Entrei em um ciúme besta.
Contou tudo ao
irmão, finalizou já com a expressão do rosto triste.
_Enfim, foi
isso.
_Mano, como
você pode sentir insegurança? O cara é um moleque, pode ser mais novo mas e
daí? Ela te escolheu cara. A Luciana nunca foi de ficar com carinhas mais novos
que ela.
_Foi isso o que pensei mas aí eu lembro da porta trancada, porque isso?
_Foi isso o que pensei mas aí eu lembro da porta trancada, porque isso?
_E você acha
que eles dois fariam alguma coisa com um bebê na sala? Vitor, na boa, não viaja
cara.
_Olhando por
esse lado é verdade.
_Vai pra casa e
tenta fazer as pazes com ela.
_Ok. E você dê
um abraço na Tati e nos meninos.
_Pode deixar.
Victor nunca
sentiu tanta vontade de chegar em casa como naquele dia. Assim que entrou na
cozinha procurou Lourdes.
_A Luciana
chegou?
_Não e ligou
avisando que vai demorar.
_Tá no
trabalho?
_Não. Está
fazendo uma faxina no apartamento.
Como um baque
no coração, Victor achou que ela estaria se preparando para sair de sua casa e
logo lhe veio na mente a palavra separação.
Respirou fundo, isso não poderia estar acontecendo. Sem pensar em mais nada
pegou o carro e foi até o apartamento dela, apertou na campainha diversas
vezes, ela abriu e ele poderia dizer que aquela era a melhor visão do mundo: De
uma maneira desleixada, Luciana estava com o cabelo preso em rabo de cavalo,
descalça.
_Ahh é você – Rolou os olhos e deu as costas para
voltar aos quartos.
_Porque está
arrumando o apartamento? –
Seguiu-a
_Meus pais
virão pra cá. – Sentou-se na
beira da cama.
_Pra que?
_Sei lá. Mas tá
estranho, eles nunca sentiram saudades de mim.
_Quem sabe
depois do nascimento da Gabriela essa saudade apareceu.
_Pode ser – Levantou-se e foi para a cozinha.
Todo o peso da
culpa veio a tona para Victor, Luciana estava destratando-o e ele sabia bem o porquê.
Seguiu-a até a cozinha.
_Me desculpa
por ontem. Me senti um menino fazendo isso.
_Tudo bem – colocou alguns produtos na geladeira. – Esquece.
_Só vou saber
se está tudo bem se você vir aqui e me dar um beijo.
Com toda força
ela fechou a geladeira, agora a infantil era ela que estava colocando toda a
sua expressão de irônica em pratica.
_Só vou aí te
dar um beijo se você me prometer que nunca mais vai me ignorar quando eu
estiver falando.
_Deus como essa
minha esposa é marrenta – Foi
até ela, envolveu as mãos na cintura – Eu prometo.
_Assim espero. – Colocou os braços envolta do pescoço
dele.
Beijaram-se
calmamente, aquelas mãos delicadas de Luciana já o deixava com vontade de
amá-la. Guiou-a para o balcão da pia e em um gesto rápido e preciso colocou-a sentada,
as mãos agora caminhava pelo corpo de sua amada, o clima estava esquentando
quando o celular dela tocou. Atendeu, respondeu um “Sim, já estou indo” e desligou.
_Vai pra casa,
estou indo buscar meus pais no aeroporto.
_Quer que eu vá
junto?
_Não precisa,
obrigada.
Voltando para casa, algo em seu coração dizia
que aquela visita dos pais de Luciana estava estranha, Geovana nunca morreu de
amores pela sua filha, isso ele não podia negar para si, só não gostava de
dizer a esposa. O melhor era se preparar para o pior, foi isso o que ele fez.
Continua...
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