domingo, 26 de janeiro de 2014

Cap. 92


          Capitulo 92


   Victor nada falou, foi para o banheiro e ao entrar no chuveiro deixou que aquela água caindo o deixasse mais relaxado. Ao voltar para o quarto Luciana estava sentada na cama o esperando. Ainda calado ele procurou uma bermuda em sua mala, depois vestiu, isso sem encará-la

_O que esta acontecendo Victor?
_Nada Luciana. Não posso ter meu momento não? – Arqueou as sobrancelhas.
_Olha, desculpa por não poder estar hoje aqui... – Levantou-se e o abraçou por trás. – Prometo amanhã ou depois vou dar um jeitinho de vir te ver. – Beijou as costas dele.

   Por um segundo Victor fez um risinho bobo e se sentiu uma criança. Prometeu que a ajudaria em sua profissão, então iria cumprir. Acariciou as mãos da sua amada que repousavam no abdômen, virou-se e distribuiu selinhos em seus lábios.

_Tudo bem... Desde que... Você me recompense quando voltar, ok?
_Eu prometo meu amor.

   Não se conformaram somente nos selinhos e entregaram-se em um beijo mais profundo, Victor foi empurrando-a até a cama, caiu por cima dela, suas mãos já estavam na alça da blusa de Luciana tentando tirar, enquanto as mãos dela já aproveitando que ele não fechara a bermuda ficou brincando com a barra da cueca. Aquilo estava indo longo demais.

_Para. – Empurrou-o de leve.
_Porque Morena? Tava tão bom.
_Tenho que ir.

   Sentaram-se na cama ainda procurando fôlego.

_Vou sentir saudade. – Beijou o ombro dela.
_Eu também. Acho que vou deixar a Gabi aqui.
_A Tati vai adorar.

  Antes de ir embora Luciana conversou com Tatianna que com um sorriso perfeito aceitou tomar conta de Gabriela. Infelizmente Victor não pode acompanhá-la até o aeroporto pois tinha que fazer a passagem de som na casa de show.

   Ansiosa, Luciana queria gritar de alegria, dizer como aquele dia estava lindo para todos. Ao chegar em casa ela pegou rapidamente as chaves do carro, em seu closet procurou seus trajes profissionais e foi para o hospital.

  Em um semáforo vermelho ela ficou pensando, como seria ver Michael agora? Será que seus sentimentos voltariam a tona mais uma vez? Seu celular apitou e ela viu uma mensagem:


“Já chegou em Uberlândia? Antes de entrar no hospital me dá um toque. Victor.” 

  Sorriu, tudo estava voltando ao normal, como nos velhos tempos onde sua amizade com Victor era algo forte e inocente... Mas não, a segunda mensagem que chegou demonstrou que a inocência entre ambos não era a mesma:


“Hey, te amo pra valer, lembre-se de não esquecer... 

...Beijos infinitos na sua boca... Minha gostosa J Victor.” 

   Dessa vez soltou uma gargalhada gostosa e assim entrou no hospital, fora recebida pelo chefe de plantão.

_Desculpa Lucy, não tivemos tempo de pedir sua papelada. Hoje está um caos aqui, estamos precisando mesmo.
_Ok, amanhã ou depois eu trago minha carteira de trabalho e outras papeladas.
_Venha, te mostrarei a ala dos funcionários.

   Tudo era mais vivo, mais alegre naquele hospital, Luciana pode ver os rostos dos funcionários que sempre estavam em harmonia uns com os outros. O ambiente era perfeito.

 Antes de guardar sua bolsa, ligou para Victor.

_Oi
_Não tá dando pra te ouvir.
_Espera... – Gritou com o pessoal da banda que estavam tocando algo para se divertirem – (Hey! Parem de barulho que estou falando com uma das mulheres da minha vida!) – Luciana ouviu alguns assovios e um “Gostosa” que ela podia jurar que vinha de Leo. – (Mais respeito com minha esposa.) – Voltou a falar com ela – Então agora consegue me ouvir?
_Sim, vou começar a trabalhar e ai... Estou nervosa.
_Vai dar tudo certo meu amor, eu confio em você.
_Você falando assim me dá uma injeção de animo sabia?
_Mas é claro que sei.
_Obrigada... Te amo.
_Boba, te amo mais.
_Tenho que desligar. Beijos.
_Outro

  Desligaram e ela pode sentir a mulher mais amada do planeta. Seguiu para a ala da maternidade e a tarde foi tranqüila, sem muito trabalho, pela noite foi falar com uma das enfermeiras.

_A paciente do 404, como está? Alguma evolução na dilatação?
_Não doutora, acho que terá que ser cesárea. A menina também é muito novinha.

  Sentiu seu corpo tremer. Depois de um ano iria fazer uma cesárea e pra piorar ao olhar para a paciente lembrou de Gabriela.

   Encaminharam-na para sala de cirurgia, Luciana sabia que não conseguiria fazer aquela cesárea sozinha. Antes de entrar na sala bebeu cinco copos de água, alguém sussurrou em seu ouvido.

_Não acha que está nervosa demais não?

  Ao virar-se Michael estava ali, se jogou nos braços dele.

_Michael, não sei se vou conseguir.
_Eu chego aqui pra pegar o plantão e você já me abraça? Vou querer estar sempre por perto quando você estiver nervosa. O que houve?
_Sabe, é a minha primeira cesárea e eu... Acho que não vou conseguir.

  O rapaz sorriu e voltou a fixar os olhos nos dela.

_No passado você que me ensinou a não ficar nervoso na hora de um parto... hoje sou eu quem tenho que te ensinar?
_Então, aqueles ensinamentos... Tá com você? Preciso que passe essa força pra mim.

  Michael riu e enlaçou-a pela cintura.

_Vamos, eu te ajudo a perder esse medo.

Um homem grisalho passou por eles.

_A novata mal chegou e você já quer pegá-la?

   Só uma frase assim para Luciana perceber que aquela troca de carícias mais parecia ser vinda de um casal. Baixou a cabeça e soltou-se do rapaz.

_Vamos?

   Entraram na sala e antes de fazer a incisão, Luciana sentiu que estava tremula, olhou para Michael.

_Não conte comigo doutora, quero ver você perder o medo e fazer isso.

   Ainda com as mãos tremendo ela colocou o bisturi sobre a pele da paciente, não conseguia se concentrar porque seu medo era maior, lembrou-se Gabriela mais uma vez, as lagrimas meio que silenciosas queriam descer pela sua face, sua testa já suava. As mãos de Michel seguraram as suas e ajudou-a nos primeiros passos.

Continua...

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