Capitulo 86
Victor POV (Point of view/Ponto de vista)
Entrei tão tranqüilo e cheio de
esperanças quando soube que Luciana estava no quarto. Acontece que toda minha
alegria se dissipou ao vê-la naquela cama, desacordada, rodeada de aparelhos.
Pra piorar a situação Lucas e Geovana estavam ali, foi por causa deles que
minha Luciana estava assim, não consegui me controlar.
_Está feliz
agora Seu Lucas? E você Dona Geovana?
_Primeiro baixe
o tom para falar comigo rapaz. – Seu
Lucas já esperava isso acontecer.
_POR CAUSA DE
VOCÊS A LUCIANA ESTA NESSA CAMA!
_Vitor mano, se
acalma. – Leo segurou meu braço.
_Me deixa!
_E VOCÊ ACHA
QUE LUCIANA SERIA FELIZ NAQUELA CIDADEZINHA?
_SERIA SIM,
PORQUE LÁ ELA TINHA AMOR, COISA QUE VOCÊS NUNCA DERAM E NÃO VÃO DAR PARA ELA!
Uma enfermeira entrou no quarto e logo
veio chamar a nossa atenção.
_Vocês querem
parar de gritar? A paciente está debilitada e a qualquer momento pode acordar!
Só de ouvir essa frase uma pontinha de
esperança acendeu em mim.
_Mano, para de
confusão. Desse jeito nada vai se resolver.
_Esquece Leo,
fica aí parado, não fala nada. – Fui em
direção a enfermeira que analisava Luciana. – Ela vai ficar bem?
_Seja o que
você quiser saber só com o doutor.
Ainda não estava entendendo o porquê de
aquela mulher me tratar daquele jeito, mas isso não vinha ao caso, minha conta
a ser acertada era com Lucas.
_Seu Lucas,
vamos lá pra fora.
Fomos para uma sala de espera, como já
era previsto, Geovana e Leo foram juntos.
_Diga rapaz.
_Amanhã vou
levar Luciana para bem longe desse inferno! Olha o que aconteceu com ela.
_E você acha
que aceitaremos? O que você tem pra oferecer a minha filha? Vida de cantor? – Ele sorriu sarcasticamente, o que me
irritou – Veja rapaz, você não passa de ser um iludido, a cada dia que
passe novas duplas são lançadas, o que será seu futuro? Vivendo de dinheiro de
barzinho?
Pegou profundamente na minha veia, no
meu ponto fraco.
_O QUE EU TENHO
PRA OFERECER PARA SUA FILHA É ALGO MUITO MELHOR QUE O QUE VOCÊ OFERECEU TODOS
ESSES ANOS! LUCIANA TERÁ AMOR E EU (bati
em meu peito) COMO PAI DA FILHA DELA E ESPOSO LEVAREI-AS COMIGO PARA ONDE
QUER QUE VÁ. SOU HOMEM E NÃO UM MENINO!
_Para tirar
Luciana daqui, você terá que passar por cima de mim! – Lucas se aproximou, quase me peitando.
_NÃO SEJA POR
ISSO! – Peitei ele também, se era confusão
o que queria iria ter.
_Parem com
isso. Vocês dois estão exaltados! – Leo Ficou
entre nós dois. – Vitor, sai daqui e não piora as coisas.
Dei alguns passos para trás.
_Amor não enche
barriga rapaz. – Dona Geovana conseguia
irritar todos com essa simples frase.
_AÍ QUE VOCÊ SE
ENGANA! VOU MOSTRAR PARA VOCÊS QUE LUCIANA SERA MUITO FELIZ COMIGO E SIM, NÓS
TEREMOS AMOR ETERNAMENTE. – iria sair mas
voltei para dar um ultimo aviso – Quando ela tiver alta, virá comigo para
Uberlândia, tá dado o recado.
Sai de perto para não piorar a situação,
sabia que acabaria dando um soco no seu Lucas e isso não queria nem pra mim,
que dirá para ele. Ouvi Leo tentando justificar a eles mas meu passos estavam
firmes até a sala onde Luciana estava deitada.
A cada passo que eu dava para me
aproximar dela o nó se formava na minha garganta, olhei para sua mão um tanto
magra e segurei-a, estava gélida, o que me causou arrepios de medo. Beijei-a
com força e sem conseguir me controlar chorei com sua mão agarrada nas minhas e
próximas do meu rosto.
_A partir de
hoje tudo vai mudar Lu.
Fechei meus olhos numa maneira de cessar
todas aquelas lagrimas, ouvi um sussurro, uma voz quase inaudível e abri meus
olhos. Luciana tinha uma mangueira de oxigênio próxima a seu nariz, o que
dificultava sua fala.
_Victor...
_Minha Luciana – Beijei-lhe a testa. – Estou aqui com
você.
_Não me deixa
sozinha – Ela sussurrava e se eu não
fizesse esforço não entenderia nada.
_Não meu amor,
nunca te deixarei... Eu te amo.
_Pensei que
iria morrer... – Começou a chorar.
_Não... Ainda
temos a missão de fazermos muitos filhos pra deixar a nossa casa feliz.
Sorrimos
juntos, porém o sorriso de Luciana era fraco, triste, ela não tinha forças.
_Se acontecer
algo cuida da Gabi pra mim? – Suas mãos
foram escorregando das minhas
_Para com isso
Lu, não fala nem por brincadeira. Juntos iremos cuidar da Gabi e dos próximos
filhos que teremos.
Alguém abriu a porta atrás de nós, Leo
correu até o leito, e do lado oposto do meu foi segurar a outra mão de Luciana.
_Cunhadinhaaaa,
não nos mata mais de susto tá?
Ela sorriu bem fraco, voltou o olhar
para mim.
_Victor, não me
deixa... Eu te amo. Fica comigo... –
Suplicava
_Não vou te
deixar meu amor... – Beijei as costas de
suas mãos.
Luciana voltou a agarrar fortemente a
minha mão, tinha medo, pude sentir não em seu corpo mas em seu espírito e eu
poderia passar esse porto seguro a ela. Aos poucos ela foi adormecendo até
pegar em um sono profundo.
_Vitor, temos
que ir.
_Mas a Luciana
não pode ficar aqui.
_Eu sei mano,
mas temos compromissos pela tarde.
Antes de sair da sala, dei um selinho
nos lábios de Luciana, beijei o topo de sua cabeça e sussurrei em seu ouvido.
_Tudo vai dar
certo. Eu te amo Luciana.
Contra minha vontade saímos da sala, não
quis falar mais nada com Lucas e Geovana, sabia que eles se exaltariam e a
confusão seria pior. Antes de ir embora passamos na sala do medico de plantão.
_Pois não
_Sou Victor,
esposo de Luciana – Me apresentei.
_Sentem-se.
Sentamos nas
cadeiras de frente para ele.
_O que
aconteceu com a Luciana Doutor?
_Como já havíamos feito uns exames que o diagnostico foi estresse, dessa vez não foi diferente. Eu sei que se assustaram com os aparelhos mas era o que tinha que ser feito. Luciana esta muito fraca, desmaiou mais uma vez no corredor do hospital, só que dessa vez o caso foi mais grave, sua respiração estava mínima e sabíamos que se não colocássemos oxigênio ela poderia não sobreviver e assim tomamos essa atitude.
_Como já havíamos feito uns exames que o diagnostico foi estresse, dessa vez não foi diferente. Eu sei que se assustaram com os aparelhos mas era o que tinha que ser feito. Luciana esta muito fraca, desmaiou mais uma vez no corredor do hospital, só que dessa vez o caso foi mais grave, sua respiração estava mínima e sabíamos que se não colocássemos oxigênio ela poderia não sobreviver e assim tomamos essa atitude.
_E esse
estresse todo dela é por quê? – Leo falou
meio que tímido.
_Trabalho, olhe,
eu gostaria muito de dizer que Luciana tem folga, que aqui ela é feliz mas essa
não é a verdade. Esse hospital está uma verdadeira calamidade.
_Já estou
decidido de tirá-la daqui, dependendo de mim, Luciana não mora mais em São
Paulo.
_Eu no seu
lugar também faria o mesmo.
_Quando ela
terá alta?
_Provavelmente
amanhã.
_Ok, muito
obrigado doutor e toma conta da minha Luciana, não deixa que nada de ruim
aconteça com ela.
_Pode deixar.
Saí de lá esperançoso, uma alegria tomou
conta de mim. Lembrei de uma pessoa que eu ainda não tinha visto e logo pedi
para o motorista me deixar lá no apartamento. Seguimos direto para lá e Joyce
abriu a porta para a gente.
_Seu Victor,
como está a Luciana?
_Bem Joyce. Só
foi um susto.
_Ainda bem.
Fui direto pro quarto de Gabriela, minha
princesa e razão do meu viver. Ela parecia saber que eu estava me aproximando
porque já estava em pé no berço.
_O papai chegou
pra te tirar desse sofrimento minha princesa.
Abracei-a com tanta força, não queria
largar nunca a minha filha. Leo apareceu no quarto.
_Solta essa
menina Vitão, me dá ela aqui. – Tomou-a
dos meus braços – Aí Gabi, tá na hora de você ter mais contato com o tio
babão aqui.
Fomos para a sala e aquela manhã não
poderia ser melhor, brincamos com Gabriela que pelo o que estava vendo amava a
presença de Leo, tudo o que eu fiz de gostos no Matheus e no Antonio, ele
estava fazendo com a Gabi. Vez outra eu ligava para o hospital para ter
informações e estava no mesmo quadro, Luciana estava dormindo desde que eu fui
embora, estava contando as horas para minha folga chegar e eu tirar ela desse
inferno de vida.
Continua...
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