segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Cap. 86



                    Capitulo 86


             Victor POV (Point of view/Ponto de vista)

    Entrei tão tranqüilo e cheio de esperanças quando soube que Luciana estava no quarto. Acontece que toda minha alegria se dissipou ao vê-la naquela cama, desacordada, rodeada de aparelhos. Pra piorar a situação Lucas e Geovana estavam ali, foi por causa deles que minha Luciana estava assim, não consegui me controlar.

_Está feliz agora Seu Lucas? E você Dona Geovana?
_Primeiro baixe o tom para falar comigo rapaz. – Seu Lucas já esperava isso acontecer.
_POR CAUSA DE VOCÊS A LUCIANA ESTA NESSA CAMA!

_Vitor mano, se acalma. – Leo segurou meu braço.
_Me deixa!

_E VOCÊ ACHA QUE LUCIANA SERIA FELIZ NAQUELA CIDADEZINHA?
_SERIA SIM, PORQUE LÁ ELA TINHA AMOR, COISA QUE VOCÊS NUNCA DERAM E NÃO VÃO DAR PARA ELA!

  Uma enfermeira entrou no quarto e logo veio chamar a nossa atenção.

_Vocês querem parar de gritar? A paciente está debilitada e a qualquer momento pode acordar!

  Só de ouvir essa frase uma pontinha de esperança acendeu em mim.

_Mano, para de confusão. Desse jeito nada vai se resolver.
_Esquece Leo, fica aí parado, não fala nada. – Fui em direção a enfermeira que analisava Luciana. – Ela vai ficar bem?
_Seja o que você quiser saber só com o doutor.

   Ainda não estava entendendo o porquê de aquela mulher me tratar daquele jeito, mas isso não vinha ao caso, minha conta a ser acertada era com Lucas.

_Seu Lucas, vamos lá pra fora.

 Fomos para uma sala de espera, como já era previsto, Geovana e Leo foram juntos.

_Diga rapaz.
_Amanhã vou levar Luciana para bem longe desse inferno! Olha o que aconteceu com ela.
_E você acha que aceitaremos? O que você tem pra oferecer a minha filha? Vida de cantor? – Ele sorriu sarcasticamente, o que me irritou – Veja rapaz, você não passa de ser um iludido, a cada dia que passe novas duplas são lançadas, o que será seu futuro? Vivendo de dinheiro de barzinho?

  Pegou profundamente na minha veia, no meu ponto fraco.

_O QUE EU TENHO PRA OFERECER PARA SUA FILHA É ALGO MUITO MELHOR QUE O QUE VOCÊ OFERECEU TODOS ESSES ANOS! LUCIANA TERÁ AMOR E EU (bati em meu peito) COMO PAI DA FILHA DELA E ESPOSO LEVAREI-AS COMIGO PARA ONDE QUER QUE VÁ. SOU HOMEM E NÃO UM MENINO!
_Para tirar Luciana daqui, você terá que passar por cima de mim! – Lucas se aproximou, quase me peitando.
_NÃO SEJA POR ISSO! – Peitei ele também, se era confusão o que queria iria ter.

_Parem com isso. Vocês dois estão exaltados! – Leo Ficou entre nós dois. – Vitor, sai daqui e não piora as coisas.

Dei alguns passos para trás.

_Amor não enche barriga rapaz. – Dona Geovana conseguia irritar todos com essa simples frase.
_AÍ QUE VOCÊ SE ENGANA! VOU MOSTRAR PARA VOCÊS QUE LUCIANA SERA MUITO FELIZ COMIGO E SIM, NÓS TEREMOS AMOR ETERNAMENTE. – iria sair mas voltei para dar um ultimo aviso – Quando ela tiver alta, virá comigo para Uberlândia, tá dado o recado.

   Sai de perto para não piorar a situação, sabia que acabaria dando um soco no seu Lucas e isso não queria nem pra mim, que dirá para ele. Ouvi Leo tentando justificar a eles mas meu passos estavam firmes até a sala onde Luciana estava deitada.

   A cada passo que eu dava para me aproximar dela o nó se formava na minha garganta, olhei para sua mão um tanto magra e segurei-a, estava gélida, o que me causou arrepios de medo. Beijei-a com força e sem conseguir me controlar chorei com sua mão agarrada nas minhas e próximas do meu rosto.

_A partir de hoje tudo vai mudar Lu.

   Fechei meus olhos numa maneira de cessar todas aquelas lagrimas, ouvi um sussurro, uma voz quase inaudível e abri meus olhos. Luciana tinha uma mangueira de oxigênio próxima a seu nariz, o que dificultava sua fala.

_Victor...
_Minha Luciana – Beijei-lhe a testa. – Estou aqui com você.
_Não me deixa sozinha – Ela sussurrava e se eu não fizesse esforço não entenderia nada.
_Não meu amor, nunca te deixarei... Eu te amo.
_Pensei que iria morrer... – Começou a chorar.
_Não... Ainda temos a missão de fazermos muitos filhos pra deixar a nossa casa feliz.

  Sorrimos juntos, porém o sorriso de Luciana era fraco, triste, ela não tinha forças.

_Se acontecer algo cuida da Gabi pra mim? – Suas mãos foram escorregando das minhas
_Para com isso Lu, não fala nem por brincadeira. Juntos iremos cuidar da Gabi e dos próximos filhos que teremos.

   Alguém abriu a porta atrás de nós, Leo correu até o leito, e do lado oposto do meu foi segurar a outra mão de Luciana.

_Cunhadinhaaaa, não nos mata mais de susto tá?

  Ela sorriu bem fraco, voltou o olhar para mim.

_Victor, não me deixa... Eu te amo. Fica comigo... – Suplicava
_Não vou te deixar meu amor... – Beijei as costas de suas mãos.

   Luciana voltou a agarrar fortemente a minha mão, tinha medo, pude sentir não em seu corpo mas em seu espírito e eu poderia passar esse porto seguro a ela. Aos poucos ela foi adormecendo até pegar em um sono profundo.

_Vitor, temos que ir.
_Mas a Luciana não pode ficar aqui.
_Eu sei mano, mas temos compromissos pela tarde.

   Antes de sair da sala, dei um selinho nos lábios de Luciana, beijei o topo de sua cabeça e sussurrei em seu ouvido.

_Tudo vai dar certo. Eu te amo Luciana.

   Contra minha vontade saímos da sala, não quis falar mais nada com Lucas e Geovana, sabia que eles se exaltariam e a confusão seria pior. Antes de ir embora passamos na sala do medico de plantão.

_Pois não
_Sou Victor, esposo de Luciana – Me apresentei.
_Sentem-se.

  Sentamos nas cadeiras de frente para ele.

_O que aconteceu com a Luciana Doutor?
_Como já havíamos feito uns exames que o diagnostico foi estresse, dessa vez não foi diferente. Eu sei que se assustaram com os aparelhos mas era o que tinha que ser feito. Luciana esta muito fraca, desmaiou mais uma vez no corredor do hospital, só que dessa vez o caso foi mais grave, sua respiração estava mínima e sabíamos que se não colocássemos oxigênio ela poderia não sobreviver e assim tomamos essa atitude.
_E esse estresse todo dela é por quê? – Leo falou meio que tímido.
_Trabalho, olhe, eu gostaria muito de dizer que Luciana tem folga, que aqui ela é feliz mas essa não é a verdade. Esse hospital está uma verdadeira calamidade.
_Já estou decidido de tirá-la daqui, dependendo de mim, Luciana não mora mais em São Paulo.
_Eu no seu lugar também faria o mesmo.
_Quando ela terá alta?
_Provavelmente amanhã.
_Ok, muito obrigado doutor e toma conta da minha Luciana, não deixa que nada de ruim aconteça com ela.
_Pode deixar.

   Saí de lá esperançoso, uma alegria tomou conta de mim. Lembrei de uma pessoa que eu ainda não tinha visto e logo pedi para o motorista me deixar lá no apartamento. Seguimos direto para lá e Joyce abriu a porta para a gente.

_Seu Victor, como está a Luciana?
_Bem Joyce. Só foi um susto.
_Ainda bem.

   Fui direto pro quarto de Gabriela, minha princesa e razão do meu viver. Ela parecia saber que eu estava me aproximando porque já estava em pé no berço.

_O papai chegou pra te tirar desse sofrimento minha princesa.

   Abracei-a com tanta força, não queria largar nunca a minha filha. Leo apareceu no quarto.

_Solta essa menina Vitão, me dá ela aqui. – Tomou-a dos meus braços – Aí Gabi, tá na hora de você ter mais contato com o tio babão aqui.


   Fomos para a sala e aquela manhã não poderia ser melhor, brincamos com Gabriela que pelo o que estava vendo amava a presença de Leo, tudo o que eu fiz de gostos no Matheus e no Antonio, ele estava fazendo com a Gabi. Vez outra eu ligava para o hospital para ter informações e estava no mesmo quadro, Luciana estava dormindo desde que eu fui embora, estava contando as horas para minha folga chegar e eu tirar ela desse inferno de vida.

Continua...

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